O casal viveu séculos em perfeita união. O único senão foi que todos os filhos e filhas nasceram à semelhança do pai. E o pai era feio. Muito feio.
A mãe, bonita, envelheceu sem perder a formosura.
Os filhos casaram-se com mulheres bonitas, que os admiravam pelas qualidades intelectuais ou, quem sabe, até mesmo pelas qualidades sexuais. Mais provavelmente, as qualidades económico-financeiras terão sido as determinantes.
Já as filhas, ah! as filhas. Desassistidas de formosura, arrastaram pela vida suas fealdades, inconformadas com os sucessivos fracassos amorosos.
Pior: nas poucas vezes em que conseguiram procriar, produziram varões razoáveis e raparigas quase tão pavorosas quanto elas mesmas.
Consta, no folclore, que pesou em tudo a indefectível crença na virgindade de Maria.
Será?
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