quinta-feira, 27 de março de 2014

O sogro Karl Marx

Na revista ensaios de Opinião nº 7, de 1.978, Millôr Fernandes faz uma brincadeira: mistura uma carta que Marx enviou ao namorado de sua filha com outras três versões da mesma carta - todas inventadas por Millôr - para que o leitor descubra qual delas é a verdadeira.

Claro, a verdadeira é a mais conservadora.

Transcrevo, aqui, apenas a carta de Marx. É interessante e, talvez, desconhecida do grande público.

(clique na imagem para ampliá-la)

sexta-feira, 21 de março de 2014

Recordar é viver


Em 24 de Janeiro de 2.012, o profeta Zé Dirceu afirmava categoricamente - como categóricas são todas as afirmações da Esquerda - que eram ridículas as notícias de que "Hugo Chávez estaria mal e que teria apenas entre 9 e 12 meses de vida.". De facto, o grande guru petista tinha razão. Chávez só faleceu 13 meses e meio depois.

Veja o que Dirceu escreveu em seu blogue:




quarta-feira, 19 de março de 2014

Politólogos e chuva


Parece que especialistas nos mais diferentes assuntos políticos brotam assim como os cogumelos. Basta chover e logo aparecem milhares deles.

Esses versos são minha homenagem a esses sábios instantâneos.




segunda-feira, 17 de março de 2014

Urnas democráticas

O Brasil, sempre na vanguarda, já adoptou urnas muito mais eficazes: as urnas electrónicas.


Nas urnas transparentes os votantes são intimidados pela perda do sigilo.
Nas urnas electrónicas não se intimida ninguém. E elege-se quem se quer eleger.

sexta-feira, 14 de março de 2014

Política e Futebol




O clima político no Brasil de hoje, ano de eleição presidencial, é o de guerra de torcidas.

Há os adeptos do atual governo e há o Resto.

Os que defendem o atual governo querem eliminar o Resto.

O Resto quer eliminar tudo o que diz respeito ao atual governo.

Dos dois lados prega-se a destruição do Outro.

Se a seleção brasileira for bem na Copa (e ir bem, para os brasileiros, é ser campeã), o governo fará mais ou menos o que fez o governo Medici depois da vitória na Copa de 1.970 no México. A saber: transformará a conquista em ativo seu.

Caso contrário, só nos resta esperar para saber o que vai ocorrer.

Mas uma coisa já é garantida: a discussão entre os candidatos à Presidência da República se desenvolverá em tom de FLA x FLU. Como, desde já, é o clima nas discussões pelos meios de comunicação.

quarta-feira, 12 de março de 2014

Viagem no tempo

O Brasil parece estar a viajar para cinquenta anos atrás.

Em 31 de Março de 1.964 houve a Revolução de Março, a Redentora.
Em 1º de Abril de 1.964 houve o Golpe Militar que mergulhou o país em 21 anos de ausência de liberdade.



A Direita escolhe a primeira opção. A Esquerda vai pela segunda.

Na realidade, o movimento militar de 1.964 foi apoiado por amplos setores da sociedade civil. E a ditadura que se seguiu foi mesmo branda, por mais que hoje tal afirmação seja vista como anátema pela atual Esquerda.
Apenas em Dezembro de 1.968, com a promulgação do Ato Institucional nº 5, é que começou a viger uma ditadura pesada e sanguinária.

Quando digo que até fins de 1.968 a ditadura era branda, não estou a esquecer das torturas que ocorreram antes disso. Apenas lembro que tortura existe no Brasil - e em larga escala - até hoje, onze anos após termos no poder o PT (Partido dos Trabalhadores). Só agora, quando foram parar no xilindró alguns líderes petistas, é que o Ministro da Justiça, responsável pelas prisões brasileiras, resolveu reconhecer que elas são incrivelmente cruéis.

E o Brasil retorna a 1º de Abril de 1.964 por mais incrível que isso pareça.
Na época, o governo de João Goulart, um tanto à deriva, via-se conduzido pelas ventanias dos movimentos sindicais e das bases militares.
A classe média e mesmo parte da chamada classe trabalhadora assustaram-se com o rumo dos acontecimentos e propiciaram clima para o levante militar que derrubou o governo sem precisar dar nenhum tiro.

Hoje o governo, diferentemente de cinquenta anos atrás, tem rumo. Mas caminha conscientemente para o mesmo objetivo daqueles tempos. Como dizem os petistas atualmente:  "estamos no governo mas não no poder".
E o objetivo é o poder. Com partido único e imprensa controlada.

A oposição é risível.
Os tucanos, inimigos preferenciais dos petistas, estão enrolados até o pescoço em grossas falcatruas. E escolheram para disputar a Presidência com Dilma um playboy mineiro cujo maior prazer parece ser o de desfrutar as delícias das praias do Leblon.
Resta um outro opositor, Eduardo Campos, de Pernambuco, rapaz de boa estampa, olhos azuis a disfarçar cérebro obscuro. Como se não bastasse, adotou para candidata a vice Marina, a Rainha da Floresta, mulher de linguagem oblíqua e pretensões retas.

Tudo aponta para uma eleição de Dilma no primeiro turno. O PT dispõe ainda do trunfo de - caso as pesquisas indiquem queda de Dilma na preferência dos eleitores - colocar Lula em seu lugar e relegá-la a uma candidatura a vice.

Ninguém duvida que Lula vença no primeiro turno. Daí, ou ele governa por mais oito anos ou - se confirmados os boatos de que já está em fase terminal da doença - Dilma assume e o enredo segue sem grandes alterações.

Enfim, parecem garantidos ao menos mais quatro anos de governo para o PT.

Diante de tal evidência, começa a corrida aos quarteis.

E não faltam generais de pijama para vociferarem contra a situação reinante.
Resta saber se terão força para impressionarem os colegas da ativa.

De qualquer modo, vem aí uma nova manifestação nos moldes da Marcha da Família com Deus e sabe lá com quem mais. Parece estar marcada para o dia 22 deste mês de Março.

É possível que reúna muita gente. Gente disposta a dar a vida pela Pátria. Desde que não chova e não faça sol muito intenso.

segunda-feira, 10 de março de 2014

Política e Turismo

O Manifesto Comunista, de Marx e Engels, já nem se lembra de seu sesquicentenário (ele é de 1.848) mas a guerra que proclamou contra a "velha Europa" continua.
Quanto mais velha fica a Europa mais as Esquerdas programam para breve seu apocalipse.



Um dos modelos daquilo que, no Brasil,  meus amigos de esquerda chamam de imprensa livre (sem aspas), o Boletim Carta Maior, publicou dia desses um texto com o inefável título de Uma em cada três mulheres foi vítima de violência na União Europeia.
Digo logo dispor de nenhuma paciência para discutir esse texto e a pesquisa que ele comenta. Basta mencionar que ela inclui no rol das violências sofridas pelas mulheres  “  'avanços inapropriados'  nas redes sociais e através de mensagens escritas de celular (sms) ou de correio eletrônico (emails)".
Apenas fiquei curioso para saber como se dá um assédio sexual de companheiro, outra pérola da pesquisa. Mas imagino que qualquer intelectual de esquerda saberá explicar isso em minúcias.

O paradoxo que me leva a dar destaque a essa pesquisa e ao texto sobre ela é: 
Se a Europa é desse modo tão violenta com as mulheres (e - de certeza - o será também com os homens e com as criancinhas), por que os incansáveis batalhadores da esquerda brasileira, quando saem do Brasil em gozo de férias, preferem Paris, Londres, Roma, Madrid, Lisboa, Berlim, para não falar em sítios dos Estados Unidos ou do Canadá ou mesmo da Austrália e da Nova Zelândia? Por que desprezam destinos tão mais aprazíveis como a Coreia do Norte?

Já sei. Nossos esquerdistas não são stalinistas e, portanto, desdenham o socialismo real.
Já longe se vão os tempos em que nossos homens de esquerda, Jorge Amado por exemplo, escreviam panegíricos ao Guia Genial dos Povos.

Há tempos estão à venda passagens para tão deliciosas quanto futuras viagens à Lua. Mas ainda não tive notícia de agências de viagens que levem turistas a divertir-se em países de socialismo ideal.

Existisse um país trotskista, algum rosa-luxemburguista... aí sim! Iriam todos desistir de Paris.

Enquanto tais maravilhas não se materializam, que tal gastar uns trocos na decrépita Europa?

sábado, 8 de março de 2014

Oração e Delírio

No post anterior falei de meu espanto face à crença de que Deus - o Ser supremo que teria criado o Universo - cuida dos detalhes da existência de cada indivíduo. E afirmei que tal crença me parece uma clara demonstração - provavelmente inconsciente - de omnipotência.

O outro lado da mesma moeda é a Oração.



Se Deus está sempre atento a nossas enxaquecas, nós - de nossa parte - podemos bater um papo com Ele a qualquer hora. Nem é preciso utilizar qualquer aparelho telefónico ou algo equivalente. Basta falar, ou tão somente pensar, e pronto! Conexão estabelecida.

A desfaçatez é tamanha que até nos damos a liberdade de tuteá-Lo.
Nada da cerimónia com que nos dirigimos a nossos superiores no trabalho ou a autoridades nas quais porventura esbarramos vez ou outra.
Nada disso. É Tu pra lá, Tu pra cá.
Afinal, somos íntimos desde pequeninos, não é mesmo?

Crença e omnipotência

É lugar comum, já há muito, lembrar que o planeta Terra é um grão de areia no Universo e que somos quase nada na face da Terra.



Muita gente acredita que haja um Ser que tudo criou. Até aí tudo bem. Afinal, é mesmo difícil conviver com perguntas sem resposta. Se resposta não há, resposta precisa ser inventada.

Minha perplexidade começa quando um indivíduo que se sabe quase infinitamente pequenino dentro de um todo quase infinitamente gigantesco aceita a ideia de que esse Ser que tudo criou esteja permanentemente ocupado em cuidar de seu quotidiano, a ponto de tomar providências para livrá-lo de uma dor de cabeça ou de uma prisão de ventre.

Um indivíduo assim pode ser mesmo extremamente diminuto em face do Universo. Mas compensa essa pequenez com uma megalomania exorbitante.