terça-feira, 27 de abril de 2010

Arca de Noé

Arca de Noé - reprodução
Quem procura acha. No caso, acha que achou.

O Diário de Notícias relata, hoje, que exploradores (ops!) evangélicos chineses encontraram a Arca de Noé.

Mais uma.

Um tal de O Pesquisador Cristão relata vários outras descobertas do gênero.

Se pudéssemos juntar todos os pedaços da Arca de Noé presumivelmente encontrados, seria possível construir dezenas delas.

É mais ou menos o que acontece com a cruz de Cristo ou com pedaços do Santo Sudário ou com pregos da cruz. Com as relíquias de modo geral.

Santo Sudário - um deles
Prego da Cruz

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Notas clericais


Agora vai!

O problema da pedofilia na ICAR chegou ao bolso. Agora o vice-deus vai ter de agir.

Piada pronta

Um padre siciliano criou, há 14 anos, uma associação para combater a pedofilia. O Papa elogiou o trabalho da tal associação.
O nome da associação: Associação Meter.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

O fim do mundo


Em 1.974, fiz uma aposta com um colega de trabalho:
Ele garantia que o mundo iria acabar em 20 anos.
Quanto a mim, já era de opinião que o mundo acaba quando eu morrer. E, naquela época, não planejava morrer nos 20 anos seguintes. Aliás, continuo assim.
Quando chegamos a 1.994 pensei em procurar o antigo colega mas não consegui reunir entusiasmo suficiente para isso.
Esse colega era (ou é, sei lá) estudioso de textos apocalípticos. Pertencia a uma denominação evangélica com nome pouco expressivo (Igreja Cristã ou algo assim), bem ao contrário das seitas neopentecostais dos dias de hoje: Igreja Universal, Igreja Mundial, Igreja Planetária, Igreja da Via Láctea etc etc.

Lembrei-me dele a propósito desse vulcão da Islândia que já começa por situar-se em geleira com nome impronunciável.
Fui ao Apocalipse e encontrei:

Apocalipse 9:2 – E abriu o poço do abismo, e subiu fumaça do poço, como a fumaça de uma grande fornalha; e com a fumaça do poço escureceram-se o sol e o ar.


Bingo!

Não sei (na verdade, não tive paciência para me informar) a quantos anos do final dos tempos está essa fumaça. Mas, no versículo seguinte pode-se ler:

Apocalipse 9:3 – Da fumaça saíram gafanhotos sobre a terra; e foi-lhes dado poder, como o que têm os escorpiões da terra.


É fácil imaginar a quantidade quase infinita de interpretações as mais malucas pra essa história dos gafanhotos. Afinal, a turma da Teologia anda meio sem ter o que fazer já faz um bom tempo.

Gostei mais desta, veja só:

Outros pensam tratar-se de algum papa ou bispo, ou mesmo de algum concílio eclesiástico que contribuiu para “obscurecer as doutrinas cristãs” ou “distorcer as escrituras”
[Russel Norman Champlin in O Novo Testamento Interpretado, vol 6]

Considerando a seqüência de besteiras que o Vaticano vem perpetrando, acho que os que bolaram essa interpretação acertaram na mosca.

Ou no gafanhoto.

Capivara no rio Pinheiros

Clique para saber mais sobre capivaras
Uma sugestão para quando você - que (sobre)vive em São Paulo - estiver parado em congestionamento em uma das Marginais: fotografe capivaras.
Ajuda a passar o tempo.

Ora, as leis

Clique para ampliar
No Brasil é assim: a placa avisa que ônibus e caminhões não podem fazer retorno nesse local. O ônibus faz e pronto. Fica tudo por isso mesmo.
E se alguém resolver advertir o motorista do ônibus corre o risco de levar um tiro.

Que país maravilhoso!

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Progressos


Em relação a Portugal, não posso ainda afirmar que esteja a progredir em meus conhecimentos. Estou, isto sim, na fase de tomada de consciência de minha ignorância, o que é um bocadinho diferente.
Minha última descoberta vem a propósito das comemorações do centenário da República: a existência do Soldado Milhões.

Clique para ler sobre as homenagens ao herói transmotano
Gostei imenso de saber que o nome dele era, na verdade, Aníbal Augusto Milhais. Mas a saudação que lhe teria feito um comandante português ampliou a série de trocadilhos patrióticos. Teria dito o emocionado comandante:

- Tu és Milhais mas vales Milhões!

Só não percebi se foi o Milhões que salvou das águas o tal médico escocês ou se foi o contrário.
O relato da Novopress afirma:
Quatro dias depois da batalha, encontrou um médico escocês que o salvou de morrer afogado num pântano.
Já a Wikipédia inverte:
Quatro dias depois do início da batalha, encontrou um médico escocês, salvando-o de morrer afogado num pântano.

Quanto a mim, prefiro a primeira versão por uma razão muito simples: empatia.
Explico: eu – tal qual o soldado Milhões - costumo ser salvo das águas por um escocês de, no mínimo, 12 anos.
On the rocks.

domingo, 18 de abril de 2010

Copa do Mundo de Futebol



Dia desses, um empresário que conheço me disse que iria participar de um seminário sobre temas de sua área de atuação. Local do encontro: Cidade do Cabo, África do Sul.

Disse mais: que foi aconselhado a não sair nunca do hotel em que ficaria hospedado e onde se daria o evento. Isso graças ao hábito dos assaltantes da Cidade do Cabo de estuprar suas vítimas, além de aliviá-las de seus pertences. Passou então pela minha cabeça a ideia de que o nome da cidade poderia resultar de um trocadilho infame, caso a língua nativa fosse o português.

Clique para ler a respeito da Cidade do Cabo
Depois de seu retorno, contou-me:
Certo dia, por ter se prolongado até o meio da tarde a reunião da manhã, resolveu – junto com outros participantes do seminário – sair do hotel para comer alguma coisa nas proximidades. Por estarem em grupo, nada de anormal (para eles) aconteceu.
Quando regressavam ao hotel, em torno das seis da tarde, notaram que todas as lojas já estavam fechadas e com barricadas em frente a elas.

Agora que já contei, podem ir assistir à Copa do Mundo sossegadinhos.
Boa sorte.

Que lobby é esse?


Li, ontem, que o ex-cirurgião plástico Farah foi solto menos de dois anos depois de ter sido condenado a 13 anos de prisão pelo assassinato e esquartejamento da amante.
Eu disse es-quar-te-ja-men-to.
Não sei se ele realmente fez isso ou não. Sei que ele foi condenado por isso.
Por que só menos de dois anos de prisão?
Diga-se que esse tempo é grande. Sei disso por ter passado tempo semelhante na cadeia. Não é fácil.
Mas se a justiça estipula 13 anos, por que soltar o cidadão com menos de 15% de cumprimento da pena?
E o caso do cidadão solto em Goiás, que logo em seguida violentou e matou seis jovens?
É notório que a avassaladora maioria da população brasileira é radicalmente contrária a esse sistemático abrandamento das penas. Ao contrário, o povo clama por penas mais pesadas para a maioria dos crimes.
Mas há um incrível lobby que impede que essa vontade da maioria se torne eficaz.
Que lobby é esse?
Quais os interesses que lhe dão força?
Para mim, mistério.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Os responsáveis somos todos


A tragédia do Morro do Bumba, Niterói, na qual – dizem – morreram mais de 200 pessoas, resultou de conluio entre população e autoridades.
Em 2.004 já especialistas alertavam para o problema: as casas estavam sendo construídas sobre um lixão. Na época, parece que eram apenas 14 casas.
Teria sido mais fácil removê-las de lá. Mas, se algum político resolvesse promover essa desocupação, seria contestado por movimentos sociais e perderia votos.
Por isso, a situação foi se agravando.
Até explodir. Literalmente.

A grande visibilidade que essa tragédia obteve é resultado de ter ocorrido de repente. De uma vez só.
Em São Paulo, a negligência das autoridades diante da proliferação de motoboys provoca muito mais mortes. Mas, como a coisa se dá ao longo do tempo – e não numa tacada só – a população se acostuma e se acomoda.
Morrem quase 400 motoqueiros todo ano no trânsito de São Paulo. São dois morros do Bumba todo ano. Morrem por que não respeitam leis de trânsito, trabalham pressionados pelos prazos de entregas de encomendas, não têm formação adequada para conduzir as motos etc etc. Mas, a essa altura, já são um enorme contingente de eleitores. Os políticos, ao invés de acabar com esse absurdo, freqüentam o sindicato dos motoboys em vésperas de eleições e fazem de conta que se trata de categoria profissional normalíssima.

As leis, para os brasileiros, servem às vezes. Se a legislação não nos atrapalha, somos legalistas.

E as tragédias vão continuar. Como na anedota do escorpião, é da nossa natureza.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Presidiário generoso


Estava eu aqui, trabalhando, quando meu celular acusa o recebimento de um torpedo.
Constato que o torpedo vem de um telefone de Rondônia (55 69 84640139).
E diz:

REDE RECORD INF>
PARABENS VOCE GANHOU
UM CITROEN C 4 PALLAS +
5 MIL REAIS. SUPER
LEILAO 2010. INF>LIGUE
GRATIS DO SEU TEL FIXO/
0 31 85 9644 9563
.SENHA. (6886).


O telefone para o qual ele sugere que eu ligue é de Fortaleza ou de alguma outra cidade do Ceará.
É o que dá preso não ter o que fazer.

domingo, 4 de abril de 2010

Fado do saloio ensandecido


Sergio Porto, o Stanislaw Ponte Preta, mostrou - com o Samba do Crioulo Doido - até onde pode chegar a loucura provocada pelo excesso de informação engolida sem critério. Por referir-se ao Brasil, situou seu personagem no carnaval carioca, resumo do país.




Já Portugal, que tem no catolicismo um de seus pilares, situa sua loucura na religião. Uma socióloga do Porto fez pesquisa e concluiu que um quarto dos portugueses não crê na vida eterna. Até aí, um ateu como eu poderia ficar feliz: muita gente em Portugal está a abrir os olhos. Ledo engano. Desse um quarto, 10% são de católicos que vão com freqüência à missa. Ou seja, comem a embalagem e jogam o doce fora.
Chamei a isso, por analogia, Fado do Saloio Ensandecido.

sábado, 3 de abril de 2010

De padres pedófilos

Sou do tempo em que os comunistas é que comiam criancinhas.


* * *


Parece que os padres fizeram uma leitura no mínimo discutível de Lucas 18:16, aquele versículo em que Jesus diz: Deixai vir a mim as crianças...

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Artur do Rio


Ontem foi um dia triste. Para mim e para muitos parentes meus. Morreu meu primo Artur, aos 72 anos. Primo por afinidade, diga-se. Na verdade, primo de meus primos.
Português, da Zona da Lomba, Vinhais, Bragança, vivia há muitos anos em São Paulo.
Como típico lusitano, tinha padaria. No Ipiranga.
De vez em quando, convidava-me para uma caldeirada com fado. Compareci a uma delas.
Durante o velório conversei com sua esposa, Maria.
Contou-me que Artur arrumou-se, de manhã, para ir à padaria. Nessa altura ela já saíra às compras de mantimentos.
Ele, quase ao sair, sentiu-se mal. Telefonou a um dos filhos, que mora perto.
Disse que não estava bem. O filho foi apressado à casa do pai.
Ao lá chegar já o encontrou estendido no chão, com o cão a protegê-lo.
Faleceu pouco depois, apesar dos cuidados de bombeiros e policiais que acorreram a sua casa.

Maria contou-me que poucos dias antes Artur fizera seu check up anual. Nas vésperas, levara o resultado tranqüilizador ao médico.
Tudo corria no melhor dos mundos.

Contudo...