quinta-feira, 31 de maio de 2012

Lusofonia

Passeava hoje a Doga no jardim da Braguinha, cá em Bragança. Um menino de uns cinco ou seis anos começou a acompanhar-nos, interessado no cão.
De repente, percebi que ele me perguntava algo. Mas não percebi o que era.
- Não entendi.
- Perguntei por que o cão faz esse barulho ao caminhar.
Expliquei que eram as unhas das patas que batiam no chão.
E ele, com a sinceridade que só as crianças manifestam:
- Só consegues falar assim?!

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Festa da cereja

No fim de semana 9-10 de Junho vamos a Alfândega da Fé visitar a Festa da Cereja.
Os hotéis já estão lotados, mas - como moramos perto - é só ir, visitar a feira e voltar.
Desde já, estou a me empanturrar de cerejas. O quilo tem andado aí pelos dois euros e meio (a não ser nos mercados, onde chega quase aos quatro euros).

terça-feira, 29 de maio de 2012

Aqui se faz, aqui se paga

Em Minas Gerais, Brasil, uma mulher foi condenada a indemnizar o ex-companheiro por tê-lo traído abertamente e, principalmente, por ter comentado com vários amigos comuns a respeito da presumível inapetência sexual do dito cujo.

O site Migalhas, ao dar a notícia colocou o título deste post no super lead (veja aqui).

Pensando no ex-companheiro da ré, que irá embolsar R$ 8.000,00 (cerca de 3.000 euros), entendo que o melhor super lead seria:

Aqui não se faz, aqui se recebe.

Calmaria

(clique na imagem para ampliar)

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Nossa Senhora da Caridade

Quanto à festa, propriamente dita, nada posso dizer. Cheguei apenas para o almoço - e que almoço! - na casa de Zelinda.
Parece que a festa da padroeira da aldeia consiste em uma missa, depois uma procissão, vai-se então ao almoço, mais adiante ao jantar. Junto ao café do Octavio vai haver música à noite. Já não estarei aqui.

Depois do almoço, fomos à Maria Tereza. Ao voltarmos, demos de cara com as vacas do sr. Manoel. Esperámos que ele as recolhesse. Mas ele queria que tirássemos fotos delas. Eu não levara minha nova Canon  Ainda não estudei o manual suficientemente e, sabem, quem não tem competência não se estabelece. Mas, com a velha Casio, deu pra fotografar as vacas e até alguns bezerrinhos.
Vou imprimir essas fotos e levar ao sr. Manuel. Ele as quer.


Uma pose de uma delas:


Essas três se reuniram pra foto:


Esta parece ser a queridinha do sr. Manuel:


Vejam só o aparato de protecção para as vacas, durante a noite:


Elas passam a noite aqui:


Já os bezerrinhos dormem mais protegidos:


E, pra quem prefere rosas:


Assim é Passos de Lomba.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Henrique Setti Neto

Do Brasil me vem a notícia de que Henricão morreu.

Conhecemo-nos no início de 1.968. Dávamos aulas no mesmo cursinho preparatório para vestibulares. Eu de matemática. Henrique de Português.
Mais do que professor, era poeta.
Na falta do pai, cuidou da mãe e dos irmãos até quando foi preciso.

Quando a vida lhe concedeu uma certa tranquilidade, utilizou alguns recursos para editar um livro de poemas seus, Do Zero ao Tempo (1.977). Pedia aos amigos, entre eles eu, que vendessem exemplares do livro. Fiz o que outros devem também ter feito: os exemplares que não conseguia vender, eu os comprava e dizia a ele que os vendera. Truque baixo, mas útil...

Pouco tempo depois começaram os surtos psicóticos. E a vida de Henricão desandou.

Prefiro lembrar dele nos tempos antigos. Certa vez, raspei meu bigode e deixei a barba. Ele chegou em minha casa e assustou-se com meu aspecto.
Argumentei:
- Ora! O Soljenitsin não usa a barba assim?!
E ele:
- Acontece que você não é judeu. Muito menos intelectual!

Ainda não localizei nenhum exemplar de Do Zero ao Tempo em meio à bagunça em que ainda se encontram meus livros. Mas copio de uma página da internet um poema dele:

Serei o que quiser
o que me vier
o que me der
Serei o que eu sou
e o que devo ser
viverei a minha vida
sendo sempre eu
Não saindo de mim
eu serei a vida
eu serei a morte
serei alegria
e dor
Viverei a vida
sendo eu
o tempo todo


Atualização (25 de Julho de 2.013): Um comentário a este post esclareceu:  esse poema não é de Henrique. É de Maria Stella Vidigal Barbosa de Almeida. E ela o escreveu aos 11 anos de idade.
Disse acima que não havia achado o livro de Henrique ao escrever este post. Achei o poema na Internet, atribuído a ele. 
Agora que tenho nas mãos o livro, verifico que Henrique mencionou a correta autoria do poema.  O poema fecha o livro e tem como título: SEMPRE SEREI.
Vai abaixo outro poema, esse sim, de Henrique. É o poema HISTÓRIA, mencionado em outro comentário por Marisa Schmidt.

Eu e você estávamos
lá estávamos
quando infinitas partículas
povoaram o caos

Eu e você
quase sem sentir
inventamos nossas luzes
duas crianças
enfeitiçadas
e rimos
rimos muito

Mas agora
nos perdemos
nesses caminhos de rato
e ficamos chorando o dia todo

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Evolução

Minha ansiedade em relação à máquina fotográfica que deve chegar amanhã chegou ao auge. Ao menos assim espero... Mais do que isso seria quase insuportável. E de insuportável eu me basto.
A pensar nisso, consolei-me  ao perceber que evoluí um bocadinho nesses poucos últimos 60 anos.

Quando tinha lá meus 5 ou 6 anos, meu pai (talvez mais minha mãe, sei lá) costumava presentear-me com carrinhos de brinquedo nas festas (Natal, aniversário etc).
Meu pai ficava furioso, mas o facto é que minha primeira atitude diante do dito carrinho era desmontá-lo. Talvez fosse mais preciso definir minha atitude como a de destruir o carrinho.
Bem feito. Tivessem me dado alguma boneca, eu - ao desmontá-la - talvez descobrisse o sexo com mais rapidez. Mas talvez meu pai também não apreciasse essa minha evolução.
Agora, do alto de meus 67 anos, garanto que não vou destruir a máquina Canon que vou receber amanhã. Vou ler os manuais (sim, hoje em dia, um manual é pouco), vou estudá-la detalhadamente. Talvez isso não impeça que eu venha a destruí-la mais adiante. Fazer o quê?

Pensando bem, minha evolução talvez tenha sido às avessas. Aos 6 ou 7 anos, destruía os carrinhos de modo propositado.
Hoje, eu os destruo sem querer.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Saúde

Pela Constituição brasileira, vide artigo 6º, todo brasileiro tem direito à saúde.
Ficar doente no Brasil, conclui-se, é inconstitucional.

Já em Portugal, temos direito à protecção da saúde e o dever de a defender e promover. (artigo 64, 1)
É claro que, com o tempo, eu, português em tudo neófito no que respeita à vida neste cantinho da Europa, vou experimentar situações desagradáveis em relação ao serviço nacional de saúde. É da vida. Nenhum sistema é perfeito. Mas, até agora, sou todo elogios ao tal sistema.

É verdade que quando meu médico de família solicitou - em Dezembro passado - uma consulta com um cardiologista, o hospital informou que o prazo para isso andava aí pelos dez meses. Resultado: fui a uma consulta em clínica privada. Mas, diga-se, no Brasil eu pagava um dinheirão a um plano de saúde e volta e meia tinha também de recorrer a consultas pagas.

Ontem, meu cardiologista me recomendou que procurasse um pneumologista para analisar a hipótese de haver um carcinoma em meu pulmão. Hoje de manhã fui a meu médico de família, no Posto de Saúde. Levei os resultados da angioTAC (imagens e relatório).
Ele não precisou das informações que levei. Tinha-as todas em seu computador. Imediatamente telefonou à colega pneumologista, no hospital, mencionou meu caso, ela abriu lá as mesmas informações de meu exame, analisou-as e decretou, para meu alívio, que não havia nada que preocupasse, naquelas imagens.
Como bem dissera meu cardiologista, os analistas que produzem o relatório precisam de levantar todas as hipóteses. E foi o que fizeram.
Fui orientado a fazer alguns exames de rotina relativos à capacidade pulmonar. E, por via das dúvidas, fazer outras imagens daqui a 3 meses. Por excesso de cautela. Tudo bem, apenas eu preferiria um excesso de caldo de galinha.

Ah! Detalhe: fora a consulta ao cardiologista, tudo o mais gratuito.

Grande coisa. No Brasil eu nem poderia ficar doente. Continuaria a usufruir do direito à saúde.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Mirandelinda

Perdoem o mau gosto do título. É que Mirandela é, de facto, uma cidadezinha linda.
Hoje fomos até lá. Enquanto o cardiologista não nos atendia, andámos pelos jardins à beira do Tua. Rosas vermelhas, vermelhíssimas, aliás. E flores outras. Muitas flores.

Cuidam bem de Mirandela.

(talvez fosse melhor, já que estou para neologismos, falar em Mirambela...)

E, para maior dos bens, havia sol. Muito sol.

Quanto a meu cardiologista, foi sensato: disse-me que, quanto à aorta, estou perfeito. E recomendou-me que procure logo um pneumologista, pra ver o que fazer dessa mancha que resolveu povoar meu pulmão.

À saída de Mirandela, uma paradinha para comprar sandálias. O verão, afinal, vem aí.

Já quase em Bragança, parámos à beira da estrada para comprar cerejas. A região está coalhada de cerejas, brilhantes, vermelhas. Deliciosas.

Minha prima Isabel, preocupada comigo, fez várias recomendações quanto ao encaminhamento de consultas a especialistas e tal. Vou segui-las à risca.

Como dizia, as rosas às margens do Tua estão lindíssimas.

domingo, 20 de maio de 2012

Amizade e ideologia

Se for pra escolher, escolho a amizade.

Tenho dificuldade em entender como é que alguém joga fora uma amizade por discordância ideológica.

Já li, no blog de Janer Cristaldo, que ele abandonou uma amiga porque ela só comeu em MacDonalds quando esteve na Espanha. E isso depois de - supremo pecado! - ele ter indicado a ela os restaurantes mais interessantes, do ponto de vista dele, conhecedor do país.
Tive uma amiga que me mandou às favas depois que lhe enviei por e-mail uma paródia de um filme sobre os últimos dias de Hitler, em que as falas do ditador eram legendadas como se fosse o Lula a falar com seus asseclas. Isso depois de eu lhe arrumar dois empregos.
Essa mesma ex-amiga, em tempos idos, me confessara que ganhara uns trocados para escrever um artigo para jornal defendendo a não implantação de aeroporto em Ilha Bela, São Paulo, sob pretexto de defesa da natureza etc etc (trocados pagos por um dono de terras na ilha, interessado no aborto do plano do aeroporto).
Aliás, quando fui apresentado à palavra "ecologia" foi por meio de um picareta que comigo trabalhava na Promon Engenharia S.A., em São Paulo, no final da década de 70. Era o Barba, um rapaz que, algum tempo depois, detonou outro colega com o qual fizera sociedade em uma empresa de informática.

Ou seja, cedo aprendi que ecologia rima com patifaria.

Mas, a meu ver, nada justifica abandonar uma amizade por não se concordar com as ideias do amigo.
Claro está que se o amigo for um bandido, é melhor afastar-se. Mas, ao construir a amizade essa bandidagem não ficou visível?!

E, até onde sei, não gostar do Lula e do PT não se enquadra em nenhum artigo do Código Penal Brasileiro. Ao menos por enquanto. E não ter simpatias pelos BigMacs não invalida uma relação prazerosa.

Mas há coisas que as moedas fazem e de que até os deuses duvidam.

sábado, 19 de maio de 2012

Notas esparsas

E as reacções de amigos e parentes (são todos amigos) a respeito de meu último post foi reveladora de cada um: meu primo Wanderley falou de pensamento positivo e de como ele opera milagres. Ele, como sempre, empolgado com o extraordinário. Minha primogénita gostou muito do que Wanderley escreveu. Ela também gosta muito de pensar positivo. Apenas dá sempre uma grande mãozinha ao dito cujo pensamento positivo e consegue realizar proezas. Meu amigo Marcelo, super realista, sugeriu que eu viva os próximos 3 meses na maior alegria e deixe pra pensar no novo exame só quando chegar a hora. E, então, manter o foco nisso. Milton, meu amigo e ex-chefe, ignorou a parte duvidosa do resultado do exame e festejou a parte boa. Minha nora e sua mãe me lembraram que ainda há netos por vir. E que não fica bem eu não aguardar por eles. Vou esperar pelos ninjinhas, como meu filho chama seus futuros rebentos. Meu hermanito Luiz não se contentou em mandar e-mail. Telefonou para ver o que podia ser feito. Também meu amigo Reinaldo queria resolver já a coisa. Nada de aguardar 3 longos meses. Minha querida Helga, alemã muito brasileira, lembrou coisa parecida que aconteceu com a mãe dela. E sugeriu não dar muita bola pra isso. Minha irmã, Alciléa, também minimizou tudo. Ela é como o ex-ministro Ricúpero, só que do bem: o que é bom a gente amplia; o que é mau a gente relativiza e, se possível, menospreza. Há, além desses, os que ainda não leram minhas notícias.
Mas sejam todos louvados. Bem hajam!

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Bragança, esta terra abençoada, resolveu imitar São Paulo e Rio de Janeiro. Deve ser pura inveja. Sábado passado, em uma briga de trânsito (como pode existir isso aqui?! Aqui não há trânsito!), lá pelas 23 horas, discutiam: um rapaz de 30 anos e um senhor de 60. Este último sacou de uma arma e atirou três vezes no jovem. Este, ferido, tentou fugir com sua viatura (como se diz aqui). Deve ter perdido os sentidos pois bateu em um contentor de lixo que saiu a voar e atingiu uma senhora que voltava de uma procissão, acompanhada de outras pessoas. Resultado: a senhora ficou bem ferida, o rapaz idem e o senhor que atirou foi preso. Agora fico a saber que enforcou-se na cela. Serão efeitos da crise?

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A revista Sábado desta semana traz em destaque matéria sobre como o Facebook ganha dinheiro. Em resumo: eles ficam de olho em seus interesses e preferências, manifestados em comentários, fotos e tudo o mais e orientam propaganda para as pessoas que aparentam gostar dos produtos oferecidos.

Diga-se que não é apenas o Face que faz isso. O Google é mestre na arte.

Só espero que eles aperfeiçoem um bocadinho mais seus métodos. Acontece que eu estava interessado em adquirir uma boa máquina fotográfica. Pesquisei na internet, encontrei o que desejava e comprei. Agora, qualquer página que abro no navegador traz comerciais de máquinas fotográficas. Alô, pessoal do Google! Eu já comprei! Quer dizer: não adianta me cutucar porque não vou comprar novamente.

A menos que a Simply Electronics não entregue a minha máquina. Eles me mandaram e-mail domingo passado a dizer que eu havia passado nos testes de segurança contra fraudes e que iam me enviar minha encomenda. Até agora, nada!

Eu disse fraude? Sai azar!

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Cravo e ferradura

Hoje nosso anjo da guarda, a Fátima, veio trazer-me o resultado do exame, deixado - finalmente - pelo carteiro.
Agradeci e corri para o escritório para ler o relatório.

O início, auspicioso: "dilatação moderada da aorta ascendente (46 mm)". E os que analisaram as imagens não conheciam o exame feito em São Paulo (com resultado exagerado de 46,3 mm). Até aí, maravilha!

Devo pedir desculpas a minha aorta por chegar a ter duvidado de sua competência.

E graças ao Dr. Heno e a meu amigo Marcelo (que o recomendou) e com o aval do dr. José Leandro, cá em Bragança, que validou todas as observações do dr. Heno Ferreira Lopes, M.D., Ph.D., Doutor e Prof. Livre Docente pela FMUSP. Louvados sejam!

E não cito os açougueiros que pretendiam operar-me, em São Paulo. Hesitaram em aceitar Janeiro deste ano como data para a cirurgia. Cirurgia de uma aorta estável, como agora se comprova. Cirurgia que, na opinião unânime de meus cardiologistas, seria desastrosa. Não os cito porque poderiam processar-me. E, no Brasil, a experiência ensina que venceriam a batalha jurídica e descolariam a grana que não conseguiram com a cirurgia. Talvez bem mais.

Mas, nem tudo é alegria.

Depois de algumas frases em grego arcaico, o relatório conclui: "[no pulmão] identifica-se uma opacidade nodular mal definida em vidro despolido, com aproximadamente 2 cm, (...) contudo recomenda-se controlo imagiológico dentro de 3 meses, uma vez que a hipótese de carcinoma bronquíolo-alveolar não pode ser formalmente excluída."

Descobri que "carcinoma bronquíolo-alveolar" é, para os íntimos, CBA.

Ou seja, os guapos rapazes de Viana do Castelo, que fizeram a análise das imagens de meu tórax, não ficaram satisfeitos com a estabilidade de minha aorta e resolveram atribuir-me - com o benefício da dúvida - um CBA.

Como o exame tira-dúvida só será feito lá pro final de Julho, vou viver esses 3 meses como se fossem os três últimos.

Convenhamos: como deveríamos viver toda a vida.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Crise

Um dos efeitos da crise, ao menos em Bragança, foi a diminuição do número de carteiros. Vai daí, as correspondências demoram mais a chegar. Segunda-feira liguei ao Hospital de Macedo de Cavaleiros para saber se já estava lá o resultado de minha angiotomografia (angioTAC). Disseram-me que sim e que ma enviariam pelos Correios, no mesmo dia. Hoje é quinta e nada... Soubesse eu disso e teria me disposto a buscar o resultado pessoalmente no Hospital de Macedo. Demora-se pouco mais de meia hora para chegar lá.
Cá estou eu, ansioso. No último post, aliás, menti um bocadinho. Disse que não conseguia pensar em mais nada. Não é bem assim. Penso também em minha Canon EOS 5 Mark III, com seus penduricalhos todos. Também está para chegar e nada. E na documentação que enviei ao Ministério do Planejamento, sobre minha anistia. Nada também.
Enfim, parodiando Chico Buarque, sou um poço até aqui de expectativas. Expectativas postais. Uma delas, crítica.

Enquanto isso, Portugal enfrenta sua crise.

Cada um com a crise que merece.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Medidas

Os políticos vivem de tomar medidas, caso da situação, ou de cobrar medidas, caso das oposições. Mas são medidas em sentido diverso daquele a que desejo referir-me.

Falo de medidas com fitas métricas.

Há os obesos, que fazem enormes sacrifícios para diminuírem alguns centímetros no perímetro do abdómen, ou, como rezam os dicionários, pança, barriga, ventre.

Quanto a mim, faço algum esforço para que minha aorta não supere os 46,3 mm do ano passado. Para os neófitos no tema, informo que o diâmetro normal da aorta é de 39 mm. Se chegar aos 50 mm o indivíduo está fadado a não conseguir terminar o "Ai!" de quando ela romper-se. Ou a submeter-se a uma cirurgia que o deixará - no mínimo - com sequelas neurológicas graves (*).

Essas dilatações de artérias não têm hipótese, actualmente, de redução. O máximo que se pode esperar é que não aumentem. Em meu caso, como os 46,3 mm de Abril do ano passado foram medidos de modo um tanto equivocado, é possível até que - no exame feito agora, no mês passado - o valor regrida um bocadinho.

O resultado está a caminho.

E eu, compreensivelmente, com os nervos à flor da pele.

Desculpem lá o assunto do post, mas não há outro que me ocupe a mente, no momento.

(*) Isso vale para meu caso, que é o de dilatação da aorta ascendente e do arco aórtico. Há casos mais favoráveis, solúveis com cirurgia pouco invasiva, como quando a dilatação é na aorta descendente.

sábado, 12 de maio de 2012

As fases dos políticos

O político, ainda na oposição, é assim:


Depois que assume o poder fica assim:


É assim em todo lado.

(fotos do Público, de hoje)

sexta-feira, 11 de maio de 2012

sábado, 5 de maio de 2012

Distúrbios do sono

Gosto muito de dormir. Mesmo em viagens. Já conheci brasileiros que diziam dormir pouquíssimo quando vinham à Europa.
- Estás louco!? Não vou dormir em euros!
Quanto a mim, durmo em qualquer moeda.

Nem sempre foi assim.
Faz quase 13 anos que parei de fumar. Foi parar de fumar e começar a engordar. E começar a roncar. E começar a ter apneias durante o sono.
A Baixinha não conseguia dormir nem tanto pelo meu ronco mas mais pela aflição de perceber que, ao longo da noite, eu volta e meia parava de respirar. E ela a esperar que eu ressuscitasse...
Em 2.002 fui ao Instituto do Sono, em São Paulo,fiz o exame e comecei a utilizar a maquininha para dormir. No início foi uma Resmed Autoset Sullivan 2000:



Era um trambolho e eu, para maior dos males, não comprei o humidificador.
Em 2.007, quando fui à Austrália conhecer o neto recém nascido, o Taj, comprei a Resmed S8, com humidificador H3i. Muito mais compacta e confortável.



Um belo dia, levei um susto que me acordou e me fez sentar abruptamente na cama. Resultado: como o criado mudo era alto, o S8 desabou, espatifou-se no chão e pensei que havia morrido (o S8, não eu). Ele era resistente e sobreviveu ao tombo. Mas, aos poucos, começou a produzir um chiado agudo. Fraco, é verdade, mas que - no silêncio da noite - incomodava. Aqui em Portugal, voltei a utilizar o Sullivan 2000 enquanto tentava descobrir quem poderia resolver esse problema para mim. E descobri a D'Ar Saúde, na Maia. Empresa que vende, aluga e dá assistência técnica a aparelhos Resmed. Lá vai a propaganda gratuita: R. de Montezelo, 105A, na Maia, perto do Porto. Telefone: 229 287 800. Mandei para o conserto a minha Resmed S8 e adquiri uma Resmed S9, com humidificador também:



Na época pré-maquininhas, eu conduzia meu carro na Marginal Pinheiros, ao voltar do trabalho, dando tapas no rosto pra não dormir ao volante. Se ia assistir a um concerto ou a uma peça de teatro, tinha de fazer um enorme esforço para não dormir durante a apresentação. E por aí vai. Já vários médicos me disseram que a maquininha do sono nos fornece mais dez anos de vida. Não sei como se pode saber uma coisa dessas. Mas posso dizer que a vida volta a ficar maravilhosa depois que você passa a usar a dita cuja (a maquininha, não a vida).
Bom. Já dei minha dica. Agora cabe a você acordar (?!) e correr atrás. Isso, é óbvio, caso você tenha os sintomas do sono ruim: não sonhar, viver com sono etc etc. Caso não os tenha, boa noite!

terça-feira, 1 de maio de 2012

Tu pisavas nos astros, distraída


Ontem comprei meu último (the lastest, not the last one) sonho de consumo: uma Canon 5D Mark III. Só falta aprender a fotografar... Não gostaria de fotografar o óbvio. Queria, por exemplo, fotografar a mulher do morro, a pisar, displicente, o chão do barraco, no qual a lua projectava luzes que recriavam astros.



A música é do próprio intérprete, o imortal Sílvio Caldas. A letra, clássico da poesia brasileira, de Orestes Barbosa.