sábado, 29 de agosto de 2015

Portugal e os que fogem para a Europa


Há momentos em que dois problemas podem combinar-se para uma solução.
A Europa está às voltas com a invasão de grandes contingentes de asiáticos e africanos.
Portugal, por seu turno, está às voltas com o fenômeno da desertificação do interior.
Para falar mais amplamente, com a drástica redução de sua população.

Por que não ligar os pontos e desenhar uma solução?
Por que não aceitar a entrada de largos grupos de sobreviventes de barbáries e dar-lhes a oportunidade de ocupar aldeias e trabalhar na agricultura?
Seria possível utilizar a experiência de agricultores portugueses reformados para ensinar aos recém chegados as técnicas agrícolas e pastoris.

Há problemas difíceis em um programa desses? Há.
Mas os políticos teriam, com isso, a oportunidade de não se ocuparem unicamente com os processos eleitorais, com a micropolítica.
Poderiam equacionar e resolver os problemas que surgiriam de tal projeto.


Onde estarão os líderes de um processo assim audacioso?

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Pais, mães, filhos


Meu pai costumava reagir assim: quando um dos filhos realizava algum brilhareco, virava-se para minha mãe e se vangloriava: "Viste minha filha? Viste meu filho?"
Quando algum filho fazia alguma bobagem, acusava:
"Olha o que teu filho fez! Como tua filha faz uma coisa dessas?"

Só agora, por estudar as características da poesia bíblica, me dou conta de que meu pai tinha - para tais atitudes - fundamento canónico.
Está em Provérbios 10:1:
O filho sábio alegra o pai
O filho insensato entristece a mãe.
A saber: a alegria é paterna. A tristeza, suporta-a a mãe.

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Comemoração

Uma pequena digressão: no dia em que li na Internet que dois vinhos tintos portugueses tinham sido escolhidos - pela Wine Spectator - como o terceiro e quarto melhores vinhos do mundo em 2014, não resisti. Fui ao sítio da Garrafeira Nacional e comprei meia dúzia de cada um deles. Dia seguinte eles sumiram dos catálogos. 
Como sou um pequeno-burguês que se contenta plenamente com tintos portugueses lá pelos 6 ou 7 euros, ao pagar algo como 60 euros por garrafa do Chryseia 2011 e do Quinta do Vale Meão 2011, meti-os na garrafeira e não vislumbrava oportunidade de os consumir.

Acontece que hoje é o dia em que completamos - a Léa e eu - dezesseis anos de casamento. Concordamos em que era ora de deixar de lado nossos habituais Papa Figos e que tais e abrir um Chryseia 2011.
Sou incapaz de descrever tal perfeição.
Somado ao polvo com cebolas da aldeia e azeite de Macedo de Cavaleiros que a Léa preparou, fez jus ao clima de satisfação pelos anos já vividos.
Mas não dispenso um comentário miseravelmente calculista: a Garrafeira Nacional, hoje, vende o Chryseia 2011 tinto por 199,50 euros.
Shalom!

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Os extraterrestres e seus ensinamentos


O Livro de Enoc (o nº 1; há outros dois) não entrou na Bíblia tal como existe no cristianismo ocidental (mas compõe a Bíblia copta). Mesmo assim é citado em alguns livros da Bíblia que conhecemos no Ocidente. Por exemplo na epístola de Judas, versículos 14 e 15.
Além disso, os cristãos primitivos o tinham em alta conta e vários Pais da Igreja o consideravam de inspiração divina. A tradição o tinha como de autoria de Enoc, ancestral de Noé, mas nos dias de hoje se acredita que o texto tenha sido escrito por vários autores judeus entre os séculos III e I a.C.

Dito isso, vamos ao livro. Ele é um prato cheio para os que gostam do tema “extraterrestres”.
Enoc conta que os homens, antes do dilúvio, eram orientados por seres eternos, os Vigilantes, que haviam descido dos céus.
Por não conhecerem a morte, não havia motivo para que procriassem.
Mas começaram a encantar-se com as mulheres e resolveram casar com elas.
Tiveram então filhos gigantes. Esses começaram a destruição da terra
Quanto aos Vigilantes, dado que agora casados com seres humanos, passaram a contar-lhes os segredos que conheciam e aos quais os humanos ainda não tinham acesso.
São esses segredos que me surpreenderam. Ao menos alguns deles.

Os líderes dos Vigilantes eram vinte e tinham nomes curiosos, todos terminados em “el” (em hebraico, essa partícula “el” denota a divindade). Era mesmo de se esperar que eles ensinassem, como o fizeram, a fabricar espadas de ferro e couraças de cobre; como se extrai e se trabalha o ouro; a fazer da prata braceletes e outros adornos; como cortar raízes, os sinais da terra, os presságios do sol e os da lua. Ou seja, os segredos da agricultura.
Como até extraterrestres costumam ser supersticiosos, os Vigilantes ensinaram também aos humanos: encantamentos, feitiços, bruxarias, magia e habilidades afins.

O que mais me chamou a atenção: enquanto Baraq'el ensinou os sinais dos raios (em hebraico, “barak” é “raio”), Kokab'el os presságios das estrelas (em hebraico, você já adivinhou, “kokav” é “estrela”(o segundo "k" tem som de "rr" gutural)), há um líder dos Vigilantes de nome estranho - “-'el” (ou seja, antes do “el” há apenas um hífen) – que ensinou aos humanos “os significados”. Seria -'el um professor de filosofia?


Por fim, Asa'el ensinou às mulheres – entre outras coisas – a maquiagem dos olhos.

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Pequena biografia de José Dirceu


No movimento estudantil, era um garotão bacana que logo percebeu que política estudantil era um jeito ótimo de papar as meninas.
Ajudou a montar o congresso da UNE em Ibiúna. Logística impecável. Lugarejo de poucos habitantes encheu-se de repente de um montão de jovens. A padaria não dava conta dos pedidos.
Descobertos pela repressão foram todos em cana.
Quando uns camaradas mais barra pesada sequestraram um embaixador e resolveram pedir a libertação de presos políticos, consta que estava difícil montar a lista. Para recheá-la tascaram nela o Zé.
E lá se foi Dirceu pelos ares. Aterrissou em Cuba. Lá o clima ficou um bocadinho mais pesado. Teve de passar por treinamento militar etc etc.
Disfarçado por uma cirurgia plástica voltou ao Brasil  Que se saiba, sentou praça em uma cidadezinha de interior, casou por lá e sobreviveu até a anistia.
Depois disso pegou carona na popularidade de Lula e mostrou-se um administrador eficaz no comando administrativo do PT.
Jogou fora o pacote ideológico desenvolvido pelos "culpados inúteis" da academia e partiu para o pragmatismo de tomar o poder a qualquer custo.
Como esse custo era alto, desenvolveu técnicas para cobri-lo.
Tudo com a aquiescência de Lula:
-Você toca a máquina que eu gasto a saliva. Só não esquece da minha parte.
Graças ao boquirroto Roberto Jefferson, teve de abandonar o vice protagonismo e partir para carreira solo.
Suportou uma prisãozinha light. Volta agora ao xilindró, ao que parece com os dias contados.
Não os dias de vida que só ao Altíssimo pertencem.
Mas os dias de tranca o juiz Moro vai contar. 
Logo, logo.