quarta-feira, 22 de dezembro de 2004

Chaves


Em Chaves, outro almoço perfeito: Cozinha do Convento.

É no Hotel do Forte, se não me falha a memória
Ao sair de Viana, fomos para Vidago, um pouco ao sul de Chaves, para nos hospedarmos no Palace Hotel, dica do Pedro Malheiros, do blog "Chaves...cidade on line...".
O hotel é enorme, imponente. Ao chegarmos, entramos com o carro na alameda que conduz à porta principal do hotel. Fomos impedidos por uma cancela. Ao pararmos, um sentinela todo paramentado aproximou-se:
Seu nome?
Renato.
Santos Passos?
Sim.
Pode entrar. Está a ser aguardado.
Fiquei encantado. Sabiam quem era eu, naquela imensidão.
Logo descobrimos: éramos os únicos hóspedes, em um total de 84 ou 85 quartos.
Por isso, ficamos um dia a menos do previsto. Era muito hotel pra tão pouco hóspede.

Valença, ou de Faro a Faro


Valença fica às margens do rio Minho, na fronteira setentrional. Há lá uma fortaleza enorme, dentro da qual funciona um pequeno centro comercial muito visitado pelos espanhóis. Veja a fortaleza (ou melhor, pequena parte dela):

Quem se dispõe a invadir?
Depois de visitá-la, como queríamos almoçar, encontramos a subida para o Monte do Faro. Lá no alto, um restaurante de comida divina e serviço impecável. O rapaz que nos atendeu, de forma perfeita, tem um sonho: ir morar em Salvador e montar uma pousada no nordeste brasileiro. Vejam só. É por isso que a espécie humana é tão encantadora. Há gosto pra tudo.
Lá do alto, fotografamos o rio Minho:

Dizer o quê
Valença vista lá do alto do Monte do Faro é assim:

Aqui termina (ou começa) Portugal
Agora, além dessa surpresa de encontrar um Faro bem ao norte, quando o que conhecia era a cidade de Faro, lá no Algarve, bem ao sul, tive outra surpresa, que - pensando bem - já deixou de ser surpresa. É que a qualidade de vida desses habitantes do cantinho sudoeste da Europa parece que melhora quanto mais eles reclamam de tudo.
Ao subir ao Monte do Faro, passa-se por um lugarejo (digamos que deve ser um bairro de Valença, algo assim) chamado Picões. É cada casa mais linda que a outra. Fotografei uma, juro que absolutamente ao acaso, e um pedacinho da rua em que ela fica, só pra dar uma idéia.

É pouco?
Disseram-me serem casas, na maioria, de médicos do Porto

Viana do Castelo


Viana (para os íntimos) fica ao norte do Porto, junto ao Atlântico, na foz do rio Lima. Cidade deliciosa (mas não se deve comê-la), tem o Monte de Santa Luzia, no alto do qual fica a Pousada idem idem e uma igreja muito freqüentada. Vejam só:

Essa é a pousada
O mar visto de nosso quarto
Rio Lima visto da Igreja
Saca só a névoa sobre o rio Lima
Mas Viana não é só Monte de Santa Luzia. Olha só o pessoal a aproveitar o domingo de sol na Praça da República:

No stress
Uma igreja próxima à Praça da República, pra vocês poderem dizer que já conhecem Viana:

Mais, só indo lá

Ainda Braga


Aqui dentro da Catedral ainda não se vende BigMac.

Há muitos arcebispos enterrados aqui

Ainda Bussaco


Esta é outra vista do Hotel Palace, na Serra do Bussaco, junto a Mealhada.

Pra ficar lindo, tem que enfeiar um pouco

Vida Normal


Pronto. Parece que tudo volta à normalidade. O carro ficou pronto hoje pela manhã. No final da tarde devolvo o "carro de substituição" na Hertz. Ao meio-dia o funcionário lá não estava. Como já expliquei aqui, cada loja tem "no máximo" um funcionário. Se ele precisa deslocar-se por qualquer razão, coloca à porta um aviso "Volto já" e adeus.
Aproveitamos para vir ao CyberCentro de Bragança para postar umas fotos. Por enquanto, fiquem com a imagem de um pedacinho da Barragem de Gerez, no Minho. A baixinha estava com frio. Não era para menos.

Que friiio!

sábado, 18 de dezembro de 2004

Da dupla nacionalidade


Estamos hospedados em uma casinha de pedra, recuperada para turismo rural, em plena aldeia de Pinheiro Novo, Parque Natural de Montesinho, quinze minutos acima de Passos (de carro). Lá a Internet não entra de jeito nenhum. O sinal é muito fraquinho. Nem telemóvel/celular consegue-se utilizar. Preciso achar um lugar onde possa usar meu portátil/notebook. Viemos hoje a Bragança tentar consertar um vazamento de óleo no carro (e aproveitar para escrever este post em um centro de informática que há na cidade). Ainda não foi possível fazer o conserto do carro, mas fica a história do mecânico que me atendeu muito gentilmente em uma oficina Peugeot:
Perguntou-me ele:
És brasileiro ou português?
As duas coisas, disse eu.
Então, és português.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2004

Braga, capital religiosa de Portugal


Quer mostarda?
Vai um Big McHóstia Feliz?

O leitão de ouro


Quando Moisés subiu ao Sinai para receber as tábuas da lei, demorou o suficiente para que o povo judeu iniciasse a adoração do bezerro de ouro. No dia oito do mês da graça de dezembro de 2.004, em Mealhada, o povo esqueceu-se que era dia de nossa senhora da conceição. Encheu-se de leitões.

Que delícia!

A Voz do Seven


essa placa fica em Bussaco
Olá António Neves, do Voz do Seven. Não fui até lá, mas lembrei-me de ti.

Obs: não postei esta foto antes pelos problemas que tive com a placa Vodafone. Parece que os pacientes técnicos do Vodafone F. C. estavam com a razão. Faltava-me instalar vários anti-spywares e um firewall. Agora, aqui em Vidago, a coisa começou a funcionar.
Deus seja louvado.

sábado, 11 de dezembro de 2004

Como aprender a ser português em algumas lições


Desde que chegamos a Viana do Castelo não paramos de aprender coisas interessantes. Por exemplo: percebi que o carro estava com quase nada de óleo no motor. Fomos a uma concessionária Peugeot. Confirmou-se o que já havíamos reparado em lojas, restaurantes etc. Quase sempre há apenas um funcionário a atender ao público. Espera-se muito, portanto. Quando se é atendido, tratamento de rei (nem que seja para informar que o produto não existe, que o serviço não está disponível etc etc).
Veja-se o caso da oficina de veículos. Em São Paulo, chega-se com o carro a uma dessas oficinas (ditas "autorizadas"). Há sempre duas ou três mocinhas bonitinhas, atraentes e sorridentes para recebê-lo. Dão-lhe boas vindas e pedem que aguarde o atendente técnico. Em resumo, não fazem nada. A não ser agradar ao olhar. O técnico chega (há sempre vários deles por ali), faz perguntas, preenche uma enorme ficha e leva o carro lá pra dentro. Manda que telefone três ou quatro dias depois, para saber se o carro já está pronto.
Em Viana, entrei na oficina Peugeot. Havia lá um rapaz a atender outro cliente. Demorou uns quinze minutos até tomar conhecimento da minha existência. Disse que metesse o carro pra dentro da oficina (os portugueses usam o verbo "meter" com uma habitualidade surpreendente). Examinou o nível do óleo, disse que estava tudo em ordem no Universo, preencheu o reservatório com um pouco mais de óleo, desejou-me bons passeios e foi atender a um outro cliente que esperava pacientemente. Era o único ser vivo nas imediações.
E o telemóvel? Vida dura a de um brasileiro que adquire um telemóvel em Portugal. Primeiro, tem de aprender a não falar "celular". Depois, bom, depois há a questão do carregamento de créditos. Estamos hospedados lááá no alto do monte Santa Luzia. Como meus créditos do celular haviam terminado em meio a uma conversa técnica com um funcionário Vodafone que tentava explicar-me porque a placa pela qual paguei uma fortuna não funciona, lá fui ao centro comercial Estação Viana à busca de uma loja TMN para carregar mais créditos (comprei um celular TMN e uma placa para Internet da Vodafone. Percebi que essas empresas, cá em Portugal, são algo do tipo Benfica e F.C. do Porto. Como quero estar bem com todos...). Chego à loja, aguardo que a única funcionária existente (como já disse, é sempre assim)se livre do cliente anterior, e solicito um carregamento. E ela:
- Qual a referência? (na verdade, ela falou algo como "rifrênxia")
Olhei-a com cara de "I beg your pardon".
- A rifrênxia. Rifrênxia Multibanco.
????
- O senhor deve ter um número que lhe forneceram ao adquirir o telemóvel. É a referência Multibanco.
Lá vou eu, morro acima, buscar dois dígitos esquecidos no hotel.
Quanto à placa Vodafone, bem. Lembra um pouco a história do inferno brasileiro. Pra quem não sabe: sujeito chega ao inferno e é informado que pode escolher. Tem inferno suíço, inferno brasileiro etc etc.
Ele pergunta como é o suíço.
Olha, às terças e quintas come-se merda.
E no brasileiro?
Come-se merda todos os dias.
O indivíduo escolhe o suiço. Está a dirigir-se para lá, passa na frente do inferno brasileiro. Uma porção de gente a querer entrar.
- Mas por que todos querem o inferno brasileiro. Aí come-se merda todo santo dia. No suíço só terças e quintas.
Explica o guia: é que no suíço é inevitável comer-se merda às terças e quintas. No brasileiro, em tese, é todo dia. Mas num dia falta panela, no outro não tem prato, depois é a própria merda que falta...
Ao vir para Portugal, trouxe um "portátil" (é assim que se chama "notebook" aqui). Ao aqui chegar, comprei um telemóvel e a placa Vodafone para acessar (fala-se "aceder") a Internet. Adquiri também uma máquina fotográfica digital para entupir meu blog de fotos maravilhosas. Mas, como em todo bom inferno brasileiro, um dia é a placa que não funciona, em outro o portátil trava, volta e meia lá se vão os créditos de telemóvel e da placa etc etc etc. Ah. Já aconteceu de terminar a carga da bateria da máquina fotográfica no momento de uma linda foto.
Vamos em frente.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2004

quarta-feira, 8 de dezembro de 2004

Conímbriga


Claro que o dia começou por Coimbra. Consegui comprar uma placa Vodafone (viu, Asulado) para acessar a Internet sem fio e sem wi-fi e uma máquina digital. Meu Pai Natal está completo. Só não ponho aqui já uma foto porque fui meter o CD com fotos do Hotel Palace de Buçaco no drive de CD e ele sumiu dentro do notebook (mais problemas a resolver).
No almoço, leitão no Pedro dos Leitões, Mealhada. Isso sim, é algo que se pode sem receio de errar chamar de "o melhor do mundo". Quando comecei a comer, deixei escapar uma exclamação: "Huummmmmm!". A baixinha já caiu matando: "não começa a elogiar".
Ao contrário, fiz uma crítica: ao invés de mesas e cadeiras, o restaurante devia ser dotado de genuflexórios. Só deveria ser permitido comer esses leitões de joelhos, em atitude de adoração.
À tarde, fomos a Conímbriga, pouco ao sul de Coimbra, ver as ruínas lá existentes. É impressionante. Em Santiago de Compostela eu já ficara fascinado pelos degraus do século XI, gastos pelo uso. Os pés de milhares e milhares de seres humanos ao longo de quase dez séculos gastaram a parte central do mármore daqueles degraus.
Em Conímbriga, você se vê dentro de casas construídas entre os séculos I e IV. Quase é possível ver pessoas praticamente contemporâneas de Cristo a andar por salas, quartos, banheiros e cozinhas.
É um verdadeiro choque temporal. Saímos de lá em silêncio, reverentes.
Não sei se sabem, mas sou fã incondicional da espécie humana.

terça-feira, 7 de dezembro de 2004

Aveiro: ovos moles, farol rijo


Saímos do hotel lá pelas dez da manhã. Fazia um frio de quatro graus Celsius. Dia lindo, céu azul, tudo ensolarado. Ao descer a serra já se consegue uma "melhoria" de uns quatro a cinco graus na temperatura. De Buçaco passa-se por Luso (um lugarejo. Dirão os brasileiros: mas, por aí, tudo não é luso?), chega-se a Mealhada e, daí, à auto-estrada Lisboa-Porto, a A1. Fomos por ela até a entrada para Ílhavo. Cidadezinha encantadora, a de meu nascimento burocrático português. Quando entrei na Conservatória do Registro Civil para conhecer dona Zulmira, que tantas vezes aturou-me ao telefone para informar sobre o andamento dos processos de nacionalidade de meus filhos (e, antes, do meu próprio) ela já saíra a almoçar. Fomos, então, às praias. Pensei que fosse um pulinho, do centro de Ílhavo às praias. Ledo engano. É um labirinto guiado por placas. Finalmente chega-se à Barra, balneário bem ajeitado. Fica aí o Farol de Aveiro. Se tivesse já comprado minha máquina fotográfica digital, colocaria aqui a foto do farol. Grandão, imponente. Símbolo fálico evidente, que só pra isso serve. Parece que só os ovos é que são moles, nestas bandas.
Daí, fomos a Aveiro. Cidade grandinha (deve ter uns duzentos mil habitantes, por aí). Não nos demos muito bem. Sem termos feito a lição de casa, não sabíamos nada sobre restaurantes, nada sobre o que visitar, nada de nada. No posto turístico nos disseram que na região do Mercado do Peixe havia uma porção de restaurantes. Comemos em um sofrível. Depois, toca a procurar a loja da TMN pra comprar a placa que deverá fazer este notebook comunicar-se com o mundo depois que não existir mais wi-fi.
E aí aconteceu o que parece justificar o comentário irônico do José Carlos sobre a escassez de tecnologia ao norte de Portugal: ontem, domingo, em Figueira da Foz, o garotão da loja TMN me disse que em Aveiro sim. Sim, lá há uma loja verdadeira da TMN, com tudo à disposição.
Hoje, em Aveiro, primeiro no Forum (centro comercial super bonitinho): não, esta é uma loja contratada da TMN. Em tal lugar assim assim há a real loja TMN. Há lá uma assistência técnica que tudo resolverá etc etc etc. Com a ajuda das explicações de uma gaúcha que encontramos na rua e que mora há três anos em Aveiro (sem perder o pesado acento gaúcho) chegamos na loja verdadeira. Só uma atendente, um monte de gente para ser atendida. Espera que espera. Na minha vez peço a placa. Não, não a temos. Isso só em Lisboa, Porto ou Coimbra. Coimbra? Lá vou eu. Amanhã de manhã.
Ovos moles? São a gemada que minha mãe me preparava na infância, servida em uma casquinha chamada 'hóstia'. Milagre de marketing. Só perde pra Fátima. Pelo menos os ovos moles existem e são deliciosos. Já quanto a Fátima. Deixa pra lá.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2004

Figueira da Foz


Domingo, pede cachimbo. Assim rezava a tradição em minha infância. E, por isso, fomos a Figueira da Foz, a ver aquelas praias fantásticas.
Decepção: o Patinho Feio, do Largo da Má Língua, não havia programado nenhuma recepção. Não havia nenhuma faixa "Santos Passos, benvindo a Figueira". Aliás, acho que nem estava lá, o descuidado. Mesmo assim, foi tudo muito bom. Almoçamos num restaurante à beira mar, comemos santola, gambas consideradas pelo dono do restaurante como as melhores do MUNDO (simplesmente isso), mariscos e algo mais.
Fomos ao Jumbo, adquirimos um telemóvel e fomos a uma loja TMN tomar informações sobre placa de comunicação via internet, sem fio. Um garoto, daqueles fanáticos por informática, deu-nos todas as dicas possíveis e imagináveis. Mas não havia placa disponível para venda. Amanhã, em Aveiro, coloco uma em meu Baixinha-1 (meu sensacional Notebook).
Parêntesis para informação relevante: o Baixinha-1 é "1" não porque vá haver outras baixinhas no futuro. O que, presumo, venha a existir, talvez sejam outros Notebooks (baixinha-2 etc). Ficou claro? Ufa.
Finalmente, sentamos diante de um pôr de sol deslumbrante (brasileiro não está habituado a pôr de sol no mar, bem em frente à praia. Em Camboinhas, Niterói, é assim. Mas é coisa rara, no Brasil).
Tudo estava perfeito até à entrada no bar/restaurante de um trio que chegou em um BMW vermelhão, de gosto discutível. Era um ingênuo e alegre português, na faixa de uns trinta a quarenta anos, acompanhado de uma prostituta brasileira e de uma portuguesa que não sei bem que papel representava no contexto.
Preferia que viessem a Portugal brasileiros mais representativos de nosso país. Parece que não é bem isso que ocorre.
Pedimos a conta e voltamos à serra do Bussaco, que ainda não sei se é Bussaco ou Buçaco. Percebo que ainda não se chegou a acordo quanto a isso.
De qualquer modo, até amanhã. Aveiro nos espere.

Nese-nese fala sobre umbigos


O Eubozeno, lá da "minha" Bragança, mandou-me e-mail sobre o e-mail da minha amiga Lê, de Paris. Como ele mesmo me explica que tentou comentar o post sobre isso e o haloscan não permitiu, penso não ser inconveniente ao tornar público o comentário que ele fez:


- Todos têm direito à masturbação. A manual revela o
gozo por um bom orgasmo. A intelectual revela o gozo
pelas palavras. É tão humano gostar de palavras como
andar à chuva com quem se ama.
- Na internet tudo o que é privado é público pela
simples razão que tudo o que é humano não é estranho a
quem quer que seja. Aliás, a internet é o melhor
espaço de liberdade que jamais existiu.
- As boas relações humanas virtuais entre blogueiros
são possíveis porque também as sabem ter, com outras
pessoas, na realidade. Acusar a blogoesfera de
narcisismo ou de mecanismo de compensação perante as
dificuldades relacionais na vida real, é um exercício
de enlatado psicanalítico, ou para dizer coisas óbvias
ou para julgar implacavelmente os outros.
- As piores relações humanas unilaterais são as reais,
como por exemplo, pedófilo/criança, amo/escravo,
carcereiro algoz/prisioneiro político, marido
violento/mulher submissa; açambarcador/cliente e por
aí adiante.
- Recuso quem se assume, tacitamente, como
"exterminadora implacável" da mediocridade do mundo
moderno, porque lhe faltará uma condição essencial: a
compaixão perante todos, particularmente os medíocres,
se é que os há.
- O mais interessante do e-mail são os significantes
não os significados. É muito interessante aquele mudo
h fazendo o papel de acento em "eh" ...
- Caro SP, continua a escrever. A tua humanidade faz
bem à blogoesfera, ou seja, às pessoas.

Eubozeno, só lastimo que não estejas em Bragança lá pela altura de 16 a 29 de dezembro. Caso isso mude, não deixes de avisar-me. Gostaria imenso de encontrar-te.

domingo, 5 de dezembro de 2004

E deus criou Portugal


E o diabo o fez descobrir o Brasil. E é por isso que é tão bom ser brasileiro e português ao mesmo tempo. Deus e o diabo. Sai-se de sua terra e chega-se a ela. Atlântico no meio.
Aliás, talvez o melhor exemplo de mal necessário seja a viagem aérea transatlântica. Meu único consolo é pensar que no tempo das caravelas era um pouquinho pior.
Lá pelas sete da manhã, já no horário português, vê-se o azul do céu ao olhar para cima. O azul do mar ao olhar-se pra baixo. Só que um pouquinho mais escuro e salpicado de pequenos flocos de nuvens, deixados cair aleatoria e despreocupadamente por algum anjinho errante.
E finalmente: Lisboa, beleza envolta em recato.
Pela A8, vamos a Óbidos. O reencontro é prazeroso. Ao passear pelas vielas de dentro das muralhas, ouço um comentário de uma senhora portuguesa cuja família levou-a a conhecer Óbidos, certamente enchendo-lhe o espírito de expectativas: "Só o que vi até agora foram pedras. Pedras e mais pedras. Nada mais vi."
Almoçamos bem. Um licor de ginja em copinho de chocolate pra fechar a visita.
A8 até Leiria, depois A1.
De Mealhada, chega-se ao Palace Hotel de Buçaco. Deslumbramento.
Estou sentado no bar do hotel, salão imponente mas aconchegante. Meu notebook liga-se ao wi-fi do hotel sem mistérios.
Pra mim, é aterradoramente maravilhoso. Essa tecnologia não pára de me pregar peças. Quase sempre benvindas.
Hora dessas, vamos falar sobre essa construção que abriga o hotel. Melhor que rapadura mole.
Por enquanto, deixa que eu beba mais um Logan e vá dormir. Afinal, idosos recolhem-se cedo.

sábado, 4 de dezembro de 2004

Lá vamos nós


Depois de muita arrumação, centenas de pequenas providências, saímos de casa às 17 horas desta sexta-feira de bastante chuva em São Paulo. Foram "só" duas horas e meia dentro de um táxi e cá estamos: Aeroporto Internacional de Guarulhos, também conhecido como GRU. Pela primeira vez na vida estou a utilizar internet sem fio, wi-fi. E faço a estréia de meu notebook Acer TravelMate 2701WLCi.
Beleza.
(Certo que da primeira vez que escrevi este post, a conexão caiu e perdi tudo que havia escrito).
Mais uma hora e pouco e partimos pra cima do Atlântico. Ele que se cuide.
Lisboa nos espera.
Até mais.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2004

Do fundo do umbigo


Hoje estou deprimido. Talvez por isso tenha postado o e-mail da Lê aí abaixo. Mas confesso que não tenho muitas dúvidas sobre as questões que ela levanta. Já tive. Há uns quarenta anos atrás (pra frente é que não seria, né, seu estúpido), me perguntava sobre o sentido de escrever. Hoje, escrevo. E me divirto imenso com isso. Tenho profunda consciência da unicidade da vida (tomara esteja errado) e procuro usufruí-la ao máximo. Em menos de um ano de blog conheci pessoas maravilhosas, estabeleci relações que me alimentam a alma (seja lá o que seja isso). Pra mim, é justificativa mais do que suficiente pra manter um blog. Fico um pouco frustrado, é verdade, ao perceber que tenho mais facilidade de relacionar-me com portugueses que com brasileiros. Mas isso não ocorre só em blog. Em muito mais o Brasil me é adverso. Não posso reclamar da vida, sempre fui bem sucedido. Mas foi sempre a despeito de, apesar de. O Brasil me torturou, me prendeu, me proibiu durante dez anos o exercício dos direitos políticos. É, foi o Brasil. Não foram os militares, ou um punhado de policiais dementes e sádicos. Não. O Brasil fez isso. O grosso da população - até hoje - tem a mentalidade da ditadura militar, ninguém se iluda.
Mas, que bicho me mordeu? Vamos com calma. Há, no Brasil, milhares e milhares de coisas maravilhosas. Tom Jobim resumiu bem, com aquele forte sotaque carioca: "viver nos Estados Unidos é bom, mas é uma merrrda. Viver no Brasil é uma merrrda, mas é bom".
Sem discordar do mestre Jobim, prefiro morar em Portugal. E é pra lá que vou sexta-feira. Pena que pra ficar só um mês e meio. Um dia vou e não mais volto. Mas vou sempre amar esta terra. Fazer o quê. Sou fruto desta porcaria. Amo esta porcaria.

Blogs e umbigos


Tenho (ou tinha, já não sei) amiga brasileira residente em Paris que visitava meu blog com freqüência. Dia desses, mandou-me e-mail assim:


Retirei o e-mail daqui pois sua autora manifestou profundo desgosto por tê-lo visto publicado sem sua autorização. Eu havia achado desnecessário pedir tal autorização dado que em nenhum momento revelei a identidade da autora. Mas, seja feita sua vontade. Fica aqui meu pedido de desculpa.