domingo, 23 de dezembro de 2007

Vivenciando a Austrália


Não trouxe o portátil. Tenho de postar do BlackBerry. Portanto, fotos ficam pra depois. Seria muito complicado querer postá-las. Não vi, ainda, nenhum aussie (pronuncia-se "Ózi") - ou seja, australiano - de cara emburrada. Aqui todo mundo esbanja felicidade. Também pudera: terceiro IDH do mundo. Perto disto aqui, as discussões mantidas pelos blogs políticos brasileiros ficam reduzidas ao que valem: pagar o salário dos respectivos blogueiros. Natureza indecorosamente linda. Povo civilizado. As normas são obedecidas. Enfim, outro mundo. Nosso genro, hoje, está muito chateado. É que, à noite, foi pescar e um outro pescador furtou-lhe os caranguejos pegos em sua armadilha. Também há espertinhos por cá. O problema, no Brasil, é que todo mundo é muito esperto. Até breve.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

domingo, 9 de dezembro de 2007

Coleta seletiva de lixo


Pergunto: a famosa lata de lixo da História, na qual muitos ainda insistem em ameaçar lançar seus adversários políticos, não deveria admitir coleta seletiva?
Afinal, muitos políticos talvez sejam recicláveis.
Ou não?

sábado, 8 de dezembro de 2007

Será?


O secretário de Segurança Pública informa que esta sexta-feira - 7/12/2007 - foi o primeiro dia (desde 1.995, quando começaram os registros) sem assassinatos em São Paulo, cidade.
Antes que algum vereador ou deputado estadual proponha mais um feriado para comemorar o Dia da Sobrevivência:
Há muitos anos, um colega, engenheiro civil, me informou:
- Não é verdade que não haja terremotos no Brasil. O que o Brasil não tem é sismógrafo.
Agora, sejam ou não confiáveis os tais registros, que coisinha chata de comemorar, né não?

Novo PAC


Acaba de ser lançado: Programa de Aceleração do Carnaval.

Sobrou pro Suplício


O Zé Dirceu, hoje, em seu blog, reclama da falta de interesse investigativo em relação às prováveis falcatruas do senador Garibaldi. E vocifera:

Onde estão os catões que acusavam Renan Calheiros todos os dias? Onde estão Agripino Maia, Tasso Jerreisatti [sic], Artur Virgílio, Pedro Simon, Eduardo Suplicy, Cristovam Buarque?

Sobrou pro Suplicy.

O inefável senador por São Paulo, adorador de holofotes, que se cuide. Uma coisa não tem nada a ver com a outra, mas por coisa tão peanuts quanto essa, teve um tal de Celso Daniel que foi parar numa erma viela da Grande São Paulo, boca cheia de formigas.

Ou não terá sido tão peanuts. Sei lá.

Você compraria?


Nas décadas de 60 e 70, era comum – quando um automóvel novo dava muito problema – dizer-se que tinha sido produzido em segunda-feira após derrota do Corinthians.
Naquela época, Lulla era torneiro mecânico. E corintiano. Sei lá que peças o gajo produzia, provavelmente nem ele mais lembra, mas fico a imaginar a qualidade da produção do ainda anônimo operário.
Se eu fosse jornalista, iria atrás de algum antigo supervisor do moço, pra saber detalhes de sua produção metalúrgica.
E se, na época, soubesse que ele tinha ajudado a produzir algum fusquinha da vida, esse eu não comprava.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Quem mordeu quem?


Há muito se diz que se um cachorro morde um homem isso não é notícia. Já se um homem morde um cachorro, sim, isso é notícia.
Vai daí que não sei quem mordeu quem: virou notícia o fato da mega-sena de R$ 40 milhões ter saído para apostador de São Paulo. Em um país normal isso não seria notícia. Afinal, São Paulo é um estado da federação que responde, grosso modo, por metade da economia do país.
Mas acontece que, quase sempre, quando a mega-sena está acumulada em níveis dessa ordem, o prêmio acaba saindo para alguém de Tocantins, Roraima etc etc.
Vejam só: resolveram deixar sair a mega-sena acumulada para São Paulo.
Isso é notícia.

Nova edição


Foi lançado o Dicionário do Renan, ampliado.
Agora ele tem o verbete renúncia.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Herramos


Antigamente, a seção mais divertida da Folha de S.Paulo era a coluna do Zé Simão. De uns tempos pra cá, passou a ser a seção Erramos.
Hoje, por exemplo:

Diferentemente do publicado no texto “Líder feminista, ex-deputada morre no Rio”, Heloneida Studart ingressou na política em 1978 – e não em 1982 -, pelo MDB. A ex-deputada foi uma das fundadoras do PSDB (e não do PT) e entrou para o Partido dos Trabalhadores em 1989, e não em 1982.

Pergunta-se: será que ela morreu mesmo?!

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Sobre reservas morais da nação brasileira


Dia desses, antes de viajar para a Austrália, a Baixinha foi a um almoço beneficente, levada por grande amiga.
Lá estava a primeira esposa de eminente líder político nacional. Um que, não faz muito tempo, casou-se pela segunda vez, agora com mulher bem mais jovem.
Conversa vai, conversa vem, revelou que apanhava do grande líder freqüentemente.
E teria completado:
- Gostei que ele tenha se casado de novo. Não tenho mais nada a temer.

Ginásticas ideológicas


Interessante observar o modo como argumentos são esgrimidos para demonstrar o acerto de posições já de há muito assumidas e das quais nem os deuses tirariam seus adeptos. Vejam, por exemplo, as argumentações de Reinaldo Azevedo (a respeito do plebiscito venezuelano) e de Max Altman, no blog de Zé Dirceu (a respeito da ascenção de Hitler).

Som e imagem fantásticos


Foi inaugurada, hoje, a TV digital no Brasil.
Agora você vai poder assistir a Zorra Total, Ana Maria Braga, Hebe Camargo, Luciana Gimenez, Ratinho etc etc, tudo com imagem e som maravilhosos.
Parabéns ao povo brasileiro.

domingo, 2 de dezembro de 2007

Decisão acertada


Pelo menos parece.
Enfim, uma entrevista relevante, na imprensa tupiniquim.
O capitalismo é melhor para as mulheres?
Penso que concordo com Deirdre/Donald. Afinal, é o único regime social existente na atualidade. O restante é folclore.

Dia de decisões


O domingo está prenhe de decisões.
A Venezuela decide se deixa Chavez no poder indefinidamente, a Rússia talvez faça algo parecido com o Putin e o PT parece que manterá o camarada Berzoini na presidência.
Apenas com o Coringão talvez ocorra alguma mudança: da primeira para a segunda divisão do futebol brasileiro. Como este já é segunda ou terceira divisão do futebol europeu, o Corinthians corre o risco de perder-se no abismo.
Quanto a mim, deixado só pela Baixinha, não sei se esquento peixe ou frango para o almoço ou se corro até o Fogo de Chão mais próximo e me entupo de fraldinha e picanha.
Que Alá me ilumine.

sábado, 1 de dezembro de 2007

O humor do Presidente


O povo brasileiro é bem humorado. Daí, elegeu para Presidente, já duas vezes, um sujeito com muito senso de humor. Pra constatar isso basta ler o que ele disse ontem em Niterói:

Em quatro anos, vocês vão estar trabalhando e eu vou estar desempregado. E virei aqui pedir uma vaga, como metalúrgico.

Só me parece que a ironia do humor dele resvala pro sarcasmo.

Anseios populares


Lido no pára-choque de um caminhão de Guarulhos:

Queria ser pobre por um dia
Porque ser todo dia é chato.

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Trufas


Enfim, uma notícia boa. Ótima, aliás. Um italiano encontrou uma trufa gigante.
Já disse, aqui: trufas são, quase certamente, o melhor de tudo que saboreei na vida.
Claro: não me esqueço das atemóias, do sorvete de mel, da banana com aveia.
Mas as trufas. As trufas são insuperáveis.
Se dispusesse de um reino não teria dúvida:
- Meu reino por essa trufa.
Que pena. Sou um reles anarquista.

Saiu o novo IDH (baseado em 2.005)


O Brasil desceu da 69ª posição para a 70ª. Ou seja, há 69 países melhores por aí afora. Mas, se você quiser ser otimista, há 107 lugares piores. A Suazilândia, por exemplo.
Apesar de ter caído no ranking, o Brasil chegou ao índice 0,800. Isso significa que ele entrou para o rol dos países com alto desenvolvimento humano. No ano anterior (base 2.004) estepaiz obtivera nota 0,792 (desenvolvimento humano médio).
Quanto a mim, que não vejo a hora de ir viver em Portugal e que acabo de ganhar um neto australiano, beleza:

Portugal: 0,897 – 29° lugar.
Austrália: 0,962 – 3° lugar.

Aos ufanistas desejo bom proveito de toda esta maravilha aqui.
Só tomem algum cuidado com as arquibancadas dos estádios de futebol, não se preocupem com a menina que ficou presa junto com vinte homens no magnífico estado do Pará e tampouco percam seu tempo lamentando a morte do turista italiano em Ipanema. Quem mandou andar de cordão de ouro por aí, não é mesmo?

domingo, 18 de novembro de 2007

Gold Coast vista pela Baixinha


Diz ela que Gold Coast lembra filme americano antigo. E pra provar:


A praia em que ela faz caminhadas:


Aqui ela se surpreende: dois casais coroas fazem seu picnic. Tomam vinho em taças caprichadas e a garrafa fica envolta naquele invólucro com gel que mantém o vinho fresco. Diz a Baixinha que o pessoal, em Gold Coast, adora um picnic. Parece que são farofeiros de nobre estirpe, esses quatro:


Outra coisa que chamou a atenção da Baixinha: ninguém reforma casa. Eles derrubam e fazem outra. Esta obra ela está acompanhando com atenção. Reparem que o banheiro dos operários fica na frente da obra:


Enquanto isso, o Taj mama e dorme (além daquelas outras tarefas menos edificantes mas igualmente necessárias).

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Benvindo ao planeta Terra


Chegou ontem - 11 de novembro de 2.007 - o Taj. Veio à luz em Gold Coast, Queensland, Austrália.
Aos poucos ele vai perceber que resolveu pertencer a um grupo um tanto ensandecido. A tal de Humanidade.
Dada a absoluta falta de alternativa, acabará por concordar: esta vida é deliciosa.
Ao menos é o que espero.
Benvindo, Taj.


quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Novo movimento na praça


Depois que o cantor Lobão lançou o Peidei mas não fui eu, a nadadora Rebeca lança o novo movimento:
Mijei mas não fui eu.

O humor da TVA


Eu era feliz. Tinha dois pontos da TVA analógica em casa. Num triste dia, recebi uma ligação da TVA e me ofereceram o sistema digital. Sem custo adicional.
Aceitei.
Dia seguinte ao da instalação os problemas começaram. Num dos pontos, o decodificador travou. Nada acontecia. No outro, ligava-se a TV, o decodificador. Começava uma dança dos canais. A TV mudava aleatoriamente de canal em canal. Poderia até ser divertido, não fosse o fato de que a coisa toda era muito rápida. Nem dava tempo de ver o que acontecia em um canal e já se partia pra outro.
Chamei a assistência técnica. Eles destravaram um decodificador e trocaram o outro, aquele que pulava de canal em canal.
Passados uns dias, aquele que travara começou a pular.
Hoje, liguei pra assistência técnica.
O rapaz que me atendeu me pediu que fizesse vários testes (tipo tirar o cartão, limpá-lo e recolocá-lo etc).
Como nada funcionasse, resolveu agendar nova visita técnica. E começou a me alertar para os possíveis castigos que o céu me enviaria, caso o defeito não fosse dos equipamentos da TVA.
- Se o defeito for da sua TV, o senhor terá de pagar a visita.
- Se não houver ninguém na residência na hora marcada, será cobrada a visita.
Aí então, pra não ficar por baixo, resolvi retorquir:
- E esse tempo todo que eu fico sem TV?! Vocês abatem da minha mensalidade?
E responde o atendente, candidato a humorista:
- O senhor não está sem sinal. Apenas há uma mudança contínua dos canais.

Bingo!

Da série O Brasil acabou - VII


A BRA já era.

Como andará a saúde financeira da SIL?



(inspirado pelo Tutty Vasques)

Farofeiros e vira-latas


Enquanto o Taj não nasce, a Baixinha vai conhecendo Gold Coast. Parece que lá também há os farofeiros, pessoas que levam frango e farofa pra comerem na praia. A diferença é a infraestrutura: churrasqueiras elétricas e pias com água aquecida.



Ao invés de cachorros vira-latas, há os pássaros vira-latas:


terça-feira, 6 de novembro de 2007

Viva quem merece


Às vezes vejo gente a receber fortunas para mostrar sua mediocridade por aí. São jogadores de futebol, técnicos de futebol, artistas, cantores etc etc.
Há pouco, por razões profissionais, tive acesso a quanto ganha um indivíduo que faz um programa diário em uma rádio famosa de São Paulo. O programa é de uma indigência absoluta. São três sujeitos que ficam conversando sobre os assuntos do dia, a tentar falar coisas engraçadas. Pois bem. O indivíduo, completamente desprovido de qualquer tipo de formação intelectual ou coisa que o valha, ganha um dinheirão. Tudo bem, até certo ponto. Trata-se de empresa privada que contrata quem bem entender e paga quanto achar por bem.
Mas é incrível que um indivíduo sem o menor atrativo (visível) receba tudo aquilo pra jogar conversa (de péssima qualidade) fora.
Por essas e por outras, fico contente quando vejo os inventores do Google e outros semelhantes ganharem fortunas.
Certamente porque durante anos ganhei a vida desenvolvendo programas de computador, consigo imaginar o quanto é fantástico o que esse pessoal conseguiu fazer.
Em particular, lembro que meu maior fracasso – nessa área (tenho fracassos em muitas outras áreas) – foi o desenvolvimento de um sistema de busca. Dirigi uma equipe de quatro analistas de excelente nível para construir o sistema. No primeiro teste, uma vez pronto o dito sistema, ele demorou umas 10 ou 12 horas pra terminar uma pesquisa.
Sempre que uso o Google lembro do meu desastrado sistema.
E dou a mão à palmatória.
Os caras merecem a fortuna que ganharam e continuam a ganhar.

domingo, 4 de novembro de 2007

O Brasil que eu amo - 2


É verdade: o brasileiro é muito cara-de-pau.
Jamais pau-de-cara.
Afinal, brasileiro entende que as preliminares são fundamentais.

sábado, 3 de novembro de 2007

Volta ao mundo em pouco mais de 24 horas


Acabo de dar um profundo suspiro de alívio e preciso escrever isto pra não explodir.

Acontece que a caçula da Baixinha foi viver na Austrália e resolver contribuir para o povoamento daquela grande ilha, instalando lá, além dela própria, um novo cidadão, que deverá chamar-se Taj.
Taj deve chegar agora, em torno do dia 13.
Logo que soube da gravidez da caçula, a Baixinha resolver atender ao apelo da filha e ir acompanhar o parto.
Acontece que a Baixinha sempre teve ojeriza à língua inglesa. Ela não falava, rigorosamente, uma palavra do inglês. Tá bom, talvez OK.
Começou a tomar aulas e estudava aproveitando todos os minutos disponíveis.
Foram alguns poucos meses.
Dizem que tem sorte quem merece. O fato é que ela conseguiu uma professora fantástica, que assumiu como desafio conseguir fazer a Baixinha chegar, sozinha, a Gold Coast.
Pois é. O agravante era esse. De São Paulo a Santiago do Chile, de Santiago a Auckland e logo a Sydney, tudo bem.
O crucial era que, ao chegar a Sydney, a Baixinha teria de passar pela alfândega, retirar a bagagem, procurar o ônibus que a levaria a outro terminal no qual ela embarcaria em vôo doméstico para Gold Coast.
Anteontem, 1° de novembro, no vôo das 16:30, lá se foi a Baixinha.
Estava tensa, mas comparada a mim, era um poço de calma e tranqüilidade.
Já em Santiago, ela me surpreendeu: sem ter levado computador, conseguiu passar-me um e-mail contando coisas da primeira parte da viagem.
Enfim, acaba de ligar, para dizer que está ao lado da filha, em Gold Coast.
E explicou, com voz de quem sorri:
- Estou com a Lu. Já chorei.

Garanto e pago um picolé de chocolate: a caçula só quando já tiver alguns quilômetros rodados no papel de mãe é que conseguirá captar – em sua inteireza – a grandiosidade da atitude da própria mãe.

Garanto também que nada é mais gratificante do que se constatar que a pessoa com que se divide a vida é feita de nobreza sem par.

Vou dormir. Boa noite.
Ou bom dia, pra quem está na Austrália.

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Dia da caça


Lá pelo mês de julho um operador de telemarketing ligou pra minha casa pra falar com a Baixinha. Queria oferecer mundos e fundos de um banco (pensando bem, só os mundos, porque os fundos eles não distribuem assim, sem mais aquela).
Por já estarmos saturados de tanta invasão de privacidade via telefone (é um tal de telefonar pra oferecer maravilhas ou pedir algumas migalhas de ajuda humanitária), a Baixinha soltou os cachorros:
- Não quero e tenho raiva de quem quer. Boa tarde.
E desligou.
O cidadão começou a ligar várias vezes. Como essas ligações são gravadas, ele ligava e ficava mudo. Não satisfeito, ligou de um celular e passou um pito na Baixinha.
Daí pra frente, passou a ligar várias vezes por dia do tal celular.
Ligava e ficava mudo.
Reclamei com o tal banco.
Depois de muitas idas e vindas, concluíram que não era deles o telefone do qual o indivíduo nos telefonara.
Passado um tempo, começamos a receber ligações a cobrar de um outro celular. Atendíamos e ninguém falava nada do outro lado. Logo concluímos que devia ser o maníaco do banco.
Como as ligações se repetiam, várias por dia, todo dia, resolvi partir para o ataque.
Escrevi um texto, pus na tela do computador e liguei para o indivíduo a partir do Skype. Não sem antes me certificar de que o número que apareceria no celular dele seria inócuo. Se ele retornasse a ligação, nada aconteceria.
Ele atendeu. E eu passei ao texto à minha frente, na tela, procurando fazer voz de locutor de FM:



Bom dia!
Estamos ao vivo, pela Gama FM.
Seu telefone foi sorteado. Se você responder nossa pergunta, ganha um radio relógio despertador.
Seu nome?
[ele deu o prenome]
Perfeito, Felipe.
Vamos à pergunta. Capricha na resposta, Felipe.
Preste atenção. Nosso patrocinador é Casas Bahia.
E eu pergunto:
Qual a loja em que você compra os melhores produtos pra sua casa nas melhores condições de financiamento?
[ele foi firme: CASAS BAHIA]
Perfeito, Felipe! Excelente. Claro, é nas Casas Bahia.
Você acaba de ganhar um magnífico rádio relógio despertador. Ele agora é todo seu. Só peço que você aguarde na linha que já falo com você para anotar seus dados. Não desligue.
E vamos voltar à nossa programação musical.


Dei um tempinho e passei a falar com voz normal:


Felipe. Agora já não estamos mais ao vivo. Me dê seu nome completo.
[ele deu o nome todo]
Deixa eu registrar aqui no nosso cadastro.
Seu endereço.
[ele forneceu e explicou onde ficava. Por sinal, perto de minha casa]
Etc. Etc.


De início, ele duvidara:

- Isso é um trote?

Não, Felipe. Estamos ao vivo pela Gama FM.

Ele embarcou no meu tom enfático e vibrante e acreditou.
A coisa funcionou perfeitamente.
Ou melhor, quase.
Minha intenção era pegar todos os dados do indivíduo para entregá-los ao banco. Eu estava convencido de que se tratava do tal operador de telemarketing.

Depois do endereço, pedi o CPF.

E ele:

- Mas eu tenho 14 anos!

Percebi que estava diante de outro que não meu suspeito.
Levei a brincadeira até o fim. Ele quis saber quando o relógio seria entregue. Tudo direitinho.
Cheguei a ficar com pena. Pensei até em levar o rádio relógio pro guri.
Mas fiquei firme.
Ele aguardou o prazo que dei. Não chegou relógio algum.
Nunca mais ligou.

domingo, 28 de outubro de 2007

Coincidências


O rabino Sobel foi pego com a boca na botija, ou melhor, com as gravatas surrupiadas.
O padre Lancelotti está pra lá de enrolado com os milhares de reais ofertados a seu amigo íntimo.
O apóstolo Hernandes e a bispa Sonia estão em cana, nos Estados Unidos.
Coincidência.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Serviço de Utilidade Pública

A Polícia Federal adverte:
Tomar leite pode causar perfurações no intestino.


Sugestão: troque o leite do café da manhã por vinho tinto (de preferência português, claro, claro)

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

O Portão


Às vezes, principalmente à noite, costumo sintonizar o canal de TV que mostra a portaria do prédio em que moro. Assisto, então, a um filme fantástico, repleto de intensas metáforas.


O ritmo é lento, como convém a um filme-de-arte. Diria mesmo quase parado. O quase vai por conta dos carros que passam vez ou outra. As grades lembram nossa condição de aprisionados pelos limites impostos a nossos desejos. Os carros que passam remetem à fugacidade da existência humana. Um transeunte passa no sentido contrário dos carros. Natureza versus tecnologia. Um quase Bergman. Vez ou outra chega um entregador de pizza. É a invasão do cotidiano em minha meditação transcendental. Recomendo.

domingo, 14 de outubro de 2007

Miles de locos


Hoje me senti como o mexicano da velha piada. Pra quem não conhece, um mexicano ia pela manhã por uma auto estrada e inadvertidamente entrou na pista contrária. A rádio que dava notícias sobre o trânsito e que o dito cujo mexicano ouvia, alertou seus ouvintes:
- Usuários da auto estrada tal. Muito cuidado. Há um louco na contramão.
E o mexicano, pensando alto:
- Un loco, no. Miles de locos.

Pois a Baixinha me arrastou para assistir ao espetáculo teatral O Baile. A coisa toda é um desastre. Não, não pode ser dito assim. O certo é dizer que a peça – perdoem-me os leitores mais sensíveis – é uma bosta.

Até aí, nada. Ou quase nada. O mundo está repleto de peças teatrais horrorosas.

Minha estupefação foi quanto ao público. Primeiro: casa lotada. Segundo: o público, ao final, aplaude de pé, por longos minutos. Todo mundo sai maravilhado. Só se escutam comentários elogiosos, na saída.

Definitivamente, sou um E.T..

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Da série O Brasil acabou - VI


O presidente do Congresso Nacional – Renan Calheiros - parece querer bater o recorde mundial de apego ao cargo. Sua situação atingiu um tal grau de ridículo que já supera largamente a marca de Severino Cavalcanti no ridiculômetro.

O Executivo é comandado pelo Nove Dedos (quando eu era pequeno, havia um famoso meliante cuja alcunha era Sete Dedos. Avançamos dois dedos nos últimos 50 anos).

Um membro do STF – Gilmar Mendes – pressiona senadores para que aprovem a nomeação de apaniguado para um cargo no Dnit.

Em uma república assim, da famosa frase do Stanislaw Ponte Preta (Restaure-se a moralidade ou locupletemo-nos todos) só nos restou o último dos termos da disjunção.

É pegar ou largar.

sábado, 29 de setembro de 2007

No Reino Unido da Avacalhação


A Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo aprovou, recentemente, o projeto Deus na Escola.

No meu tempo, Ele era onipresente.

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Demônios e Lulla


Dizem - ainda não pude verificar se é verdade - que na contracapa do novo CD dos Demônios da Garoa está escrito:

A mentira tem perna curta, língua presa, barba branca e nove dedos.

domingo, 9 de setembro de 2007

Ainda Vinhais


Lídia é a culpada.
Foi em 1.999 que a procurei, em Vinhais. Era a única parente, em Portugal, da qual eu tinha notícias.
Recebeu-nos (Baixinha e eu) com magnífico almoço, em sua casa, então no Largo do Arrabalde. Ela, seu marido Manoel e a filha Lídia Maria.
Foi Lídia quem me comunicou a existência de minhas duas primas carnais, Zelinda e Dora. Moradoras da aldeia de Passos, na região da Lomba. Foram Lídia e Manoel que nos levaram até elas e abriram um novo capítulo em nossas vidas.
Lídia, ela mesma, não é – a rigor – minha prima.
Mas é como se fosse. Tão admiradora quanto eu (ou até mais) de nossa tia comum, a saudosa tia Carola, Carolina Augusto Fernandes.

Desta vez, agosto de 2.007, fomos mais uma vez almoçar na casa de Manoel e Lídia. Agora moram um pouquinho afastados do Largo do Arrabalde. Largo, aliás, em reformas.
Depois do almoço, levaram-nos ao Alto da Cidadela (ou Monte da Ciradelha). São de lá as fotos abaixo.
Sem comentários.




À esquerda, Lídia


terça-feira, 4 de setembro de 2007

Um almoço no Solar Bragançano


O Solar fica na Sé. É um restaurante sofisticado. Já lá saboreamos uma musse de castanhas que a Baixinha imitou, em um jantar aqui em São Paulo para o Ordisi e o Branco Leone, com respectivas. Foi fartamente elogiado.
Desta vez fomos lá um dia, almoçar.
Ao olhar o cardápio, ficamos animados a experimentar o Arroz de Mariscos (prato para duas pessoas).
Quanto ao vinho, escolhi um verde branco, já não me lembro qual.
Veio atender-nos o proprietário, sujeito muito grande, expressão de mordomo culpado, de filme de suspense.
- O Arroz de Mariscos é o prato mais demorado da casa.
- Muito demorado?
- Sim. Muito demorado.
Claro, desistimos.
A Baixinha partiu para costeletas de porco. Eu, pedi febras de porco.
E mudei o vinho para um tinto do Alentejo, acho eu.
Passado um tempo, preenchido com nacos de pão ao azeite, chegaram os pratos e o vinho.
Quanto aos pratos: a Baixinha recebeu suas costeletas. Já a mim, o solícito mordomo, melhor, garçom/proprietário, explicou ter substituído as febras por lombo (qual será a diferença?).
Sem maiores explicações.
E aí, veio servir-nos o vinho.
Notificou-nos, sempre muito atencioso, ter substituído o tinto que eu pedira por outro, Casa dos Zagalos.


Lembrei-me do fatídico Zagallo, do futebol, quando urrou para todo o Brasil, após uma vitória não esperada da seleção comandada por ele:
- Vocês vão ter de me engolir!

Engoli o vinho. Com prazer.

Da próxima vez digo ao proprietário:
- Sirva-me o que bem entender.

É mais prático.

domingo, 2 de setembro de 2007

O que que Bragança tem


Então, vamos lá. Explicar a brasileiros como é Bragança é um tanto difícil. Em termos de número de habitantes a cidade é pequeníssima, comparada às cidades brasileiras. Mas em termos de equipamentos públicos, rivaliza com grandes cidades do Brasil.
Algumas fotos do centro da cidade darão uma idéia melhor do que qualquer lenga-lenga.
Comecemos pelo estacionamento do hipermercado Intermarché. Há, na cidade, mais dois hipermercados.



Além disso, há o mercado municipal, que mais lembra um shopping:


Por falar em shopping, aí vão algumas cenas do interior do centro comercial:






Aqui, a Rua 5 de Outubro...


...pela qual se desce à Praça da Sé,


da qual se sobe pela R. Almirante Reis:





Chega-se, assim, de volta à Avenida João da Cruz...


...que começa aqui, nesta praça dos Correios:


Junto aos Correios, fica a Praça Professor Cavaleiro Ferreira:




À esquerda, na foto do meio dessas três aí acima, a Conservatória, na qual obtive meu B.I. (Bilhete de Identidade, o RG português)
Essas três fotos acima eu as obtive das escadarias do Teatro Municipal de Bragança:


Também foi a partir daí que fotografei o início da Av. Sá Carneiro:


Ao lado do Teatro, o Centro Comercial, que já vimos por dentro:


E, novamente, a Av. Sá Carneiro, vista desde seu início:


Espero que – com essa amostra – minha irmã mais velha se anime a visitar-nos em Bragança, quando lá estivermos morando.

sábado, 1 de setembro de 2007

As facções do PT


Em seu 3º Congresso, o PT (Partido dos Trabalhadores) está dividido em duas correntes: a dos Conservadores e a dos Liberais.
São Conservadores os que lutam pra conservar a boquinha que já conseguiram.
Liberais são os que se esfalfam pra conseguir que liberem uma boquinha pra eles.

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

O valor de cada cidadão


Vai daí, uma de nossas filhas foi viver na Austrália. Final do ano vai ter um filho . O Taj. Antes de se saber o sexo, era Taj, se homem, Tereza, se mulher. Era, portanto, Little T. Agora já se sabe que será o Taj.
Toca providenciar vistos pra Austrália. Já tínhamos verificado (antes da ida para Portugal) que a Baixinha tinha de preencher um longo formulário baixado da Internet e providenciar um monte de anexos comprovando uma porção de coisas, principalmente condição financeira para manter-se na Austrália durante o tempo de permanência lá. E toca a imprimir declaração de Imposto de Renda, limites de cartões de crédito, de cartões de débito, extratos bancários de contas correntes, investimentos. O scambau.
A tudo isso, junta-se o passaporte, uma foto, coloca-se o conjunto em um envelope e manda-se o cartapácio para a embaixada da Austrália, em Brasília, para ser analisado.
Caso o visto seja aprovado, volta o passaporte com o selo de autorização, em envelope previamente pago pelo pretendente.
Tudo providenciado em relação à Baixinha, fui tratar de pedir meu visto. Com passaporte português.
Preenche-se um formulário on line, basicamente com a informação do número do passaporte e sua data de validade.
Pronto. Está concedido o visto.

Há cidadãos e cidadãos.
Só que nós, os brasileiros, parece que não nos damos conta de que somos cidadãos de quinta categoria.
E viva o carnaval.

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Coisas de Espanha


Há pouco tempo, renovamos – a Baixinha e eu – nossas Carteiras de Habilitação Internacional. Estranhamos o fato de as duas virem compostas por formulários diferentes. Como foram obtidas em lugares distintos, não demos a isso maior importância.
Isso foi antes de irmos a Portugal. Como sempre, não fomos abordados por policiais nem agentes de trânsito em lugar algum.
Sexta, 24, partimos de Bragança para Madrid. Ao tentar chegar ao hotel, descobri que uma conversão à esquerda, que antes era permitida, agora fora proibida. Comecei a dar voltas e voltas para tentar chegar ao hotel por outro caminho. Em meio a essas tentativas quase entro em uma rua de mão contrária à direção em que íamos. Dois agentes de trânsito, com seus coletes amarelos, mandaram que parássemos.
Começou a ladainha:
- Documentos.
Quem conduzia o carro era eu, mas as Carteiras - minha e da Baixinha - estavam ambas guardadas no mesmo plástico e foram parar nas mãos dos eficientes agentes.
Disse-me um deles:
- Sua Carteira está correta. Mas a de sua mulher não é válida.
Não dei – a princípio – importância maior àquilo. Afinal, ela não estava dirigindo o veículo.
Mas, como aprendi com meu mestre Newton da Costa, não há uma lógica. Há várias. A rigor, infinitas. Bom, não exageremos: digamos que há tantas lógicas quanto chineses.
- Vamos ter de reter a Carteira de sua mulher.
- !?!? (procurei dar sotaque espanhol a essa perplexidade)
- Então, forneça-me ao menos um termo de retenção do documento. Ou indique-nos em que local podemos solicitar sua devolução.
- Não. Apenas vamos ficar com ele. Um documento inválido pode ser mal utilizado.
Claro que disseram isso porque não conhecem a Baixinha. A dita cuja postou-se ao lado do agente que segurava sua Carteira e sentenciou:
- Sem meu documento não saio daqui.
Sai não sai, retém não retém, a Baixinha propôs uma saída para o dilema:
- Pelo menos rasurem todos os meus dados.
O agente topou.
Armou-se de uma caneta e começou a rabiscar tudo.
A Baixinha fazia o papel de crítica de arte:
- Aqui. Rabisque mais aqui. Isso. Um pouco mais. Bom. Bom.
Feitas as pazes com os nobres defensores da lei, até nos ensinaram o caminho ao hotel. Que – diga-se – incluía a conversão à esquerda proibida. E que eu evitara. Dessa vez virei à esquerda. Afinal, orientados estávamos por zelosos servidores da ordem pública.
No hotel, perguntamos se tudo isso fazia parte da ordem natural das coisas, em Espanha.
Não. Não parecia ser muito adequado, o comportamento dos agentes. Procurem a Polícia.
É pra já.
Já na delegacia, os policiais também estranharam tudo aquilo.
Munido de um mapa de Madrid, consegui localizar a praça em que fomos parados. O policial nos pediu que esperássemos um pouco.
Vinte minutos depois – AhAh – lá vêm os dois zelosos agentes do Bem em suas bicicletas, chamados que foram a apresentar suas razões na delegacia de Polícia.
Explicaram que acharam tudo muito estranho: eu, por exemplo, no afã de satisfazê-los em sua ânsia por documentos, lhes mostrara meus passaportes brasileiro e português, meu RG brasileiro, meu BI português. Muito documento. Tudo muy sospechoso.
E foi pra lá de franco: se fosse um casal jovem, chamariam a Polícia e nós seríamos presos (e mostrava as mãos unidas pelas algemas). Mas, dada nossa aparência, intuíram tratar-se de gente boa. Só um pouco exagerada em matéria de documentos.
Resumo: ficamos sem a Carteira da Baixinha e fomos chamados de velhos.
Mas os guapos agentes da Lei vão pensar três vezes antes de perturbarem a paz de velhinhos brasileños.
Devem perguntar-se, até agora, como foram localizados se foram eles a nos ensinarem o caminho.

Coisas de Portugal


Estávamos a beber uns finos em um boteco de Bragança, a Baixinha e eu.
Um garoto que acompanhava o pai foi se chegando à nossa mesa, nitidamente a querer prosa.
Não me fiz de rogado.
- Quantos anos tens?
- 8 anos.
- Então já estudas. Tens aulas de Português?
- Sim, respondeu o menino, sem nenhum entusiasmo pelo assunto e de olho na chave do carro, largada sobre a mesa.
Foi a vez de ele perguntar:
- Qual é o teu carro?
Como o lugar fosse todo composto de grandes janelas de vidro, bastou-me apontar para a rua:
- É aquele.
O puto olhou, e disparou:
- Ah. Um Toyota.

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Bragança - 360 graus


Ainda não é desta vez que mostro à minha mana as fotos do centro de Bragança em toda sua atividade. Já as tenho. Mas virão a seu tempo.
Por hora, mostro as nove fotos que tirei do alto do Hotel Turismo São Lázaro, no qual estamos hospedados (só até amanhã, que já voltamos a Madrid).
Esse Hotel fica na parte nordeste de Bragança (que por sua vez é a capital do distrito nordestino de Portugal), junto à IP-4, estrada que passa acima de Bragança. Tirei as fotos de modo a dar a volta completa ao Hotel. Trata-se de setor já periférico da cidade. Acima da IP-4 pode-se quase dizer que já se está fora da cidade.
As fotos têm partes comuns, para que se perceba a continuidade delas. Vamos no sentido horário, a partir do setor mais a nordeste.
Vejam: