quarta-feira, 17 de outubro de 2007
O Portão
Às vezes, principalmente à noite, costumo sintonizar o canal de TV que mostra a portaria do prédio em que moro. Assisto, então, a um filme fantástico, repleto de intensas metáforas.
O ritmo é lento, como convém a um filme-de-arte. Diria mesmo quase parado. O quase vai por conta dos carros que passam vez ou outra. As grades lembram nossa condição de aprisionados pelos limites impostos a nossos desejos. Os carros que passam remetem à fugacidade da existência humana. Um transeunte passa no sentido contrário dos carros. Natureza versus tecnologia. Um quase Bergman. Vez ou outra chega um entregador de pizza. É a invasão do cotidiano em minha meditação transcendental. Recomendo.
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