sexta-feira, 23 de abril de 2010

O fim do mundo


Em 1.974, fiz uma aposta com um colega de trabalho:
Ele garantia que o mundo iria acabar em 20 anos.
Quanto a mim, já era de opinião que o mundo acaba quando eu morrer. E, naquela época, não planejava morrer nos 20 anos seguintes. Aliás, continuo assim.
Quando chegamos a 1.994 pensei em procurar o antigo colega mas não consegui reunir entusiasmo suficiente para isso.
Esse colega era (ou é, sei lá) estudioso de textos apocalípticos. Pertencia a uma denominação evangélica com nome pouco expressivo (Igreja Cristã ou algo assim), bem ao contrário das seitas neopentecostais dos dias de hoje: Igreja Universal, Igreja Mundial, Igreja Planetária, Igreja da Via Láctea etc etc.

Lembrei-me dele a propósito desse vulcão da Islândia que já começa por situar-se em geleira com nome impronunciável.
Fui ao Apocalipse e encontrei:

Apocalipse 9:2 – E abriu o poço do abismo, e subiu fumaça do poço, como a fumaça de uma grande fornalha; e com a fumaça do poço escureceram-se o sol e o ar.


Bingo!

Não sei (na verdade, não tive paciência para me informar) a quantos anos do final dos tempos está essa fumaça. Mas, no versículo seguinte pode-se ler:

Apocalipse 9:3 – Da fumaça saíram gafanhotos sobre a terra; e foi-lhes dado poder, como o que têm os escorpiões da terra.


É fácil imaginar a quantidade quase infinita de interpretações as mais malucas pra essa história dos gafanhotos. Afinal, a turma da Teologia anda meio sem ter o que fazer já faz um bom tempo.

Gostei mais desta, veja só:

Outros pensam tratar-se de algum papa ou bispo, ou mesmo de algum concílio eclesiástico que contribuiu para “obscurecer as doutrinas cristãs” ou “distorcer as escrituras”
[Russel Norman Champlin in O Novo Testamento Interpretado, vol 6]

Considerando a seqüência de besteiras que o Vaticano vem perpetrando, acho que os que bolaram essa interpretação acertaram na mosca.

Ou no gafanhoto.

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