O Manifesto Comunista, de Marx e Engels, já nem se lembra de seu sesquicentenário (ele é de 1.848) mas a guerra que proclamou contra a "velha Europa" continua.
Quanto mais velha fica a Europa mais as Esquerdas programam para breve seu apocalipse.
Um dos modelos daquilo que, no Brasil, meus amigos de esquerda chamam de imprensa livre (sem aspas), o Boletim Carta Maior, publicou dia desses um texto com o inefável título de Uma em cada três mulheres foi vítima de violência na União Europeia.
Digo logo dispor de nenhuma paciência para discutir esse texto e a pesquisa que ele comenta. Basta mencionar que ela inclui no rol das violências sofridas pelas mulheres “ 'avanços inapropriados' nas redes sociais e através de mensagens escritas de celular (sms) ou de correio eletrônico (emails)".
Apenas fiquei curioso para saber como se dá um assédio sexual de companheiro, outra pérola da pesquisa. Mas imagino que qualquer intelectual de esquerda saberá explicar isso em minúcias.
O paradoxo que me leva a dar destaque a essa pesquisa e ao texto sobre ela é:
Se a Europa é desse modo tão violenta com as mulheres (e - de certeza - o será também com os homens e com as criancinhas), por que os incansáveis batalhadores da esquerda brasileira, quando saem do Brasil em gozo de férias, preferem Paris, Londres, Roma, Madrid, Lisboa, Berlim, para não falar em sítios dos Estados Unidos ou do Canadá ou mesmo da Austrália e da Nova Zelândia? Por que desprezam destinos tão mais aprazíveis como a Coreia do Norte?
Já sei. Nossos esquerdistas não são stalinistas e, portanto, desdenham o socialismo real.
Já longe se vão os tempos em que nossos homens de esquerda, Jorge Amado por exemplo, escreviam panegíricos ao Guia Genial dos Povos.
Há tempos estão à venda passagens para tão deliciosas quanto futuras viagens à Lua. Mas ainda não tive notícia de agências de viagens que levem turistas a divertir-se em países de socialismo ideal.
Existisse um país trotskista, algum rosa-luxemburguista... aí sim! Iriam todos desistir de Paris.
Enquanto tais maravilhas não se materializam, que tal gastar uns trocos na decrépita Europa?
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