Um deles é um médico cirurgião que operou a Léa.
O outro é um doutor em Psicologia.
Um deles é ateu. O outro, católico.
Como não podia deixar de ser, a conversa girou em torno de temas tais como Fé, Crença e que tais.
Depois de tanta conversa agradável, fica-se à espera de que o Universo interrompa seu curso para tratar de nossas divergências.
Claro, elas não se dissolverão.
Mas, no auge das discussões, surgiu uma menção a poema de José Régio.
Fui ao escritório buscar a Antologia de Poesia Portuguesa e - como não podia deixar de ser - lá estava o poema, às páginas 1227/1228.
Poema que foi lido em voz alta e emocionada.
Ei-lo:
(clique no texto para ampliá-lo)
Dias como esse dão sabor à vida.
Entre outras coisas, lembrei-me do dia em que, em um apartamento do quarto andar do Edifício Canadá, na rua Maria Antonia, em São Paulo, no intenso ano de 1968, meu amigo Henrique, também de pé e solene, leu Tabacaria, de Pessoa.
E chorámos.
Como diz Jorge Ben em uma de suas músicas, agora ninguém chora mais.
Mas talvez as emoções de hoje, mais controladas, sejam mais intensas.
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