Essa questão das biografias não autorizadas, no Brasil, já vem de longe (Ruy Castro que o diga). Mas agora, os latifundiários da MPB, Chico, Caetano, Gil, Djavan, além do inefável místico Roberto Carlos e o talentoso Erasmo, resolveram brigar por mais alguns tostões, fora a lei Rouanet, fora tudo mais.
O maniqueísmo que existe em mim gostaria que todos eles tivessem comprado suas músicas de algum pobre coitado do morro, como era comum na época de Chico Alves.
Mas não. Tenho de aceitar que um mau caráter seja capaz de produzir belíssimas canções populares. Sim, a obra desprende-se do autor. Por menos que eu queira engolir essa ideia.
Nessa matéria que aí vai, Chico Buarque já inicia o processo de tirar o dele da reta. Percebeu que apostou no cavalo errado.
Ele, autor de canções maravilhosas, ele o garotão do Mackenzie, que furtava carros junto com os amigos para divertir-se. Que quando percebeu que A Banda tinha lhe rendido a fama de alienado passou a fazer Pedro Pedreiro e a assinar qualquer coisa que Antonio Candido assinasse antes.
Quanto aos baianos, contraponho-lhes uma proposta: continua a ser proibido publicar biografias não autorizadas, desde que seja proibido usar a Bahia como gancho pra ganhar dinheiro, usando os decantados encantos dela para gozar a vida em qualquer lugar que não seja lá. Topam?
1 comentário:
Achei muito interessante seu ponto de vista! Escrevi algo sobre isso em meu blog, quem sabe não possamos debater?
http://bisy.wordpress.com/2014/01/30/biografias-nao-autorizadas/
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