Comentei dia desses as coincidências na morte de Celso Daniel. Foram sete testemunhas do crime ou de algum evento a ele associado que morreram em sequência. Detalhes na Wikipédia.
Mas o Brasil é pródigo em coincidências. Leio hoje, no Público, que a empresa Oi (brasileira) e a PT (portuguesa) acabam de anunciar a assinatura de acordo de intenções para uma fusão entre elas.
Até aí nada.
Mas vejam quantas coincidências:
Corre à boca pequena, no Brasil, o boato de que a Oi é do Lula. Claro, é apenas um boato. Do mesmo tipo daquele que afirmava que o Banco Santos era do Sarney.
Mas além de boatos, há alguns factos notáveis.
Um dos casos mais rumorosos do período Lula foi a aplicação na empresa Gamecorp, do Lulinha, de R$ 5 milhões por parte da Telemar... atual Oi, uma concessionária de serviços públicos. A Gamecorp tinha capital de R$ 10 mil. E era propriedade de um filho do Presidente da República. Como se isso não bastasse (e, pelos resultados da investigação, não bastava e não bastou), logo depois de tal aporte de recursos, Lula assinou decreto tornando legal a fusão entre a Telemar e a Brasil Telecom, fusão que deu origem à Oi. Até então a legislação não permitia tal fusão.
A única consequência boa de todo esse imbroglio, para nós contribuintes, foi o dito "Em países decentes os negócios são feitos de acordo com a lei. No Brasil as leis são feitas de acordo com os negócios".
Mas vamos adiante.
Já vimos que a Oi é controlada pela Telemar Participações S.A.. Mas quem são os principais acionistas da PT (Portugal Telecom) ?
Segundo o quadro acima (extraído do sítio da PT), o principal acionista é o Grupo Espírito Santo, do Banco Espírito Santo (BES).
E nisso nos deparamos com mais uma coincidência.
No final de 2.012, o Blog do Garotinho publicou um post com uma acusação.
Aquela Rose (Rosemary Nóvoa de Noronha), que viajava com Lula sempre que dona Marisa não o fazia, aquela, que era chefe do Gabinete da Presidência da República em São Paulo, aquela que Dilma demitiu quando se descobriu que fazia tráfico de influência graças a sua proximidade com Lula, aquela enfim, esquecida como tantos outros protagonistas de tantos outros escândalos. Rose aparece no post do Blog do Garotinho acusada de levar 25 milhões de euros para a cidade do Porto e de depositá-los em uma agência do BES.
Os petistas logo dirão, como sempre fazem: Esse Garotinho é um crápula. Não merece atenção!
Até concordo com a primeira afirmação. Mas a segunda não decorre da primeira. Estabelecer essa vinculação de implicação lógica entre as duas frases é um velho truque.
Que eu saiba, nada disso foi investigado pelo Ministério Público brasileiro nem por Polícia Federal nem por ninguém com competência para isso.
E se foi, deve ter terminado como o caso do Lulinha mencionado acima. Arquive-se e fim de papo.
E reparem que a denúncia menciona a existência de documentos comprobatórios e não sujeitos a sigilo bancário.
E daí?! Coincidências. Meras coincidências.
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