Estávamos, até hoje, a receber a visita de um casal amigo. Cada dia procurávamos fazer um programa diferente e interessante para que eles conhecessem um bocadinho de nossa região.
Fomos à Feira da Castanha, em Vinhais, fomos a Passos, claro, a Mirandela, a Zamora.
Ontem resolvemos levá-los a Chaves, no distrito de Vila Real, para que conhecessem as termas de lá.
O almoço, pensei, seria no Leonel, restaurante junto ao aeródromo de Chaves, em que o pernil é uma das especialidades.
Acontece que o Leonel é restaurante muito concorrido. Se você chega poucos minutos depois da abertura para o almoço, já não encontra lugar disponível.
Previdente, resolvi telefonar para reservar quatro lugares. Expliquei à senhora que atendeu ao telefone que éramos dois casais, que iríamos de Bragança e - por isso - chegaríamos um tanto mais tarde, lá pelas 14 horas. Ela perguntou o que queríamos almoçar. Como não sabia qual seria a escolha do casal de amigos nossos, mas sabia que o pernil de lá é muito bom, decidi por todos nós: queríamos pernil.
A doce senhora explicou que nos guardaria dois pernis pois era prato que acabava logo.
Dei meu nome e comecei a sonhar com o pernil.
Chegámos ao Leonel exactamente às 14 horas. Havia gente a transbordar da porta de entrada.
Confiante em minha reserva, entrei e me dirigi ao indivíduo que aparentava ser o organizador de tudo.
- Boa tarde. Tenho uma reserva...
- Ah! os dois pernis, não? Estão guardadinhos! Mas terão de aguardar uma horita.
E me forneceu um papelucho com uma anotação incompreensível.
- Mas fiz reserva! protestei.
E ele, impassível:
- A reserva é da comida. Não da mesa.
Volto lá, talvez, na próxima encarnação.
1 comentário:
Ora, você se lembrou de reservar a mesa? Ou ficou só no pernil!
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