segunda-feira, 12 de novembro de 2012

O fujão indignado

Quase chegado aos 70 anos, poucas coisas me tiram do sério.
Uma delas liga-se a um artigo de Emir Sader, que li hoje em seu blogue, no qual pergunta aos ministros do Supremo Tribunal Federal brasileiro (STF) onde é que estavam durante a ditadura.


Tudo isso por estar em campanha aberta de desmoralização do STF por este ter condenado à prisão alguns líderes do Partido dos Trabalhadores (PT) responsáveis pelo chamado mensalão.

Ora, onde estavam esses senhores durante a ditadura deveria ter sido preocupação dos mesmos líderes do mesmo PT quando Lula e/ou Dilma os indicaram para o cargo de ministro do STF (dos 11 ministros, 8 são indicações deles).

Onde estavam esses senhores eu não sei, nem me interessa. O que sei é onde estava Emir Sader.
Ele militava, assim como eu, no clandestino Partido Operário Comunista (POC) e, ao primeiro indício de que corria o risco de ser preso, fugiu para Paris. Lá ficou até quando lhe apeteceu. Enquanto isso, ficámos nós a conviver com a bancarrota da visionária esquerda revolucionária, até sermos presos. Que eu saiba, ele nunca passou uma noite em prisão. Tortura, nem pensar.

A indignação dele sabe a mea culpa.

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