Quando eu era garoto, meu pai costumava lembrar a piada do português morador do Rio de Janeiro. Parado junto à estação das barcas que levavam a Niterói, olhava calmamente as águas da baía de Guanabara quando alguém se aproximou dele, com ar de preocupação:
- Joaquim! corre pra Niterói que tua mulher está a passar muito mal.
Mais que depressa, o português comprou bilhete e embarcou.
Ao longo da travessia, começou a colocar as ideias em ordem:
- Ora pois! Eu não me chamo Joaquim, não moro em Niterói e não sou casado. Que diabos estou a fazer?!
Lembrei-me mais uma vez dessa história a propósito do papa Bento 16. Ele acaba de escrever, em seu livro sobre a infância de Jesus, que no local de nascimento do Cristo não havia animais. O presépio tem de ser alterado, com a retirada da vaca e do burro.
Ora pois, diria o falso Joaquim. Jesus não nasceu em Belém, nasceu em Nazaré; não houve recenseamento algum na época, muito menos matança de crianças ordenada por Herodes ou por quem quer que seja. Tampouco houve fuga da família de Jesus para o Egipto.
E o gajo está a querer dispensar a vaca e o burro!
1 comentário:
«O gajo»?!...
Vejo-o a ficar bem ambientado cá ao nosso terrunho. Só isso o salva da heresia, pois bem.
Cumpts. :)
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