terça-feira, 5 de agosto de 2014

Forças plasmadoras do futuro brasileiro


Penso já ter ficado evidente - para os que não têm interesse direto na questão – que o dilema político entre PT e PSDB (e adjacências) é absolutamente falso.

Mas quais são os reais polos que disputam o poder de orientar o futuro do Brasil?

A meu ver, tais forças opostas são o PT e sua franja sindical e intelectual [risos] de um lado. De outro as seitas religiosas, cada vez mais subordinadas doutrinariamente aos neopentecostais. Neste segundo grupo, incluam-se os espiritistas, ainda que professem ideias diversas em questões de doutrina.

A Igreja Católica, apesar de dispor de grande número de adeptos, tem-nos divididos entre os dois polos especificados. Por isso, vem a ter influência diminuta nessa disputa, ou – no máximo – influência desproporcional a seu tamanho na sociedade.

Não digo, com isso, que tais correntes já sejam claramente opostas nos dias de hoje. Nem mesmo tem – a corrente religiosa – uma unidade que se expresse politicamente de modo uníssono. Aliás, tampouco o PT e suas franjas apresentam tal unidade.

Falo de tendências. E que não são de longo prazo. Há, em curso, um claro processo de condensação de cada um desses polos.

Quem, como eu, não participar de um desses polos tende inexoravelmente a ficar à margem do processo político brasileiro.

A inauguração recente do tal Templo de Salomão pode confundir o observador. Afinal, quase todas as forças político-institucionais acorreram pressurosas ao evento.
Natural. Em época eleitoral não se desprezam fontes de votos.

Mas essa inauguração talvez fique como marco da constituição de um bloco político que, aos poucos, ganhará homogeneidade.
É certo que tal homogeneidade dar-se-á à custa da qualidade. Também do lado petista esse nivelamento por baixo se completará. Já anda adiantado o estado de putrefação desse polo.

Mas também isso deve ser lançado à conta do crescimento dos dois polos. O nível de cada um deles será mais ou menos (se possível menos) o nível que se percebe na disputa eleitoral deste ano da graça de 2014.

Alguém fatalmente dirá: e a luta de classes?

Como não sou médico legista, nada entendo de cadáveres.

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