Uma prima postou, no Facebook, um texto cujo objectivo é o de valorizar as mães:
Existe ex-namorado (a), existe ex-amigo (a), existe ex-marido/esposa, mas nunca ex-mãe.
Mãe é um laço eterno.
Que mãe seja um laço eterno, até concordo.
Só não percebo bem o liame entre as premissas e a conclusão.
Afinal, também não existe ex-defunto. E, tirante as eventuais peças de nylon com que tenha sido enterrado, nada em um defunto é eterno.
Em seguida a ter-me brotado o pensamento acima, lembrei-me de que os cristãos alegam já terem ocorrido algumas ressurreições. Alegam, portanto, a existência de ex-defuntos, ainda que esporádica. A principal delas, claro, a do próprio Jesus. Mas há a ressurreição de Lázaro e algumas poucas outras operadas pelo Cristo.
Além dessas, há a intrigante ressurreição em bloco ocorrida aquando da morte de Jesus (Mateus 27:52 e 53). Digo intrigante porque um acontecimento assim tão inusitado deveria ter sido melhor coberto pela imprensa da época. Mas nunca mais ouviu-se palavra sobre o destino de tantos ressuscitados.
Contudo o resultado líquido de tantas reflexões ex-funestas foi ter-me dado conta de que os actuais bispos e apóstolos, das várias seitas cristãs que infestam o planeta, realizam dia após dia um sem número de milagres em seus templos, como quem vai às goiabas. E jamais, que eu saiba, produzem ressurreições.
Por que será?!
Será que é pelo prosaico facto de os ex-defuntos não disporem de recursos para as contribuições à igreja?
1 comentário:
ressurreições, não sei.. mas mortos vivos há para aí muitos, principalmente na política!
Já leste "o evangelho segundo jesus cristo" de saramago?
se não leste, aconselho-to.
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