As lutas de vale-tudo têm suas proibições. Não vale dedo nos olhos etc etc.
Mas isso vem de longa tradição.
Outro dia, ao pesquisar sobre o livro de Rut, encontrei em Deuteronômio uma regra básica:
Quando pelejarem dois homens, um contra o outro, e a mulher de um chegar para livrar a seu marido da mão do que o fere, e ela estender a sua mão, e lhe pegar pelas suas vergonhas,
Então cortar-lhe-ás a mão; não a poupará o teu olho.
(Deuteronômio 25:11-12)
Lembrei-me de uma briga a que assisti no curso primário, no Colégio Marçal, em Santos. Dois colegas do quarto ano, todos na faixa dos 10 anos, juraram que se pegariam no intervalo das aulas.
Toda a turma foi com eles à casa de banho (/banheiro) e lá começou a luta. Lembro que se chamavam Marcelo e Feliciano. A luta ia equilibrada, até que um deles, penso que o Feliciano, caiu ao chão, no espaço entre um vaso sanitário e uma parede. O Marcelo aproveitou-se da queda e agarrou-lhe a bolsa escrotal, apertando-a. O outro uivava. Foi quando a plateia resolveu intervir. A briga foi suspensa.
Como o Marcelo não era mulher, sua mão foi preservada. Mesmo porque não valiam, ali, as regras do Pentateuco.
Valia, isso sim, o bom senso.
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