Dia desses escrevi que Kardec tinha
concepções racistas. A tal ponto que a publicação de suas obras,
no Brasil, foi condicionada pelo Ministério Público Federal à
publicação, junto a cada obra dele, de Nota Explicativa que tenta
dizer que não é o que é.
As citações que fiz, eu as tirei de
um artigo na Revista
Espírita Ano V - 1862, mês de Abril (Perfectibilidade da Raça
Negra).
Meus amigos espiritistas
acorreram a dizer que nessa revista saíam artigos que ainda não
tinham sua validade confirmada etc e tal.
Isso não deixa de ser
verdade. Mas, então, vamos às considerações racistas de Kardec
tiradas de A Gênese, um dos livros basilares da doutrina espírita.
As páginas que menciono
referem-se à 52ª edição brasileira da Federação Espírita
Brasileira (FEB).
A questão das raças é
abordada por Kardec no capítulo XI (Gênese Espiritual):
“É assim que as raças
adiantadas têm um organismo ou, se quiserem, um aparelhamento
cerebral mais aperfeiçoado do que as raças primitivas. Desse modo
igualmente se explica o cunho especial que o caráter do Espírito
imprime aos traços da fisionomia e às linhas do corpo.” (item 11,
pág. 242).
“Recebendo os corpos a
impressão do caráter do Espírito e procriando-se esses corpos na
conformidade dos respectivos tipos, resultaram daí diferentes raças,
quer quanto ao físico, quer quanto ao moral.” (item 30, pág.
252).
“Não foi, portanto,
uniforme o progresso em toda a espécie humana. Como era natural, as
raças mais inteligentes adiantaram-se às outras, […] Fora, com
efeito, impossível atribuir-se a mesma ancianidade de criação aos
selvagens, que mal se distinguem do macaco, e aos chineses, nem,
ainda menos, aos europeus civilizados. […] os Espíritos dos
selvagens também fazem parte da Humanidade e alcançarão um dia o
nível em que se acham seus irmãos mais velhos. Mas, sem
dúvida, não será em corpos da mesma raça física,
impróprios a um certo desenvolvimento intelectual e moral.”
(grifos no original) (item 32, pág. 253).
“Do ponto de vista
fisiológico, algumas raças apresentam característicos tipos
particulares, que não permitem se lhes assinale uma origem comum. Há
diferenças que evidentemente não são simples efeito do clima, pois
que os brancos que se reproduzem nos países dos negros não se
tornam negros e reciprocamente. […] Sabe-se hoje que a cor do negro
provém de um tecido especial subcutâneo peculiar à espécie.”
(item 39, pág. 259)
“Adão e seus
descendentes são apresentados na Gênese como homens sobremaneira
inteligentes […] Não se conceberia, portanto, que esse tronco
tenha tido, como ramos, numerosos povos tão atrasados, de
inteligência tão rudimentar, que ainda em nossos dias rastejam a
animalidade [...]” (item 40, pág. 260).
Tentar fugir das
evidências de racismo acima explicitadas é enxugar gelo com toalha
quente.
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