sábado, 19 de julho de 2014

Ainda o racismo em Kardec

Dia desses escrevi que Kardec tinha concepções racistas. A tal ponto que a publicação de suas obras, no Brasil, foi condicionada pelo Ministério Público Federal à publicação, junto a cada obra dele, de Nota Explicativa que tenta dizer que não é o que é.
As citações que fiz, eu as tirei de um artigo na Revista Espírita Ano V - 1862, mês de Abril (Perfectibilidade da Raça Negra).
Meus amigos espiritistas acorreram a dizer que nessa revista saíam artigos que ainda não tinham sua validade confirmada etc e tal.
Isso não deixa de ser verdade. Mas, então, vamos às considerações racistas de Kardec tiradas de A Gênese, um dos livros basilares da doutrina espírita.
As páginas que menciono referem-se à 52ª edição brasileira da Federação Espírita Brasileira (FEB).

A questão das raças é abordada por Kardec no capítulo XI (Gênese Espiritual):
É assim que as raças adiantadas têm um organismo ou, se quiserem, um aparelhamento cerebral mais aperfeiçoado do que as raças primitivas. Desse modo igualmente se explica o cunho especial que o caráter do Espírito imprime aos traços da fisionomia e às linhas do corpo.” (item 11, pág. 242).
Recebendo os corpos a impressão do caráter do Espírito e procriando-se esses corpos na conformidade dos respectivos tipos, resultaram daí diferentes raças, quer quanto ao físico, quer quanto ao moral.” (item 30, pág. 252).
Não foi, portanto, uniforme o progresso em toda a espécie humana. Como era natural, as raças mais inteligentes adiantaram-se às outras, […] Fora, com efeito, impossível atribuir-se a mesma ancianidade de criação aos selvagens, que mal se distinguem do macaco, e aos chineses, nem, ainda menos, aos europeus civilizados. […] os Espíritos dos selvagens também fazem parte da Humanidade e alcançarão um dia o nível em que se acham seus irmãos mais velhos. Mas, sem dúvida, não será em corpos da mesma raça física, impróprios a um certo desenvolvimento intelectual e moral.” (grifos no original) (item 32, pág. 253).
Do ponto de vista fisiológico, algumas raças apresentam característicos tipos particulares, que não permitem se lhes assinale uma origem comum. Há diferenças que evidentemente não são simples efeito do clima, pois que os brancos que se reproduzem nos países dos negros não se tornam negros e reciprocamente. […] Sabe-se hoje que a cor do negro provém de um tecido especial subcutâneo peculiar à espécie.” (item 39, pág. 259)
Adão e seus descendentes são apresentados na Gênese como homens sobremaneira inteligentes […] Não se conceberia, portanto, que esse tronco tenha tido, como ramos, numerosos povos tão atrasados, de inteligência tão rudimentar, que ainda em nossos dias rastejam a animalidade [...]” (item 40, pág. 260).


Tentar fugir das evidências de racismo acima explicitadas é enxugar gelo com toalha quente.

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