Apesar de ter falecido em 1.961, meu pai continua presente na vida dos três filhos. Mas não é dessa presença que quero falar. Falo dos presentes que ele me deu ao longo de minha vida. Alguns ele deu um bocadinho sem querer. Minha primeira bicicleta, por exemplo. Ele ma havia prometido caso eu passasse no exame de admissão ao ginásio. Passei. Algo que ele entendia ser difícil para garoto tão avoado. Outros ele quis dar, mesmo. Por exemplo, um terreno no Guarujá. De algum modo ele pressentia que não conseguiria viver até me ver encaminhado na vida. O terreno serviu para que eu desse a entrada na compra de minha primeira casa. Outros ele me deu e eu não os aproveitei devidamente. Uma viagem a Poços de Caldas, por exemplo. Aos cinco anos, fui eu fazer companhia a ele, que lá estava para repousar. Apesar dos passeios de charrete, enjoei logo da monotonia daquela cidade e quis voltar. Um amigo da família, de passagem por Poços, encarregou-se de me devolver a Santos e - se ainda vive - não esqueceu da fatídica viagem de autocarro (/ônibus), na qual eu acabei com a tranquilidade de todos os passageiros ao fazer cocó nas calças.
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Mas o maior presente que ele me deu, ele o fez sem o saber: Deu-me a terra onde nasceu. E onde pretendo viver meus muitos últimos anos.
P.S:: Ele nasceu no dia 13 de Fevereiro de 1.906, em Passos de Lomba, Vinhais, Bragança, Portugal.
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