segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

A lógica da escolha do Papa

Daqui a alguns dias, em 28 de Fevereiro, o Papa vai renunciar.
Vai, então, começar um novo processo de escolha de um novo Papa.
Diante disso, o monsenhor Darci Nicioli, bispo auxiliar da arquidiocese de Aparecida, no Brasil, disse o seguinte, em entrevista ao portal G1:

"Todos os cardeais com menos de 80 anos são candidatos e podem votar na escolha do novo Papa, mas sabemos que depende do espírito santo. Por isso, vamos rezar muito para que seja nomeado o melhor cardeal".

Vamos com calma: que eu saiba, a fé não depende da razão, mas tampouco a contraria. E não sou eu, um mísero ateu, quem o diz. O Catecismo da Igreja Católica, em sua resposta à pergunta 29 estabelece:

Pergunta 29: Por que não há contradições entre a fé e a ciência?
Embora a fé supere a razão, não poderá nunca existir contradição entre a fé e a ciência porque ambas têm origem em Deus. É o mesmo Deus que dá ao homem seja a luz da razão seja a luz da fé.
«Crê para compreender: compreende para crer» (Santo Agostinho)



Alguém consegue me explicar qual a lógica da declaração do monsenhor?

Ora, se a escolha depende do Espírito Santo (a turma do G1 já rebaixou a Divina Pomba a iniciais em minúsculas), há alguma possibilidade de não ser nomeado o melhor cardeal? Afinal, também segundo a Igreja (ao menos desde o século IV), o Espírito Santo compõe a Santíssima Trindade. Ou seja, o Espírito Santo é Deus. Convém à Sua perfeição que Ele leve os cardeais à melhor escolha.
Então, se é impossível que não seja escolhido o melhor cardeal, para que fim se prestarão nossas orações?

Se entendi o que dom Darci Nicioli disse, mesmo que o Divino Espírito Santo seja o encarregado da escolha, devemos orar para que seja escolhido o melhor cardeal, pois cautela e caldo de galinha...

Como se diz cá em Trás-os-Montes: Valha-me Deus!

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