sábado, 25 de abril de 2009

Socorro, professor Pasquale


Desde que comecei a freqüentar Portugal (já lá se vão muitos anos), chamou-me a atenção o modo de o português pronunciar a dupla “sc”. Por exemplo, “piscina”, em Portugal, é “pixina”. "Adolescente” é "adolexente” etc etc. A lista é grande. Parte dela vai aqui:

abscesso, abscissa, acrescentar, acrescer, acréscimo, adolescente, apascentar, aquiescência, aquiescer, ascender, ascensão, asceta, condescendência, consciência, cônscio, convalescer, crescente, crescer, descendência, descender, descentralização, descer, descerrar, descida, discente (que aprende), discernimento, disciplina(r), discípulo, efervescência, fascículo, fascismo, florescer, imisção (mistura), imiscível, imprescindível, intumescer, irascível, isóscele(s), miscelânea, miscigenação, nascença, nascer, néscio, obsceno, onisciência, oscilar, oscilação, piscicultura, piscina, plebiscito, prescindir, recrudescer, remanescente, reminiscência, renascença, rescindir, rescisão, ressuscitar, seiscentésimo, seiscentos, suscetível, suscitar, transcendência, víscera.

Ora. Desde quando constatei tal pronúncia, gostei. No Brasil, não há distinção de pronúncia entre “piscina” e “passeio”, por exemplo. Entendi que tal distinção era importante. “Piscina”, por exemplo, vem do latim “piscis”, peixe, e – portanto - a pronúncia diferenciada enfatiza a origem constituinte do termo.

Muito bem. Acontece que, hoje, ao saborear uma lasanha de mariscos no Gôndola, ouvi um vizinho de mesa pronunciar “seixentos”.
A partir de então, fiquei embasbacado. Afinal, seiscentos é a justaposiçào de seis e de cento. Não penso que se deveria pronunciar daquela maneira. O s e o c não formam um conjunto. O s pertence ao seis. O c a cento.

E agora?

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