quinta-feira, 2 de abril de 2009

De marolinhas e tsunamis


Andam querendo assustar a gente. Talvez sem intenção. Talvez apenas porque assim vendam mais jornais.
Mas, nesse aspecto, sou mais Lula: a situação está mais pra marolinha.

As manchetes são sempre do tipo:

INDÚSTRIA DA GOIABADA NÃO DEMITIA TANTOS DESDE 2.001

Os olhos do leitor se arregalam. Já se sente desempregado, apesar de não trabalhar em nada parecido com fábrica de goiabada.
Ocorre que, bem lida, essa frase pode ser reescrita assim:

AGORINHA MESMO, EM 2.001, INDÚSTRIA DA GOIABADA DEMITIU TANTO OU MAIS QUE ESTA SEMANA.

Ora, se sobrevivi a 2.001, até com alguma galhardia, qual o problema? Sobreviverei também a 2.009. Se não eu, ao menos a indústria da goiabada.

É verdade que, volta e meia, surge alguma manchete um tanto mais assustadora:

PRODUÇÃO DE PICOLÉS DE COCO ATINGE SEU NÍVEL MAIS BAIXO DESDE 1.944.

Epa! Agora complicou um pouco. Nasci em 1.945. De sorte que acabo de ser informado de que jamais, durante a minha já exageradamente longa existência, produziram-se tão poucos picolés de coco. Aqueles que na minha infância a Kibon chamava de Jajá.

Mas, pensando bem, nem essa manchete é tão terrível. Mesmo com uma oferta pequena de Jajás, sob o calorão reinante em Santos, meu pai e minha mãe não desistiram de me fabricar.

E cá estou eu. Com ou sem picolés de coco.

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