quarta-feira, 16 de agosto de 2006

Palpites


Pois é. Lembro quando Jorge Veiga fez uma letra de samba que rimava palmito com palpite. Foi criticado: pô, Jorge, palmito não rima com palpite.
E ele não se apertou:
Não rima no fim, mas rima no início.
Hoje acordei a fim de dar palpites.
Li um conto maravilhoso do Marcio e dei palpite (tira a última frase, Marcio).
Aliás, sempre fui meio assim, de palpites. Já critiquei poemas do Bandeira, do Drummond, do Vinicius.
Como dizem os baianos, sou abusadinho.
Aí, quando vem uma crise de bom senso:
Cara, que vexame! Esses nomes são consagrados. Você tem coragem (petulância é melhor, né não?) de criticar o que eles escrevem? E quando, já já, o Marcio virar escritor famoso? Onde tu vai enfiar a cara?
Eu, que (quase) sempre usei barba, resolvi – belo dia – raspar só o bigode. Logo depois de perpetrado o corte, chega em casa um amigo, poeta, e se espanta.
Me justifico:
- Por que não posso cortar só o bigode? O Soljenytsin é assim!
- O problema é que você não é judeu, muito menos intelectual.
Deixei crescer novamente o bigode.
Agora, parar de dar palpites. Nunca.

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