quarta-feira, 23 de agosto de 2006

Aritmética da Impunidade


Belo dia descobre-se que o cidadão passou a mão no dinheiro público. Mensaleiro, sanguessuga etc.
Esse dinheiro, como bem disse certa vez o então presidente do Banco Central, Armínio Fraga (não confundir com Armando Flagra, que é coisa da Polícia Federal), é o meu, o seu, o nosso dinheiro.
Deveria, portanto, ser devolvido aos cidadãos todos, partindo-se da hipótese simplificadora de que todos contribuíram igualmente.
Então vamos lá. O sujeito passou a mão em, digamos, um milhão de reais. Somos 200 milhões de habitantes. Logo, caberia a cada um de nós, 0,005 reais.
Como quase todo mundo sabe, nossa moeda só admite centavos de real. Portanto, a parte que caberia a cada um de nós seria zero.
Além do mais, se o indivíduo roubou 100 milhões, cada um de nós deveria receber cem vezes o que receberia caso o dito cujo tivesse roubado um milhãozinho só. Ou seja, cem vezes zero, que como quase todo mundo sabe, é zero.

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