sábado, 5 de agosto de 2006
Correr, corroer
Hoje é sexta. Amanhã é sábado. E assim por diante. Não se pode fazer nada contra esse correr do tempo.
Pode-se eleger uma Constituinte, pode-se nomear o irmão Raul como sucessor, pode-se bombardear o Iraque à vontade, pode-se destruir o Líbano com mil justificativas, pode-se ouvir Elvis, que não morreu, pode-se jogar porrinha no bar da esquina, pode-se torcer pelo Corinthians, pode-se ler Heródoto, pode-se jogar fora o lixo do dia, pode-se jogar fora o dia, um lixo, pode-se mergulhar na piscina, pode-se fazer um monte de sinais esdrúxulos, pode-se vender ambulâncias superfaturadas, pode-se ser candidato-presidente ou presidente-candidato sem saber de nada sabendo de tudo, pode-se morrer em paz.
Só não se pode fazer qualquer coisa contra o correr do tempo.
Não se pode fazer nada contra esse correr do tempo.
O correr do tempo é inexorável. Nada detém o tempo. A correr. A corroer.
Tempocorredor. Tempocorroedor.
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