quinta-feira, 31 de agosto de 2006

O conhecimento da ignorância


Hoje de manhã conversei com uma vizinha sobre a reforma que o camarada do apartamento embaixo do meu está fazendo. Disse a ela que estava preocupado porque o fulano está derrubando tudo. Será que ele tem noção da diferença entre elementos estruturais e não estruturais? Será que ele sabe que derrubar uma parede não é o mesmo que arrancar uma coluna? Ou uma viga?
Depois, já com meus botões, lembrei: sou engenheiro. Tá certo que engenheiro eletrônico. E formado em 1967, época em que os circuitos eletrônicos estavam deixando de utilizar válvulas para começar a usar transistores. Coisa medieval, mesmo.
Mas percebi uma vantagem em tudo isso: não entendo nada de estruturas de concreto. Mas sei que não entendo.
E isso faz alguma diferença.
Pensando melhor, notei que – no fundo, no fundo – o que eu quero não é ser culto. Isso é cada vez mais complicado. Dizem que o último camarada que entendeu de tudo foi Leibniz. E ele já morreu há quase 300 anos.
Quero conhecer cada vez mais minha ignorância. Ter noção mais profunda de que não sei tudo que não sei. Aprofundar meus conhecimentos de meu desconhecimento.

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