terça-feira, 15 de fevereiro de 2005

Os portões


Luis Ene, que admiro há muito tempo, mas principalmente depois de o conhecer ao vivo e em cores, ficou excitado com a montagem “The Gates”.
Não consigo atingir essas altitudes da arte.
Luis, Luis, me perdoe. Mas, está acima das minhas forças.
Um homem e uma mulher (ele da Bulgária, ela de família francesa do Marrocos, criada na França e na Suíça) encontraram-se um belo dia. Ele perguntou (melhor dizendo: talvez tenha perguntado): em que dia você faz anos? E ela, tímida: 13 de junho. Ele, de bate-pronto: que coincidência! Eu também!
Se ela fosse uma menina qualquer, pensaria logo: que cantada mais manjada. Esse cara não se enxerga?! Mas, ela não é uma menina qualquer. Ela é uma artista. Entra na dele. E continua o diálogo:
- De que ano você é?
- 1935.
- Não diga! Eu também!
Pronto. Estava formado o casal Christo e Jeanne-Claude.
De lá pra cá, eles aprontaram: já embrulharam o Reischtag

Parlamento alemão embrulhado. No Brasil, eles é que embrulham a gente
e plantaram guarda-chuvas gigantes em campos da Califórnia e em arrozais do Japão.
Não satisfeitos, ficaram brigando na justiça 26 anos pra conseguir colocar pouco mais de 7.500 traves de futebol com panos de nylon pendurados (os chamados “portões”) nos caminhos do Central Park.
Diz a Bíblia: bem-aventurados os pobres de espírito, como eu, que acham que teria sido melhor equipar algo como 3.750 campos de futebol de várzea mundo afora.

Sem comentários: