quinta-feira, 10 de fevereiro de 2005
Auto Avaliação
Descobri, nesta Instrução Normativa da Receita Federal (IN SRF nº 84 de 11/10/2001), uma tabela fantástica. Ela permite que a gente traga a valores de 1.995 (portanto em reais), valores de anos tão longínquos quanto 1.938 (expressos nas moedas de cada época). Assim, se você sabe que seu avô pagou 100 contos de réis por aquele Ford bigode em junho de 1.940 (sua avó lembra direitinho. Era aniversário dela), basta você dividir esse valor (100.000) por 5 e pronto: seu avô teria pago, se o negócio fosse feito em 1.995, 20.000 reais.
Até aí tudo bem, é só alegria.
Mas comecei a matutar: nasci em 1.945, fevereiro. Sei lá quanto eu valia, mas devia ser muito porque a família fez um escarcéu dos diabos.
Aí fui na tabela e descobri que pra trazer esse valor pra 1.995 (quando eu tinha cinqüentinha) basta dividi-lo por dez (tá bom, é 9,9209, mas vamos arredondar).
Moral da história: se eu valesse ao nascer, digamos, 100, em 1.995 passei a valer 10. Perdi 90 pontos percentuais em cinqüenta anos.
Não é mole: 18 pontos percentuais a cada dez anos.
Mas o pior ainda está por vir: dia desses vou fazer sessenta. E descobri que é melhor eu me mandar pra algum lugar escondidinho. Afinal, ao completar sessenta, vou estar a dever 8 pontos percentuais. E se alguém resolver cobrar?
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