domingo, 4 de julho de 2004
Perdemos o Rumo
(mas ganhamos Ná Ozzetti)
Estava a ler um post do Ene Coisas no qual Luis Ene fala que continua a ouvir Ná Ozzetti.
Voltei vinte e três aninhos atrás. Naquele distante ano de 1.981, Raimundo Pereira lutava para manter em pé o jornal Movimento, sucessor de Opinião. Ofereci ajuda. Fazia um pouco de tudo (muito pouco, diga-se) para que o jornal continuasse a sair.
Foi nesse contexto que fui ao Lira Paulistana (ficava na rua Teodoro Sampaio, perto da praça Benedito Calixto, São Paulo. Fechou as portas em 1.985) para assistir ao show de um grupo praticamente desconhecido: Rumo. O trabalho do grupo era, em grande parte, reflexo da genialidade de Luiz Tatit, mas a voz de Ná Ozzetti (então em início de carreira) já impressionava. Quando a apresentação terminou, comprei o disco Rumo (1.981) e fui para casa escrever um texto sobre o grupo.
Dia seguinte corri à sede do Movimento para entregar o artigo. Raimundo estava lá para informar que o jornal havia acabado.
Devo ter as folhas datilografadas guardadas em alguma pasta no meio desta bagunça que é meu escritório. Que importa? Já não servem para nada.
Serve - sim - o disco de vinil que ainda reproduz bastante bem os sons daquele tempo irreproduzível.
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