terça-feira, 22 de junho de 2004

Os oceanos e seus engodos


A primeira vez que vi o Oceano Pacífico e senti sua água em minhas mãos foi em Viña del Mar, Chile. Parado ali, naquela praia sofisticada na qual as pessoas passeiam bem vestidas, as mulheres de sapatos de salto alto e vestidos longos, os homens não raro de terno, duvidei da honestidade daquele marzão. Pudera, minha fantasia de criança nascida à beira sul-americana do Atlântico era a de um Oceano Pacífico em que as ondas saíam da praia em direção ao alto mar, a manter a ordem das coisas oceânicas, que não lhe fica bem ao Pacífico deixar que o Atlântico saiba que está a confundir as coisas.
Vi as ondas baterem nas pedras continentais, a areia receber aquela mesma espuma a que me acostumara do lado de lá, de cá, que sei eu. Já não sei mais nada.
Este oceano está a rir-se de mim. Disso não há dúvida.

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