Antigamente, no Brasil, os petistas eram os Catões da República.
Hoje são os catões do Erário.
quarta-feira, 31 de dezembro de 2014
Passeio de fim de ano - Andorra
O Principado de Andorra fica nos Pirineus. Aqui só tem montanha grande. Nada de morros ou colinas. Como se costuma dizer quando algo é de grandes proporções, isto aqui é briga de cachorro grande.
As fotos seguintes são da capital, Andorra a Velha.
Até a Doga está agasalhada. A temperatura até que é positiva, mas o vento é gelado.
Essa foto é para mostrar como alguns automóveis circulam com restos de neve em cima.
Agora estamos em Encamp, cidade em que há um transporte funicular para passear-se sobre estações de esqui. Essa história de passear em um cesto de vidro pendurado em cordas eu passo.
O frio aqui em Encamp já é mais rigoroso.
O Hotel Plaza é dos raros hotéis bons que aceitam cães. E nele os há, nestes dias, até grandes.
Até 2015! Que seja um bom ano para todos.
domingo, 28 de dezembro de 2014
Passeio de fim de ano - Logroño
Hoje fomos andar por Logroño. Só no
entorno do hotel, claro. Mas parece ser o centro da muvuca.
Tiramos algumas fotos durante o dia,
outras à noite.
O almoço foi em El Rey del Jamon. Eu
não tinha fome alguma, por ter feito o pequeno almoço bastante
tarde. Mesmo assim, era imprescindível que se escolhesse um primeiro
e um segundo pratos. Tive de comer uns chorizos acompanhados de
batatas (batatas que abandonei, em troca de selecionar os chorizos)
para depois mergulhar em um muslo de pollo (perna de frango) bem
razoável (pra quem não tem fome, nada pode ser muito bom...). Tudo
regado a um muy rico tinto de Rioja.
Deixo algumas fotos.
Até Andorra.
Algumas imagens de Logroño durante o dia:
Catedral de Logroño:
Mais imagens de Logroño durante o dia:
Há lugares com wi-fi na rua. Não testei.
Logroño à noite:
sábado, 27 de dezembro de 2014
Passeio de fim de ano
Vamos até Andorra a Velha a passar lá
a entrada de ano.
Tanto a ida quanto a volta foram
planeadas em duas etapas, que ninguém é de ferro.
A ida é: Bragança a Logroño. Um dia
em Logroño para conhecer um bocadinho da Capital do Vinho. Aliás,
capital da província de Rioja. Depois, Logroño a Andorra a Velha.
As duas viagens nos fazem percorrer 450
km cada.
A volta será pelo mesmo caminho mas
com parada em Burgos. Se Logroño fica bem no meio do percurso,
Burgos já fica um bocadinho mais próxima de Bragança. Ficaremos
também um dia em Burgos.
Em Andorra ficaremos de 29 de Dezembro
a 2 de Janeiro.
Hoje chegámos a Logroño. Em
exatíssimas 4 horas. Sem (quase) desrespeitar o limite máximo de
velocidade. Estradas perfeitas e quase sem movimento. Apenas algum
trânsito nas proximidades de Valladolid.
Depois de instalados no hotel, fomos a
pé, já com alguma chuva, jantar no La Abuela Encarna.
Encantaram-nos as ruas abarrotadas de
gente. Inclusivamente muitos casais com bebés em carrinhos. Todos a
passear e a lotar restaurantes e cafés, mesmo com algum frio e
chuva.
Isso é aproveitar os espaços que a
cidade proporciona.
Instalados no restaurante, saboreámos
pão torrado com molhos: um de tomate, outro de alho.
Lulas maravilhosas enquanto
aguardávamos a paella de pulpo, gambas e calamares (polvo, camarões
e lulas).
Tudo acompanhado, claro, de um crianza
de Rioja.
Fotos? Só amanhã.
quinta-feira, 25 de dezembro de 2014
Dia de Natal
Para falar a respeito
deste dia de Natal de 2014 é preciso dizer algumas coisinhas antes.
Meu pai nasceu em
Passos, aldeia de Vinhais, no nordeste de Portugal. Teve um único
irmão, meu tio Agripino Santelmo.
Aos catorze anos meu
pai entendeu que era hora de ir em busca do pai, um homem que havia
deixado a minha avó dois filhos e se despachara pro Brasil.
Lá se foi Alberto
Augusto em busca de reconhecimento paterno. Cá ficou seu irmão
Agripino.
Meu pai, no Brasil,
depois de desprezado pelo pai, deu voltas à vida, tornou-se pastor
batista e teve três filhos. Dos quais sou o mais novo.
Meu tio Agripino
manteve-se fiel às origens de agricultor. Viveu toda a vida na
aldeia e teve duas filhas: Zelinda Bela e Dora da Caridade.
Passaram-se os anos,
como costumam passar.
Morreram meu pai e meu
tio.
Um dia vim a Portugal e
conheci Zelinda e Dora. Nem sabia – até então - que elas
existissem.
Aos poucos, bem
devagarinho como deve ser, fomos construindo um vínculo.
Hoje, como no ano
passado, nos reunimos em minha casa em Bragança. Zelinda, Dora, seus
maridos, e a filha de Zelinda com o marido e a filha. Várias
gerações de uma mesma estirpe.
Em Portugal, sabe-se, a
comida é sempre o centro de tudo.
Mas, depois do almoço,
na conversa entre primos, minha Dora confessou:
Queria que cá viesse,
não sei de onde, meu pai. E visse cá reunidos suas filhas com o
filho de seu irmão Alberto Augusto.
Também eu queria,
Dora.
quarta-feira, 24 de dezembro de 2014
terça-feira, 23 de dezembro de 2014
O senso de humor dos governantes brasileiros.
Assisti ao depoimento da sra. Venina ao Fantástico.
Agora sou avisado de que verei no Jornal Nacional (que cá em Portugal vai ao ar lá pela uma da madrugada) a presidente da Petrobrás, Graça Foster, a dizer que Venina não foi clara em suas denúncias.
Quanto a mim, concordo com Millôr:
Foi tão clara como a gema.
segunda-feira, 22 de dezembro de 2014
Dúvida socrática
No Brasil, “pessoas
utilizadas como intermediárias em fraude ou negócio suspeito”
(Dicionário Priberam) são popularmente conhecidas como “laranjas”.
São os testas de ferro. A legislação, mais formal, as trata por
“interpostas pessoas”.
O ex-primeiro-ministro
português José Sócrates é defendido em processos anteriores à
sua prisão pelo famoso causídico Daniel Proença de Carvalho.
Para surpresa geral,
resolveu agora apresentar-se perante a Justiça por intermédio do
ilustre desconhecido advogado João Araújo.
Dito isso, pergunto:
terá sido o ex-PM Sócrates o inventor da figura do
advogado-laranja?
Ou apenas deu-lhe na
gana prestigiar os simples pois deles é o reino dos céus?
domingo, 21 de dezembro de 2014
Convicções
Todo ano, já lá se
vão uns vinte e tal, ia eu ao Colégio Rio Branco, uma instituição
dos rotarianos em São Paulo, para assistir à entrega do prêmio
Rotary aos melhores alunos, entre eles meu filho.
Encontrava sempre meu
amigo Armando Kagueyama, muito ocupado a fotografar os dois filhos
que também invariavelmente ganhavam o prêmio.
Ao fim de uma dessas
cerimônias comentei com Armandinho em tom de brincadeira:
- Parece que o
grande mérito dos prêmios de teus filhos é teu e de tua mulher.
Afinal sempre os dois são premiados. Já em meu caso o mérito maior
é mesmo de meu filho. Minhas filhas não dão importância a isto.
Logo, a culpa não é minha. É só dele.
Lembro esse episódio
ao constatar a satisfação de muitos pais ao verem todos os seus
filhos a seguirem seus passos. Ou ao menos os passos por eles
recomendados...
Todos com profissões
que os pais admiram. Todos com as mesmas crenças religiosas.
De quem é a culpa? Ou
o mérito, tanto faz.
sábado, 20 de dezembro de 2014
Campeonato Mundial de Clubes
O Real Madrid acaba de
vencer a equipa do Papa Paco.
Duas bolas a zero. Mas
poderiam ter sido cinco ou seis.
(Falamos de futebol).
Esse torneio não faz
sentido. Não é à toa que ninguém lhe dá importância cá na
Europa.
A Copa do Mundo de
seleções nacionais coloca frente a frente os grupos de jogadores de
cada nacionalidade (vários naturalizados, é verdade). Faz sentido.
Quanto a clubes, toda
gente sabe que qualquer jogador que se destaque em seu país de
origem é logo “puxado” para algum clube europeu.
O desnível entre o
campeão europeu e os demais campeões continentais torna-se
gigantesco.
Recentemente, o meu
Santos F.C. foi humilhado pelo Barcelona em uma final desse torneio.
Hoje o Real Madrid ao
fazer seu segundo golo logo no início da segunda fase do jogo
desistiu da disputa e a partida transformou-se em treino.
A comemoração ao fim
da partida foi quase tão festiva quanto um velório.
Até que o equilíbrio
se restabeleça entre os clubes dos diversos continentes, seria
melhor interromper a disputa desse torneio.
Para um ano que se vai
As pessoas que comparam
o Português praticado no Brasil com o exercido em Portugal costumam
enfatizar pitorescos desencontros de linguagem.
A “fila” do Brasil
torna-se “bicha” em Portugal, que por sua vez volta ao Brasil
como “viado”, que embarca de volta a Portugal como “paneleiro”.
Prefiro ficar em outros
desencontros.
Os portugueses não têm
xará. “Xará” é o homônimo.
O caqui, aquela fruta
deliciosa, em Portugal continua uma delícia mas chama-se “dióspiro”.
Só que toda gente o chama de “diospiro”, assim, paroxítona.
Aliás, não se fala
“todo mundo” cá em Portugal. É mesmo “toda gente”.
E já que 2014 está no
fim, diga-se que ninguém em Portugal deseja um “bom final de
semana”, nem “um bom final de ano”. Diz-se apenas “bom fim de
semana” e “bom fim de ano”.
Mais curto. Melhor.
sexta-feira, 19 de dezembro de 2014
Ciência das ciências
Jovem, eu acreditava
que a Matemática era a Ciência das ciências.
Na cimeira dela reinava
a Lógica.
Tempos depois descobri
que a Ciência das ciências é a Química entre os amantes.
Futuro do pretérito (condicional, para os íntimos)
O analfabetismo parece que já ocupa todas as funções nas redações da imprensa brasileira.
O jornalista Carlos Brickmann, esse sim, jornalista dos tempos em que nas redações se sabia ler e escrever, não se cansa de enumerar absurdos nas manchetes dos jornais e dos portais da Internet.
É um tal de chamar uma mulher esquartejada e enfiada aos pedaços em uma sacola de "suposta vítima" e outras pérolas do mesmo calibre.
Pois o Estadão acaba de anunciar uma lista de políticos acusados por Paulo Roberto Costa de receberem recursos desviados da Petrobrás.
Como quase toda gente sabe, Paulo Roberto Costa é ex-diretor da Petrobrás e - depois de preso - fez acordo de delação premiada e abriu o bico.
Pois. Quando ele disse que - por exemplo - o senador Humberto Costa, do PT de Pernambuco, recebeu um milhão de reais, ele certamente não disse que o senador "teria recebido" um milhão de reais.
Veja o que nossos valorosos jornalistas escreveram. Aí vai uma pequena amostra.
O jornalista Carlos Brickmann, esse sim, jornalista dos tempos em que nas redações se sabia ler e escrever, não se cansa de enumerar absurdos nas manchetes dos jornais e dos portais da Internet.
É um tal de chamar uma mulher esquartejada e enfiada aos pedaços em uma sacola de "suposta vítima" e outras pérolas do mesmo calibre.
Pois o Estadão acaba de anunciar uma lista de políticos acusados por Paulo Roberto Costa de receberem recursos desviados da Petrobrás.
Como quase toda gente sabe, Paulo Roberto Costa é ex-diretor da Petrobrás e - depois de preso - fez acordo de delação premiada e abriu o bico.
Pois. Quando ele disse que - por exemplo - o senador Humberto Costa, do PT de Pernambuco, recebeu um milhão de reais, ele certamente não disse que o senador "teria recebido" um milhão de reais.
Veja o que nossos valorosos jornalistas escreveram. Aí vai uma pequena amostra.
Leituras habituais
Todas as quintas-feiras
recebo as revistas Visão e Sábado.
Em ambas minha leitura
começa pela última página (e às vezes se restringe a isso).
Divirto-me com o texto
de Ricardo Araújo Pereira, na última página de Visão.
O que ele escreve tem
sempre piada, mesmo quando faz contorcionismo em defesa do Sócrates,
aquele.
Meu preferido é mesmo
Alberto Gonçalves, que preenche a última página da Sábado com seu
Juízo Final.
Seus méritos, a meu
ver: ironiza as Esquerdas e satiriza qualquer que seja o governo de
plantão em Portugal. Acima de tudo, escreve muitíssimo bem. Algo
não tão incomum em Portugal mas raríssimo no Brasil. O restante
são coincidências: temos o mesmo nome, habitamos ambos as duas
extremidades da autoestrada A4. Ambos gostamos bastante das
interpretações de António Zambujo.
Do Brasil, recebo
mensalmente a revista Piauí. O primeiro que leio é o Diário da
Dilma, do ghostwriter Renato Terra. Talvez a única vantagem
decorrente da reeleição da “presidenta” seja que poderemos ter
mais algum tempo de monólogos como esse aí, na imagem.
quinta-feira, 18 de dezembro de 2014
Hoje não é mais assim
Acho curioso o
argumento de muitos cristãos. Dizem que isso de matar hereges em
fogueiras e tal é coisa de séculos atrás. Que hoje já nada disso
se faz.
É como se alguém se
dissesse favorável à escravidão. Quando um outro alguém se
espantasse diante de tal opinião, diria que já vai pra lá de um
século que não existe escravidão no mundo. Ao menos patrocinada
por Estados, abertamente.
Ora, o Cristianismo que
mandava hereges à fogueira tinha basicamente os mesmos princípios
que mantém até hoje. É o caso de perguntar a um cristão: fosse
você cristão na Idade Média, seria favorável à execução de
hereges?
Não? Então você
seria um deles.
Bem-vindo ao clube.
Reatamento EUA e Cuba
Sempre achei Barack
Obama um bom exemplo de pastel de vento.
Mas algo como o fim do
embargo americano a Cuba e a normalização das relações entre os
dois países constitui – sem dúvida – aquilo que se costuma
chamar de “data histórica”.
É claro, algumas
cabecinhas de papel da Esquerda levaram o assunto para o ramo da
galhofa.
Emir Sader falou em
fracasso dos EUA.
Outros delirantes
menores fizeram ironias e piadinhas.
É o que se pode
esperar dessa gente.
Mas a data passará à
História, e essa gente irá para o lixo.
Como, de resto, todos
nós...
quarta-feira, 17 de dezembro de 2014
Um novo Chaves
Quando era prefeito da
cidade de São Paulo, Maluf construiu o túnel Ayrton Senna com um
enorme superfaturamento.
Foi condenado por isso.
Mas considerou-se que
ele superfaturou sem querer, querendo.
Graças a isso, vai
tomar posse como deputado federal pelo Estado de São Paulo, mesmo
sendo procurado pela Interpol e, portanto, sem poder sair do país.
Eu disse “país”?
segunda-feira, 15 de dezembro de 2014
Tortura
Em minha opinião, um dos melhores textos de 2014 na imprensa brasileira.
Quando eu estava no DOI-Codi e já naquela fase em que a tortura era menos violenta (só alguns choques com curta duração) e quando já era possível trocar algumas palavras com os carrascos, ouvi várias vezes deles:
- Nós não iríamos conseguir acabar com vocês se não fosse a tortura. Caso não a utilizássemos vocês não diriam nada.
domingo, 14 de dezembro de 2014
Graça Foste
Moro há cinco meses em casa de um amigo.
É que fui visitá-lo uma noite e toda vez que eu dizia que era hora de ir-me, ele retrucava:
- Fica mais um pouco!
Falou isso duas vezes.
Bolsonaro, o álibi
Os defensores
incondicionais do (des)governo brasileiro estavam um bocadinho sem
assunto.
O descalabro na
Petrobrás é mesmo difícil de defender.
Eis que surge
Bolsonaro, o anti-herói das Esquerdas.
E com mais uma de suas
asneiras fornece pauta para os lambe-botas do Planalto.
“Absolutamente nada
justifica o estupro.”
Não diga!
“Há
corruptos explícitos que possuem mais respeitabilidade do que
Bolsonaro”.
Ufa!
Por enquanto escapamos.
Até
quando?
sábado, 13 de dezembro de 2014
Quem bebeu?
Parece que os jornalistas de O Globo é que beberam.
Quanto à presidente Dilma, coitada, merecia uma garrafa inteira de Havana para esquecer um bocadinho dos problemas.
Quando perguntada sobre a conjuntura atual, Dilma não se fez de rogada:
- Não tem Graça nenhuma!
(isso é informação confiável de minhas fontes. Apenas não sei se minhas fontes beberam ou não)
Quanto à presidente Dilma, coitada, merecia uma garrafa inteira de Havana para esquecer um bocadinho dos problemas.
Quando perguntada sobre a conjuntura atual, Dilma não se fez de rogada:
- Não tem Graça nenhuma!
(isso é informação confiável de minhas fontes. Apenas não sei se minhas fontes beberam ou não)
Tolerância
Fui educado em uma
família profundamente religiosa. Meu pai era pastor batista, em um
tempo em que os pastores não eram ladrões e enganadores, como a
quase totalidade deles o é, nos dias de hoje.
Em minha casa
respirava-se cristianismo. Não esse cristianismo de TV que percebo
ser o que hoje se pratica. Meus pais seguiam uma doutrina, não
modismos.
Por isso, ao me
perceber ateu, duas conclusões a mim se impuseram:
A primeira: a religião
é construção humana destinada ao papel de placebo para as
angústias, aflições e interrogações humanas.
A segunda: os que não
pensam como eu não são – ipso facto – pessoas desprezíveis.
Meu universo mais íntimo era constituído por pessoas que eu sabia
serem íntegras e, no entanto, religiosas.
Aprendi a lição: não
pensar da mesma forma que eu não desqualifica ninguém.
Quando já ia eu pelo
menos mau caminho do anarquismo, surgiu-me a segunda religião: o
marxismo-leninismo.
Embarquei nessa nau de
corpo e alma. Não estava ainda suficientemente vacinado.
Uns poucos anos de
minha juventude dedicados à tal “luta revolucionária” e a um
bom tempo de cadeia na companhia da nata da Esquerda brasileira me
tornaram imune a essas crenças.
Percebo, com tristeza
mas com resignação, que os que nunca saíram dos espaços das
seitas cristãs ou os que foram sempre alimentados – desde a
infância – pelas concepções da Esquerda, enxergam ateus, uns, e
liberais, outros, como representantes do Mal.
E vomitam argumentos
decorados há tempos.
Gritam para que se
ouçam.
Não há racionalidade
que os atinja.
(nem diabo que os
carregue)
sexta-feira, 12 de dezembro de 2014
Adeus! Boletim Carta Maior
Passei a receber há vários anos o Boletim Carta Maior a pedido de uma amiga, simpatizante do PT A amiga deixou de ser amiga - se é que alguma vez o foi - quando lhe enviei por e-mail um vídeo que circulou durante muito tempo na Internet em que Hitler é dublado como sendo Lula. Achava eu que - apesar de ser petista - essa amiga não havia perdido totalmente seu senso de humor. Ledo engano.
Durante todo o tempo em que recebi o Boletim, diverti-me bastante com os textos nele publicados. Os de Emir Sader, os de Samuel Leblon etc etc. Eles têm mesmo piada.
Recebi hoje uma proposta para que me torne doador. Eles querem - no mínimo - R$ 100,00 mensais. Mesmo que fosse apenas um real eu não daria meu rico dinheirinho para essa turma. Dar-lhes alguma audiência era o máximo de concessão a que eu me permitia.
O que me assombra é a falta de noção dessa gente. Assino a Folha de SPaulo digital e O Globo digital, no Brasil. Cada uma dessas assinaturas me custa R$ 29,90 por mês. Cá em Portugal assino o jornal Público, versão também digital, que me sai por algo em torno de uns trinta reais mensais (54,90 euros semestrais).
Eles detestam tanto o "mercado" que não reconhecem o valor de suas leis.
quinta-feira, 11 de dezembro de 2014
Pés no chão
Os funcionários da
TAP, empresa aérea estatal portuguesa, decidiram entrar em greve
entre o Natal e o Ano Novo.
Exigem que a TAP não
seja privatizada.
Alguém me explica por
que cargas d'água o Estado deve possuir uma empresa de aviação?!
Um representante do
sindicato dos funcionários apareceu, agora à noite, no noticiário
da TV, a dizer que nada têm contra os que compraram viagens pela
empresa. Apenas defendem os interesses do país.
Quais interesses do
país esses crápulas defendem?
Defendem apenas suas
sinecuras.
Isso que estão a
premeditar é um crime.
Ao invés dos aviões,
coloquem os pés no chão.
NATAL
Ele nasceu de uma
virgem.
Uma luz celestial
anunciou seu nascimento.
Nasceu entre animais,
em 25 de Dezembro.
O rei mandou matá-lo,
mas a família conseguiu fugir a tempo e salvá-lo da morte.
Durante a vida, operou
milagres, como transformar água em vinho.
Teve doze discípulos.
Morreu para expiar os
pecados da humanidade.
Três dias depois de
sua morte ressuscitou.
Com algumas
características a mais ou a menos, Ele foi Hórus, ou Mitra, ou
Xiva, ou Baco, ou Adónis, ou Dioníso, ou Átis, ou Krishna ou etc.
Deuses solares.
Domingo. Sunday.
quarta-feira, 10 de dezembro de 2014
Pretensões
Enquanto Rentes de Carvalho manda às favas James Joyce, eu me satisfaria a entender os vídeos de minha neta..
terça-feira, 9 de dezembro de 2014
Presunção de inocência
É antiga, aquela
historinha do coronel do nordeste brasileiro que dava a seus
“súditos” a cédula de votação já fechadinha para que o
coitado a colocasse na urna.
Um mais espertinho
ousou perguntar:
- Mas coronel! Em quem
eu vou votar?
E o coronel:
- Não posso dizer, meu
filho. O voto é secreto!
É mais ou menos isso
que ocorre hoje com a presunção de inocência.
No caso do escândalo
da Petrobrás, no Brasil, e no caso do “engenheiro” Sócrates, em
Portugal, há montanhas de informações que levam à inevitável
conclusão da culpabilidade de várias figuras.
Do ponto de vista
jurídico, todas são inocentes até o trânsito em julgado de seus
respectivos processos penais.
Mas nem só de
“jurídico” vive o ser humano.
Que se cumpram todas as
formalidades legais. Mas não se queira abolir o senso comum.
segunda-feira, 8 de dezembro de 2014
Mesmo
Façamos justiça: não
foi o Facebook que inventou a estupidez.
Ele apenas propiciou a
exposição democrática da mesma.
Aliás, a Mesma deve
ser a mulher do Mesmo, aquele que sempre nos ameaça quando estamos
diante da porta de um elevador, no Brasil:
“Antes de entrar no
elevador, verifique se o Mesmo se encontra nesse andar.”
Medo!
No meu tempo de criança
havia o Bicho Papão. Agora há o Mesmo.
E por falar nisso. As
pessoinhas, no Facebook, gostam de ficar em zona de conforto. Todas
aconchegadinhas naquilo que as dispensa de pensar. Gostam do Mesmo.
Um cristão não se
pergunta por que guarda o domingo.
Domingo, Sunday. Dia do
Sol.
As principais
características do Jesus construído pela Santa Igreja – e
reverenciado até hoje por todos os cristãos – foram copiadas dos
deuses pagãos.
O nascimento no dia 25
de Dezembro, por exemplo.
Há os socialistas que
nasceram socialistas e planejam morrer como tais. O Muro caiu, a
humanidade acordou do pesadelo soviético, mas na crença deles
ninguém mexe. Sempre o Mesmo. E brincam de tentar redefinir seu
sonho.
Para gozar da companhia
do Mesmo é preciso fechar os olhos e entrar no elevador. Esteja ele
naquele piso ou não. Para tanto, acredita-se em qualquer coisa.
Levam-se a sério artigos do Diário Pernambucano, do Piauí Herald e
do Sensacionalista. Tudo dá no Mesmo.
Chico Buarque é pai de
Eduardo Campos. Deu no Diário Pernambucano.
Levam-se a sério os
textos que vieram a compor aquilo que atende pelo nome de Bíblia.
“(...) e
verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e
grande glória. (…) Em verdade vos digo que não passará esta
geração sem que todas estas coisas aconteçam.”
Aconteceu? Não. Mas dá no Mesmo.
Aconteceu? Não. Mas dá no Mesmo.
Os
Espiritistas são outro capítulo curioso. Há pouco, tive a ideia de
colocá-los não em confronto com minhas ideias, mas comparar as
ideias deles (ou seja, as ideias de Kardec) com as ideias da
Antroposofia de Steiner. Afinal, ambos acreditam na existência de um
“mundo dos espíritos”. Acontece que são mundos muito distintos
entre si. Das duas uma: ou um deles está errado ou os dois. Gastei
meu latim à toa. Os espiritistas, se leram o que escrevi, não
quiseram dizer nada. Afinal, esse Steiner é um bocadinho complicado.
Kardec é mais fácil.
Já tive momentos de
tristeza graças a essa inércia dominante. Hoje me divirto com isso.
Mesmo.
domingo, 7 de dezembro de 2014
Condenação
O eurodeputado Silva Pereira visitou o ex-Primeiro-ministro José Sócrates na cadeia.
O eurodeputado foi ministro da Presidência durante os governos de José Sócrates.
Diz "acreditar em sua inocência".
Ora, alguém que conviveu tão intimamente com um Primeiro-Ministro ou é parvo integral ou sabe se o PM é ou não é inocente.
Penso ser a primeira vez em minha já longa existência em que "acreditar na inocência" funciona como acusação.
sexta-feira, 5 de dezembro de 2014
Paradoxos
No
Brasil as empresas podem fazer doações para os partidos políticos.
Vai
daí, o Partido dos Trabalhadores (PT), ao cobrar das empreiteiras
uma “comissão” para lhes conceder contratos com as empresas
estatais, resolveu receber a tal comissão por meio de doações
(legais) ao PT.
Essa
de receber suborno por meio de doações legais, convenhamos, é
muito bem bolada. O PT está a sofisticar-se.
Ironias:
o Collor acabou com o cheque ao portador; o PT quer acabar com as
doações legais de empresas.
Quem
sabe, o PT queira acabar com as doações legais de empresas assim
como o menino a quem o padre dissera que a masturbação era pecado
passava pimenta nas mãos.
quinta-feira, 4 de dezembro de 2014
Formas antigas de amor
Thomas Cahill, em seu
excelente The Gifts of the Jews (1.998, tradução portuguesa de
1.999 – A Herança Judaica, editora Contexto), trabalha a tese de
nossa total imersão na cultura criada por “uma tribo de nómadas
do deserto”.
Para poder criar o
fundo sobre o qual construirá sua forma, começa por uma
reconstrução da mentalidade primeva, da civilização suméria. E
para tanto, faz-nos retroceder pouco mais de cinco milênios, com a
criação da escrita e o consequente início da História.
Não é o caso, aqui,
de nem mesmo resumir as características da civilização suméria,
plantada junto aos rios Tigre e Eufrates, na Mesopotâmia. Fico na
Epopeia do herói Gilgamesh. Dele o que se sabe são os fragmentos
contidos em pequenas tábuas de argila.
Por exemplo:
“Filho de Lugalbanda,
Gilgamesh, perfeito em força,
Filho da soberba vaca,
a vaca selvagem Ninsun.
Ele é Gilgamesh,
perfeito em esplendor,
Que rasgou passagens
nas montanhas,
Que era capaz de abrir
fossos até nos flancos dos montes,
Que atravessou o
oceano,
os vastos mares, até
onde o Sol nasce.”
Os deuses criam alguém
para enfrentá-lo:
Aruru – a mãe
universal - “pega 'num pedaço de barro, lança-o para o campo
aberto', onde ele se transforma em 'Enkidu, o guerreiro, filho do
silêncio e raio de Ninurta' ”.
Enkidu é o “homem
natural”, mais próximo dos animais do que dos humanos. E será por
seu envolvimento com a meretriz Shamhat que ele fará a inversão:
“As gazelas viram
Enkidu e fugiram,
O gado do campo aberto
afastava-se do seu corpo.
Porque Enkidu
tornara-se suave, o seu corpo estava demasiado limpo.
As suas pernas, que
costumavam acompanhar o passo do gado, estavam imóveis.
Enkidu estava
diminuído, já não podia correr como antes.
No entanto adquirira
discernimento, tornara-se mais sensato.”
Afinal, a luta entre
Gilgamesh e Enkidu:
“Bateram-se na rua,
na praça pública.
Os umbrais das portas
tremiam, as paredes vacilavam.”
Um deus interrompe a
luta. Gilgamesh faz um discurso que o estado das tabuinhas de argila
não permite compreender. Em seguida:
“Enkidu, de pé,
ouviu-o falar,
Pensou, e então
sentou-se, começou a chorar.
Os seus olhos
toldaram-se de lágrimas.
Os seus braços
penderam, a sua força […]
Então agarraram-se um
ao outro,
Abraçaram-se e
deram-se as mãos.”.
Gilgamesh e Enkidu,
“agora grandes amigos, mais estreitamente unidos do que marido e
mulher, tendo jurado defenderem-se um ao outro até à morte (...)”:
"Segura a minha mão,
meu amigo, e vamos!
O teu coração em
breve arderá por combater; esquece a morte e pensa apenas na vida.”
quarta-feira, 3 de dezembro de 2014
Cony e a propagação de bobagens
O imortal Carlos Heitor
Cony, escritor brasileiro que foi seminarista na juventude, gosta de
alardear que nada sabe.
Aqui não se desmente
ninguém. Ele deve ter toda razão.
Mesmo em relação a
assuntos dos quais deveria entender qualquer coisinha, consegue
difundir asneiras.
Em seu artigo de ontem
na Folha de SPaulo, fala do Evangelho de João como tendo sido
escrito pelo apóstolo de mesmo nome. E revela certo espanto por “um
humilde pescador” iniciar “seu depoimento com um intróito
filosófico que até hoje não foi completamente entendido”.
Já não é de agora
que se sabe que nenhum dos evangelhos canônicos é de autoria de
pessoas que tenham tido contato direto com Jesus. Como lembra Bart D.
Ehrman em seu “Jesus, interrupted” (tradução Ediouro “Quem
Jesus foi? Quem Jesus não foi?”) “Os autores dos Evangelhos
eram cristãos altamente educados, falantes de língua grega, que
provavelmente viviam fora da Palestina”.
Já em relação aos
discípulos contemporâneos de Jesus:
“(...) eram
camponeses de classe baixa da Galileia rural. A maioria deles –
certamente Simão Pedro, André, Tiago e João – era diarista
(pescadores e assemelhados); Mateus seria coletor de impostos, mas
não é clara sua posição na organização desse trabalho: se era
uma espécie de empreiteiro que trabalhava diretamente com as
autoridades governamentais para garantir o faturamento dos impostos
ou, mais provavelmente, o tipo de pessoa que esmurrava sua porta para
obrigá-lo a pagar. Nesse último caso, nada indica que ele pudesse
ter precisado de muita educação.
O mesmo certamente pode
ser dito dos outros. Temos algumas informações sobre o que era ser
um camponês de classe baixa nas regiões rurais da Palestina no
século I. Significava, para começar, que você quase certamente era
analfabeto. O próprio Jesus era altamente excepcional, no sentido de
que é claro que sabia ler (Lucas 4:16-20), mas nada indica que
soubesse escrever. Na Antiguidade, essas eram habilidades distintas,
e muitas pessoas que sabiam ler eram incapazes de escrever.”.
É isso, Cony. Não há
contradição nenhuma em João apóstolo ser um “humilde pescador”
e João evangelista ser um refinado escritor. Eles eram pessoas
distintas.
O SporTv e eu
Em um retrospecto dos jogos do campeonato português de futebol deste fim de semana, o narrador de um jogo (salvo engano, Paços de Ferreira e Estoril) perpetrou:
Foi um jogo com muitas ocasiões.
Foi um jogo com muitas ocasiões.
Mais não disse nem lhe foi perguntado.
terça-feira, 2 de dezembro de 2014
O Bloco de Esquerda e a Cartografia de Borges
Um célebre conto de
Borges refere-se a um país em que a cartografia era muito cultivada.
Os cartógrafos dessa
nação esmeravam-se em elaborar mapas cada vez mais detalhados.
O ápice foi atingido
quando conseguiram produzir um mapa de todo o território pátrio em
escala 1x1.
Até hoje, relata
Borges, quem viaja pelo tal país encontra aqui e ali pedaços do tal
mapa, sobrepondo-se à paisagem.
O Bloco de Esquerda
(BE), em Portugal, tinha uma liderança marcante na figura de
Francisco Louçã.
Há pouco tempo,
preferiu entronizar um comando bicéfalo. Assumiram o leme da
embarcação João Semedo e Catarina Martins.
Agora, o BE ampliou sua
direção para cinco elementos. Catarina passa a ser apenas a
porta-voz do grupo dirigente.
O próximo passo,
presumo, será o de transformar em Direção do BE todo o conjunto de
militantes.
Ter-se-á alcançado a
democracia radical. Em escala 1x1.
segunda-feira, 1 de dezembro de 2014
domingo, 30 de novembro de 2014
Historinhas do Porto
Aconteceu em um domingo festivo.
Representantes de bairros da cidade e de cidades vizinhas, como Matosinhos, disputariam uma competição de natação no Douro.
Para incentivar seu representante, a mulherada da zona peixeira de Matosinhos foi toda para o Cais da Ribeira.
Quando lá vinha ele a nadar rio acima, todas elas trataram de levantar seus vestidos para entusiasmá-lo e lhe emprestar vigor.
Mas o nadador ia cada vez mais lento e chegou em último lugar.
Seus adeptos correram a perguntar-lhe o que ocorrera.
Ele explicou:
- Como as mulheres levantavam as saias, o meu "coiso" atolou no lodo do fundo do rio e me vi em dificuldades para nadar mais rápido.
- Mas então por que não nadaste de costas.
E ele:
- Mas e a ponte?!
Para incentivar seu representante, a mulherada da zona peixeira de Matosinhos foi toda para o Cais da Ribeira.
Quando lá vinha ele a nadar rio acima, todas elas trataram de levantar seus vestidos para entusiasmá-lo e lhe emprestar vigor.
Mas o nadador ia cada vez mais lento e chegou em último lugar.
Seus adeptos correram a perguntar-lhe o que ocorrera.
Ele explicou:
- Como as mulheres levantavam as saias, o meu "coiso" atolou no lodo do fundo do rio e me vi em dificuldades para nadar mais rápido.
- Mas então por que não nadaste de costas.
E ele:
- Mas e a ponte?!
Subscrever:
Mensagens (Atom)