Para falar a respeito
deste dia de Natal de 2014 é preciso dizer algumas coisinhas antes.
Meu pai nasceu em
Passos, aldeia de Vinhais, no nordeste de Portugal. Teve um único
irmão, meu tio Agripino Santelmo.
Aos catorze anos meu
pai entendeu que era hora de ir em busca do pai, um homem que havia
deixado a minha avó dois filhos e se despachara pro Brasil.
Lá se foi Alberto
Augusto em busca de reconhecimento paterno. Cá ficou seu irmão
Agripino.
Meu pai, no Brasil,
depois de desprezado pelo pai, deu voltas à vida, tornou-se pastor
batista e teve três filhos. Dos quais sou o mais novo.
Meu tio Agripino
manteve-se fiel às origens de agricultor. Viveu toda a vida na
aldeia e teve duas filhas: Zelinda Bela e Dora da Caridade.
Passaram-se os anos,
como costumam passar.
Morreram meu pai e meu
tio.
Um dia vim a Portugal e
conheci Zelinda e Dora. Nem sabia – até então - que elas
existissem.
Aos poucos, bem
devagarinho como deve ser, fomos construindo um vínculo.
Hoje, como no ano
passado, nos reunimos em minha casa em Bragança. Zelinda, Dora, seus
maridos, e a filha de Zelinda com o marido e a filha. Várias
gerações de uma mesma estirpe.
Em Portugal, sabe-se, a
comida é sempre o centro de tudo.
Mas, depois do almoço,
na conversa entre primos, minha Dora confessou:
Queria que cá viesse,
não sei de onde, meu pai. E visse cá reunidos suas filhas com o
filho de seu irmão Alberto Augusto.
Também eu queria,
Dora.
1 comentário:
Espero que eles já estejam vendo as coisas boas que acontecem por aqui...
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