sábado, 21 de outubro de 2006

Vai, vem


Quando era garoto, imaginava o saber como algo cumulativo. Chegaria o dia em que eu teria um conhecimento abrangente, assim como dizem que era o de Leibniz, por sinal o último – também é o que dizem – a saber de tudo.
E foi o avesso. Sei que escrevi um bom poema aos vinte, vinte e um anos. Lembro de ter obtido um resultado inédito em Lógica, citado em algum trabalho publicado em revista especializada. Mas não me lembro do poema. Muito menos do teorema.
Lembro que desenvolvi um sistema computacional de manipulação de Thesaurus que a Editora Abril comprou. Mas não consigo nem mesmo fazer um template caprichado pro meu blog.
Tenho quase certeza de que ninguém no mundo pesquisou mais sobre Cipriano Barata. Hoje não me lembro de quase nada a respeito dele. Restou apenas a vaga convicção de que ele era bem melhor que a Heloísa Helena.
Sei, isso sim, que por mais que já tenho sido feliz, ainda vou ser mais.
Podem esmaecer as lembranças do que fui. Indestrutíveis as esperanças do que serei.

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