quinta-feira, 14 de setembro de 2006

Parabéns, Lili


Não. Não vou contar a idade dela. Já basta o quanto a atormentei, na juventude, com essa história de idade. Eu transformava os vinte e cinco anos, que ela faria, em um quarto de século. Ela ficava alucinada.
Digo, apenas, que minha irmã – uma delas – faz hoje alguns anos. Não interessa quantos. Interessa que ainda fará muitos mais.
Foi, das duas irmãs que tenho, seguramente a mais chata. Não. Não pensem que isso é ofensa. A outra brincava comigo, era companheira. Essa, a que hoje fica um pouquinho mais velha, era mãe. Mãezona, mesmo. Não me deixava sair de casa sem revisão geral. Olhava as orelhas. Invariavelmente corria a pegar um chumaço de algodão, embebê-lo em álcool e esfregá-lo em meus ouvidos. Se isso é tecnicamente bom ou não, até hoje não sei. Só posso afirmar que é afetivamente fantástico. Sentir-se cuidado. Protegido.
Não satisfeita, deu-me um sobrinho que foi como meu primeiro filho. Foi não. É. Sujeitinho complicado, mas maravilhoso. Ensinou-me, sem o saber, a ser pai.
Mas não é dele que estou a falar. É de minha segunda mãe.
Regente, pianista, mãe e, principalmente, esposa. Daquelas à moda antiga, sabe como é?
Sorte teve meu cunhado, que, aliás, vem a ser o sujeito mais bom (não é melhor, não. É mais bom mesmo) que já conheci.
Vai daí que mando pra Floripa meus beijinhos trasmontanos pra Lili, como a chamava minha mãe.
E – de quebra – pro maridão, pros filhos, noras e netas.

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