domingo, 3 de abril de 2005

A arte de ser pai


Mesmo antes de ter o primeiro filho já eu havia adotado o lema:
Ser pai é a arte de se tornar desnecessário.
Nem me lembro onde li isso, muito menos sei quem inventou essa definição.
Sei que procurei seguir por aí. Não é que deu certo?
Ontem, minha filha mais velha e minha neta vieram despedir-se de nós. Vão viver em Westport, Connecticut, USA, onde já está meu genro, à espera das duas.
Já na sexta à noite, minha filha ofereceu uma festa a seus amigos em uma casa noturna da Vila Olímpia. Quase duzentas pessoas foram despedir-se dela. Em particular, lá estavam as três amigas que a acompanham desde os tempos de escola. A amizade das quatro já atravessou várias fases. Não há o que as separe. Nem a distância conseguirá isso.
Ontem, enquanto minha filha nos explicava a respeito de duas oportunidades de emprego que a aguardam em New York, eu prestava mais atenção em sua desenvoltura do que propriamente naquilo que falava.
Nada mais gratificante do que constatar que os filhos são beeem melhores do que a gente.
E verificar que – quando eles nos procuram – é por afeto. Não precisam de nós pra mais nada.
Ainda bem.

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