quinta-feira, 30 de setembro de 2004

Eleições Municipais Brasileiras



Domingo agora, os brasileiros estão convocados a elegerem os prefeitos de suas cidades e os vereadores das Câmaras Municipais (executivo e legislativo municipais).
Dois partidos tendem a adquirir predominância nesse pleito: o PT, principal inquilino do Palácio do Planalto, e o PSDB, que se afirma como principal núcleo de oposição à situação federal e que comandou o governo do país durante os oito anos anteriores a Lula.
Até aí, nada. As dúvidas começam a surgir quando se percebe que PT e PSDB têm programas praticamente idênticos. Desde a questão macro econômica até as prioridades para tapar buracos nas ruas, nada difere significativamente de um para outro. Graças a essa semelhança, muitas pessoas reclamam dos políticos. São todos iguais, oportunistas, mudam de posição conforme as conveniências. Etc e tal.
Ocorre que o processo eleitoral é – cada vez mais – interativo. Os partidos fazem pesquisas qualitativas para definirem suas bandeiras de campanha. Ou seja, procuram saber o que a maioria das pessoas quer e – com isso em mente – definem o que propor aos eleitores. Não só as propostas são fruto dos desejos dos eleitores. As imagens dos candidatos são trabalhadas em função dessas mesmas pesquisas. Quem se elegeu em 2.002 para a presidência foi o Lulinha Paz e Amor. O combativo Lula de antes jamais se elegeria.
Resumo: os prefeitos e vereadores eleitos serão expressão muito fiel da feição da maioria da população. Nosso presidente, os governadores, senadores e deputados, todos são imagens especulares de nós mesmos.
Os poucos agrupamentos políticos que defendem idéias próprias (o dr. Enéas e seu PRONA, à direita, o PSTU e o PCO à esquerda, por exemplo) têm raros seguidores. Quase ninguém os leva a sério. Os grandes partidos perseguem o senso comum. Por isso são grandes. São como nós.
O desagradável é que olhamos pra todos eles e dizemos que são horríveis.
Não gostamos de nos olhar ao espelho.


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