sexta-feira, 21 de maio de 2004

Cemitério vertical



A propósito de um post no blog FDR sobre o Cemitério Memorial do Carmo fiz este comentário:

Já dentro do elevador, apertei o 23 (acho que é no 23).
Sei lá. Tava perdidão, não sabia aonde ir.
Quando parou, desci, olhei em volta. Ninguém.
Entrei na primeira sala com a porta aberta.
Procurei pela secretária, recepcionista, qualquer pessoa que me desse informação.
Não aparecia ninguém. Havia umas cadeiras. Sentei em uma delas e comecei a observar o ambiente.
As paredes eram monotonamente divididas em quadrados. Pareciam gavetas.
Todas iguais. Brancas.
Como não aparecia viva alma, levantei e fui ver o que havia naquelas gavetas. Abri uma delas, a esmo.
Estava começando a me interessar pelo que vi, quando fui interpelado:
- Oi! Tudo bem?
- Tudo bem, Alfredo. O ministro está?
- Sim, está. Vai te receber logo.
- Ainda bem. Estava achando estranho esse vazio aqui no ministério.
- É. É um seminário. Foram todos pra lá. Só voltam no final da tarde, pra bater o ponto.
- Tudo bem. Mas... aquele corpo naquela gaveta. É pra quê?
- Sei lá. Coisas da administração pública.

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