Há muito me intriga a coincidência: muita gente pensa que a verdadeira crença - seja religiosa, política, estética etc - é aquela na qual foi criado.
Sorte danada, não é mesmo?
Pois!
Mas há também quem não se sinta tão sortudo assim. Poucos, é certo.
Estou a ler o livro Caught in the Pulpit: Leaving Belief Behind (uma tradução canhestra seria: Presos ao Púlpito: Deixando a Crença para trás). Ele trata de ministros religiosos que perderam a fé. Alguns abandonaram seu ministério. Outros equilibram-se com um pé na fé e outro na descrença. Afinal, é preciso providenciar o pão de cada dia.
O livro traz a transcrição de muitas entrevistas com ministros religiosos (ou ex-ministros) em tal condição.
Uma delas é a de um ministro mórmon. Ele descreve como se desenvolveu nele a dúvida.
A certa altura da entrevista diz o que segue:
Para os Mórmons, a ideia de como você chega a saber que alguma coisa é verdade envolve ter uma experiência espiritual na qual o espírito atesta a você ou conta a você que algo é verdade.
Eu já tive algumas experiências realmente especiais - eu diria que para mim elas transcendem a mera emoção. É algo que não sei explicar, necessariamente. Mas então, por meio de minha curiosidade na Internet, eu comecei a descobrir que os Mórmons não são os únicos. Pessoas que são Católicas, Protestantes, Muçulmanas, Budistas, têm experiências espirituais também.
Se Deus quer que todos sejam Mórmons porque o Mormonismo é a verdadeira Igreja, por que concederia Ele a outras pessoas experiências espirituais que confirmariam suas próprias tradições de fé e as colocariam em outras trajetórias?
É confuso, sabe?
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