Hoje Santos comemora seus aninhos. Santos, a cidade brasileira em que nasci.
Não sei se gosto ou se não gosto de Santos.
Lá vivi meus primeiros 16 anos.
E, como todo mundo sabe, os primeiros 16 anos não são 16 anos quaisquer.
Fiz em Santos quase toda minha formação básica.
Lá vivi meus primeiros amores.
Lá tive de encarar a morte do pai.
Mas joguei futebol na praia, com Gilmar dos Santos Neves, Zito, Ipojucã.
Detestava o calor húmido da cidade. Frio, só com chuva. Mesmo assim, moderado.
Lá curti a bicicleta de minha vida. Por mais bicicletas que venha a ter (e, agora, tenho uma fantástica), jamais conseguirei outra com aquelas propriedades. Ou seja, jamais voltarei - eu - a ter as características que me fizeram conviver com aquela bicicleta.
As grandes e vitais experiências não se repetem.
Em Santos vivi em um lar em que eu não era o pai. Ao contrário. Eu era o menor. E isso tinha seu lado maravilhoso. É certo que era eu a ir à mercearia, à padaria, ao açougue.
Mas podia ser alegremente irresponsável.
Santos continua lá. Parece que melhor do que quando convivi com ela.
Terá alguma livraria decente? Duvido.
Terá uma escola como o Colégio Canadá da minha época? Nem pensar.
Mas sou santista. E isso não desgruda da gente assim tão fácil. É pra sempre.
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