E eu, que imaginava ser o tempo retilíneo. E não é que ele dá voltas?!
terça-feira, 31 de março de 2015
domingo, 29 de março de 2015
Nova Esquerda portuguesa
Encorajados pelo crescimento do Podemos, em Espanha, há alentejanos a articular a formação de movimento semelhante em Portugal.
Será o Desejaríamos.
Será o Desejaríamos.
sábado, 28 de março de 2015
Naufrágio anunciado
José Sócrates
Carvalho Pinto de Souza, conhecido simplificadamente por José
Sócrates, foi primeiro-ministro de Portugal por pouco mais de seis
anos (2005 - 2011).
Detido agora por fraude
fiscal, corrupção e branqueamento de capitais (/lavagem de
dinheiro) passou a ser citado nas investigações, não sem alguma ironia, como José Pinto de
Souza.
Ao deixar o cargo de
primeiro-ministro decidiu refugiar-se em Paris e fazer estudos de
Filosofia. Mas o estilo luxuoso que adotou nessa sua etapa parisiense
despertou a atenção da Justiça portuguesa.
Até aí nada de novo.
Agora surgem
informações novas que conseguem surpreender-me, malgrado meus
vetustos anos.
Em Paris, Pinto de
Souza (poupemos o antecessor grego) resolveu escrever um livro.
Passou das intenções
à ação – ação essa que logo detalharemos – e mandou editar
seu livro, sob o título “A Confiança no Mundo – Sobre a
Tortura em Democracia”.
Fica-se agora a saber
que Pinto de Souza organizou, valendo-se de correligionários e
amigos, uma compra de seus próprios livros com seu próprio (será?)
dinheiro. Seus cúmplices nessa empreitada iam a uma livraria e
diziam:
“Quero o livro do
Sócrates”.
O vendedor apanhava o
livro e o comprador acrescentava:
“Mas quero cem
exemplares”.
Conseguiu “vender”
vinte mil exemplares.
Agora a cereja do bolo:
ele pagou a um professor universitário para que escrevesse o livro.
E já encomendara uma segunda obra.
Assombra-me a carência
afetiva dessa criatura.
Não foi à toa que, na
condução dos destinos de Portugal durante mais de seis anos, ele
quase levou a nau portuguesa a pique.
sexta-feira, 27 de março de 2015
Vamos lá, levar bordoadas
Quando fiz o ginásio,
Colégio Canadá, Santos, São Paulo, dois de meus melhores amigos
eram gêmeos: o Aramir e o Arimir.
O Aramir teve paralisia
infantil – ainda existente no Brasil à época. O Arimir não. Mas
o Aramir convivia de igual para igual com todos. Jogava bola, corria,
brigava, mesmo com todos aqueles ferros a reforçarem-lhe uma das
pernas.
Com o tempo, a tese da
inclusão transmudou-se em dogma. Hoje já ninguém pode perguntar se
o guri tem mesmo condição de conviver em escola convencional. É
óbvio que alguns podem, outros não. Mas essa obviedade foi
soterrada pelo politicamente correto.
Nem mesmo a linguagem
escapa ao tacão ideológico. Não se pode falar em cego, em mudo, em
manco, em anão. Nem mesmo a expressão deficiente visual é agora
aceita. Tem de ser “portador de deficiência” tal ou qual.
Espero não viver o
suficiente para ser obrigado a referir-me a cego como “atingido
aleatoriamente pela obrigatoriedade de portar deficiência visual”.
Essa imposição de
tratar desiguais de maneira igual parece ter sido a causa de se
permitir que um indivíduo que passou ano e meio em tratamento
psiquiátrico graças a uma profunda depressão fosse autorizado a
prosseguir seu treinamento para piloto de aeronaves. Apenas foi
recomendado que ele passasse por avaliações periódicas.
O resultado está
espalhado entre montanhas nos Alpes.
terça-feira, 24 de março de 2015
Ficar doente, no Brasil, é anticonstitucional
O artigo 6º da
Constituição Federal (CF) institui:
Art.
6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o
trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a
proteção à maternidade e à infância, a assistência aos
desamparados, na forma desta Constituição.
Portanto, se ficar
doente, meu caro patrício, faça valer seus direitos constitucionais
e exija saúde.
Outra pérola de nossa
legislação. O Antagonista chama a atenção para o fato de que o Código Penal brasileiro não
criminaliza o pagamento de suborno a funcionário público.
Apenas a oferta ou
promessa dele.
Corrupção
ativa
Art.
333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público,
para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício:
Pagar ou dar não
trazem problema.
domingo, 22 de março de 2015
Ciência política comme il faut
Collor caiu – é
óbvio – porque tinha um duplo L no nome.
Ou alguém ainda acha
que foi graças a um Fiat Elba?
Pesquise os nomes dos
presidentes da República brasileira.
Os que se deram bem não
tinham consoantes dobradas no nome.
Alguém dirá: Getúlio
Vargas foi levado ao suicídio. Sem consoantes dobradas.
Ledo engano.
O nome dele era Getúlio
Dornelles Vargas.
Ah! Mas Jânio Quadros
renunciou e não tinha consoantes dobradas no nome: Jânio da Silva
Quadros.
Erro novamente.
Da maneira como ele
enchia a cara, tudo com ele era dobrado.
Vivemos atualmente o
reinado da presidenta Dilma Rousseff.
Bingo!
P.S.: Pascoal Ranieri Mazzilli foi presidente interino em algumas ocasiões. Por que nunca foi presidente pra valer? Óbvio.
P.S.: Pascoal Ranieri Mazzilli foi presidente interino em algumas ocasiões. Por que nunca foi presidente pra valer? Óbvio.
sábado, 21 de março de 2015
Da normalidade do acontecer
Na revista Sábado
desta semana, cita-se decisão do juiz Carlos Alexandre a respeito do
prisioneiro nº 44 da prisão de Évora, o ex-primeiro-ministro de
Portugal José Sócrates.
O “Super-Juiz” ou
“Juiz sem medo” ou “Mourinho da Justiça”, alguns dos termos
associados a Carlos Alexandre, recusa-se a aceitar como razoáveis os
argumentos da defesa do investigado ex-primeiro-ministro a embasar o
pedido de libertação do referido arguido.
E afirma que os
argumentos da defesa não têm cabimento “perante as regras da
experiência comum e da normalidade do acontecer”.
No Brasil, o juiz
Sérgio Moro exerce papel semelhante ao de Carlos Alexandre. Lida com
situações que ferem as “regras da experiência comum”. E faz o
possível para punir quem fugiu à “normalidade do acontecer”.
Registo apenas que a
normalidade do acontecer tem diferentes matizes em diferentes
latitudes.
Por exemplo: o
escândalo da semana, em Portugal, é a tal “lista VIP de
contribuintes”.
Alguns altos dirigentes
das Finanças já pediram demissão graças a ela.
E o que é a “lista
VIP”?
É um conjunto de
personalidades em relação às quais qualquer acesso de funcionários
das Finanças a seus dados tributários aciona um alerta e resulta em
inquérito administrativo para que o funcionário justifique o porquê
de tal acesso.
A notícia da
existência de tal lista, cá em Portugal, exacerbou os ânimos. Como
aceitar que alguns cidadãos tenham tratamento tributário
diferenciado dos demais?
No Brasil, já há
muitos anos, a Receita Federal – que possui registo de todos os
acessos efetuados por funcionários aos dados de quaisquer
contribuintes, assim como as Finanças, em Portugal – criou um
esquema informático para denunciar, em especial, acesso de
funcionários a dados de pessoas de relevante interesse. Ou seja, a
Receita Federal do Brasil possui sua lista VIP já há muitos anos. E
isso jamais despertou qualquer questionamento por parte de alguém.
São formas diversas de
encarar a “normalidade do acontecer”.
Mas convenhamos: em
Portugal trata-se muito melhor a nossa Língua Portuguesa.
sexta-feira, 20 de março de 2015
Sai, azar!
Cair nos quartos de final da Liga dos Campeões da Europa contra o Bayern de Munique, favorito da competição, foi um castigo para o FCPorto.
Mas... quem sabe?
quinta-feira, 19 de março de 2015
Forças plasmadoras do futuro brasileiro - 3
Obviamente, ninguém
deu bola pra eles.
Não culpo ninguém por
isso. Afinal, se eu entendesse de política não teria feito tanta
bobagem nessa área.
Defino “bobagens”,
neste contexto, com exemplos de seu contrário:
Lula, por exemplo,
gênio político, atravessou a ditadura militar numa boa, sem nenhum
arranhão. Até quando foi preso por alguns dias teve – hoje se
sabe – várias regalias durante a prisão. Tratamento VIP mesmo.
Genoíno, líder
estudantil que eu achava fraquinho na década de 70, foi – salvo
engano – o único sobrevivente da guerrilha do Araguaia. Acabou
condecorado pelos militares.
Isso é saber fazer
política, não é mesmo?
Mas como sou teimoso,
volto ao tema.
Não se sabe, hoje, se
o PT sobreviverá à avalanche da operação Lava Jato. Eu acho que
sobreviverá. Mas caso desapareça a sigla, não desaparecerá a
ideia norteadora. Afinal, antes existiam partidos comunistas. Hoje
quase não os há. Mas os adeptos continuam por aí, enclausurados em
siglas as mais diversas. Ou mesmo em carreiras solo. De uma
forma ou de outra, essa corrente tem seu líder. E é Lula.
Já a corrente
evangélica ainda não encontrou o seu comandante.
Mas ele está a
despontar no horizonte. E é o deputado Eduardo Cunha, presidente da
Câmara Federal, terceiro na linha sucessória da Presidência da
República.
Alguém lembrará que
ele está denunciado pela operação Lava Jato. Todavia, é preciso
lembrar que ele é experiente também nessa questão de escapar de
escândalos. Não lhe faltam processos às costas. E ele anda com
desenvoltura, como se tal fardo não existisse.
Tendo assumido a
presidência da Câmara neste ano, não precisou de três meses
inteiros para já demonstrar sua imensa capacidade política.
Perto dele, o primeiro
time petista parece composto por amadores.
Surgiu o líder que
poderá se contrapor a Lula.
E penso que ele facilitará a formação do polo que se oporá ao PT.
Ainda bem que já não
vivo no Brasil.
terça-feira, 17 de março de 2015
De borboletas sonhadoras
No dilema do mestre
taoista Chuang Tzu lembrado por – entre outros – Jorge Luis
Borges, não se sabe se Tzu sonhou ser uma borboleta a voar
livremente ou se a borboleta é que sonha ser Tzu.
A presidente Dilma
sonha ter sido uma revolucionária que lutava pela democracia ou é a
revolucionária encarcerada na Torre do Presídio Tiradentes que
sonha ser presidente da República?
Borges, que recorda
essa história, velha de 24 séculos, em sua refutação do tempo
(Nova refutação do tempo, in Otras Inquisiciones) encerra o dilema
de um modo que Dilma poderia parafrasear:
O tempo é um rio que
me arrebata, mas eu sou o rio; é um tigre que me despedaça, mas eu
sou o tigre; é um fogo que me consome, mas eu sou o fogo. O mundo,
desgraçadamente, é real; eu, desgraçadamente, sou Dilma.
quarta-feira, 4 de março de 2015
Erramos
Desde o dia em que a Folha me informou - há séculos - que tartarugas não têm orelhas, gosto de ler, na página 3 do primeiro caderno, a nota Erramos. A de hoje nos conta que os japoneses não são ocidentais.
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