No dilema do mestre
taoista Chuang Tzu lembrado por – entre outros – Jorge Luis
Borges, não se sabe se Tzu sonhou ser uma borboleta a voar
livremente ou se a borboleta é que sonha ser Tzu.
A presidente Dilma
sonha ter sido uma revolucionária que lutava pela democracia ou é a
revolucionária encarcerada na Torre do Presídio Tiradentes que
sonha ser presidente da República?
Borges, que recorda
essa história, velha de 24 séculos, em sua refutação do tempo
(Nova refutação do tempo, in Otras Inquisiciones) encerra o dilema
de um modo que Dilma poderia parafrasear:
O tempo é um rio que
me arrebata, mas eu sou o rio; é um tigre que me despedaça, mas eu
sou o tigre; é um fogo que me consome, mas eu sou o fogo. O mundo,
desgraçadamente, é real; eu, desgraçadamente, sou Dilma.
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