1) Ao lhe faltarem dois
deputados para ter a maioria absoluta, escolheu fazer coligação com
o direitista Anel (Gregos Independentes).
Isso apenas confirma o
que se sabe desde sempre: os piores inimigos da esquerda são os
outros partidos de esquerda.
Diga-se que o Syriza
convidou antes o Partido Comunista para entrar na coligação. O PC
recusou.
O Syriza então,
assentado na “lógica revolucionária”, fechou acordo com o Anel
em menos de uma hora. Além de um ministro, o Anel ganhou mais quatro
postos no governo.
Teria sido benéfico se
o Syriza fizesse coligação com o centrista To Potami. Mas Tsipras
preferiu mesmo aliar-se à direita. É que a sensatez, é notório, não
é o forte da esquerda.
2) Primeira medida do novo governo: suspender todas as privatizações.
Curioso. Qualquer dono
de lojinha sabe que se a receita está abaixo dos custos, além de
baixar estes últimos ele tem de vender mais.
A Grécia deve uma
barbaridade a seus credores e resolve não vender mais nada.
Belo começo.
3) Enquanto o Anel
ficou com o Ministério da Defesa, o “ataque” vai jogar com
elementos moderados, ou seja, a Defesa fica com o líder do Anel,
Panos Kammenos e os negociadores da dívida vão negociar com os
credores com algum equilíbrio (deu-me gana de dizer que vão colocar
panos quentes...).
Percebe-se que há
medidas absurdas à mistura com decisões acertadas.
Também o Ministério
(13 ministros) e o conjunto todo de governo (40 pessoas, das quais 7
mulheres) contém figuras respeitáveis e algumas incógnitas.
Como sempre na
esquerda, há o risco de parcela do Syriza abandonar o partido,
revoltada com a coligação feita e, talvez, com a ausência imediata
de algumas medidas que julgava de necessidade premente.
Isso é apenas o
começo.
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