quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Grécia - primeiras medidas do vencedor Syriza




1) Ao lhe faltarem dois deputados para ter a maioria absoluta, escolheu fazer coligação com o direitista Anel (Gregos Independentes).
Isso apenas confirma o que se sabe desde sempre: os piores inimigos da esquerda são os outros partidos de esquerda.
Diga-se que o Syriza convidou antes o Partido Comunista para entrar na coligação. O PC recusou.
O Syriza então, assentado na “lógica revolucionária”, fechou acordo com o Anel em menos de uma hora. Além de um ministro, o Anel ganhou mais quatro postos no governo.
Teria sido benéfico se o Syriza fizesse coligação com o centrista To Potami. Mas Tsipras preferiu mesmo aliar-se à direita. É que a sensatez, é notório, não é o forte da esquerda.

2) Primeira medida do novo governo: suspender todas as privatizações.
Curioso. Qualquer dono de lojinha sabe que se a receita está abaixo dos custos, além de baixar estes últimos ele tem de vender mais.
A Grécia deve uma barbaridade a seus credores e resolve não vender mais nada.
Belo começo.

3) Enquanto o Anel ficou com o Ministério da Defesa, o “ataque” vai jogar com elementos moderados, ou seja, a Defesa fica com o líder do Anel, Panos Kammenos e os negociadores da dívida vão negociar com os credores com algum equilíbrio (deu-me gana de dizer que vão colocar panos quentes...).

Percebe-se que há medidas absurdas à mistura com decisões acertadas.
Também o Ministério (13 ministros) e o conjunto todo de governo (40 pessoas, das quais 7 mulheres) contém figuras respeitáveis e algumas incógnitas.

Como sempre na esquerda, há o risco de parcela do Syriza abandonar o partido, revoltada com a coligação feita e, talvez, com a ausência imediata de algumas medidas que julgava de necessidade premente.


Isso é apenas o começo.

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