domingo, 25 de janeiro de 2015

Enfim, a Esquerda


Na Grécia, o Syriza chega ao poder. Com maioria absoluta ou quase.
Os gregos quiseram assim. A nós, resta-nos acompanhar a experiência.
Cá na Europa a Esquerda há muito clama por uma alternativa à austeridade.
Nunca disse qual sua ideia a respeito dessa tal alternativa, a não ser suas costumeiras trivialidades.
Finalmente teremos o prazer ou o desprazer de conhecê-la: a decantada alternativa de Esquerda.

Espero que o Syriza governe como se faz com o violino: conquistado o poder pela Esquerda, que o toque com a Direita. Ou dito de outra forma: que faça as pazes com a realidade.

Note-se que a Grécia tem uma peculiaridade em suas regras eleitorais: o partido que vence as eleições ganha um bônus de 50 deputados a mais. Em um total de 300. Assim, torna-se mais provável que o vencedor tenha maioria absoluta e possa governar sem precisar de coligação.
Isso, por um lado,  facilita ao Syriza a implantação de suas ideias. Por outro diminui a possibilidade de desculpas em caso de fracasso.

Parêntese: algo parecido com isso poderia ser adotado no Brasil, para a formação da Câmara dos Deputados. Talvez o governo não precisasse gastar tanto dinheiro a comprar deputados de outros partidos que não o de maior bancada. Nem precisasse inventar tantos cargos na administração para acomodar interesses da base aliada.
As dificuldades para se adotar um procedimento desse tipo no Brasil decorrem, entre outras razões, do sistema federativo e do regime presidencialista. Fecha parêntese.

Não sou de esquerda, amo a Europa. Desejo, portanto, que a Grécia reencontre seu rumo. Mas não estou otimista em relação a isso.

Tomara esteja errado.

1 comentário:

Alcilea disse...

Vai ser interessante acompanhar o exercício do comunismo no berço da democracia!