Na Grécia, o Syriza
chega ao poder. Com maioria absoluta ou quase.
Os gregos quiseram
assim. A nós, resta-nos acompanhar a experiência.
Cá na Europa a
Esquerda há muito clama por uma alternativa à austeridade.
Nunca disse qual sua
ideia a respeito dessa tal alternativa, a não ser suas costumeiras
trivialidades.
Finalmente teremos o
prazer ou o desprazer de conhecê-la: a decantada alternativa de
Esquerda.
Espero que o Syriza
governe como se faz com o violino: conquistado o poder pela Esquerda,
que o toque com a Direita. Ou dito de outra forma: que faça as pazes
com a realidade.
Note-se que a Grécia
tem uma peculiaridade em suas regras eleitorais: o partido que vence
as eleições ganha um bônus de 50 deputados a mais. Em um total de
300. Assim, torna-se mais provável que o vencedor tenha maioria
absoluta e possa governar sem precisar de coligação.
Isso, por um lado, facilita ao Syriza a implantação de suas ideias. Por outro diminui a possibilidade de desculpas em caso de fracasso.
Parêntese: algo
parecido com isso poderia ser adotado no Brasil, para a formação da
Câmara dos Deputados. Talvez o governo não precisasse gastar tanto
dinheiro a comprar deputados de outros partidos que não o de maior
bancada. Nem precisasse inventar tantos cargos na administração
para acomodar interesses da base aliada.
As dificuldades para se
adotar um procedimento desse tipo no Brasil decorrem, entre outras
razões, do sistema federativo e do regime presidencialista. Fecha
parêntese.
Não sou de esquerda,
amo a Europa. Desejo, portanto, que a Grécia reencontre seu rumo.
Mas não estou otimista em relação a isso.
Tomara esteja errado.
1 comentário:
Vai ser interessante acompanhar o exercício do comunismo no berço da democracia!
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