quinta-feira, 4 de setembro de 2014

O individualismo das Esquerdas e o culto à personalidade


Já meu opinador preferido, em Portugal, Alberto Gonçalves, dizia dia desses, ironicamente, da existência cá na terrinha de “setenta agremiações destinadas a unir a esquerda”.
Em toda parte, a esquerda tem uma irresistível tendência a subdividir-se em grupelhos, partições essas que tendem a igualar o número de agremiações de esquerda ao número de militantes dela.

O antídoto a tal força centrífuga vem a ser o culto à personalidade.

Assim como o indivíduo que admira suas virtudes e deplora seus defeitos idealiza um ser dotado das primeiras e livre dos segundos e o chama Deus, o socialista imagina seu próprio individualismo levado ao limite e passa a venerar algum Pai dos Povos.

Não há socialismo sem culto à personalidade. É esse culto a força centrípeta que torna possível a existência de partidos de esquerda, de movimentos de esquerda rumo ao poder. Não fora ele, e o socialismo se dissolveria em lenines individuais.
Marx, Lenin, Stalin, Mao, Fidel, Guevara foram algumas dessas forças de gravidade a conseguir reunir seguidores que compatibilizavam – graças ao culto a esses ídolos – seus pequenos grandes individualismos com o paroxismo individualista desses Pais dos Povos.
Até mesmo a América do Sul produziu seus arremedos de Guias Geniais dos Povos. No Brasil o esperto Lula; na Venezuela o caricatural Chavez.


Resta saber quais elementos da doutrina socialista levam a esse individualismo exacerbado de seus adeptos. Neste pequeno texto ficaremos apenas com a constatação factual de tal característica. Paradoxal mas verdadeira.

3 comentários:

Alcilea disse...

Como dizia nosso saudoso amigo Baronão: "O maior inimigo de alguém da Esquerda é aquele da Esquerda que lhe está mais próximo."

Alberto disse...

E isso lá é jeito, mana, de me informar que o Baronão morreu?!

Alcilea disse...

E ainda dizem que notícia ruim corre... Pode ser que corra, mas não atravessa os mares.