Já meu opinador preferido, em
Portugal, Alberto Gonçalves, dizia dia desses, ironicamente, da
existência cá na terrinha de “setenta agremiações destinadas a
unir a esquerda”.
Em toda parte, a esquerda tem uma
irresistível tendência a subdividir-se em grupelhos, partições
essas que tendem a igualar o número de agremiações de esquerda ao
número de militantes dela.
O antídoto a tal força centrífuga
vem a ser o culto à personalidade.
Assim como o indivíduo que admira suas
virtudes e deplora seus defeitos idealiza um ser dotado das primeiras
e livre dos segundos e o chama Deus, o socialista imagina seu próprio
individualismo levado ao limite e passa a venerar algum Pai dos
Povos.
Não há socialismo sem culto à
personalidade. É esse culto a força centrípeta que torna possível
a existência de partidos de esquerda, de movimentos de esquerda rumo
ao poder. Não fora ele, e o socialismo se dissolveria em lenines
individuais.
Marx, Lenin, Stalin, Mao, Fidel,
Guevara foram algumas dessas forças de gravidade a conseguir reunir
seguidores que compatibilizavam – graças ao culto a esses ídolos
– seus pequenos grandes individualismos com o paroxismo
individualista desses Pais dos Povos.
Até mesmo a América do Sul produziu
seus arremedos de Guias Geniais dos Povos. No Brasil o esperto Lula;
na Venezuela o caricatural Chavez.
Resta saber quais elementos da doutrina
socialista levam a esse individualismo exacerbado de seus adeptos.
Neste pequeno texto ficaremos apenas com a constatação factual de
tal característica. Paradoxal mas verdadeira.
3 comentários:
Como dizia nosso saudoso amigo Baronão: "O maior inimigo de alguém da Esquerda é aquele da Esquerda que lhe está mais próximo."
E isso lá é jeito, mana, de me informar que o Baronão morreu?!
E ainda dizem que notícia ruim corre... Pode ser que corra, mas não atravessa os mares.
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