Livre das discussões bizantinas.
Desde tempos quase imemoriais as discussões políticas, no Brasil, se dão em termos absolutamente irracionais.
Quando eu ainda estudava na Escola Politécnica da USP, início da década de 60, minha mãe tinha em casa uma pequena TV em branco e preto, daquelas em que tínhamos de ajustar com certa frequência o horizontal e o vertical da imagem para que ela ficasse razoavelmente visível. Isso quando ainda não se sonhava com controle remoto.
Pois nessa época, depois que minha mãe assistia às telenovelas da TV Tupi e ia dormir, eu ficava a acompanhar debates de cunho político na TV.
Lembro-me da deputada Conceição da Costa Neves, que havia sido vedete de teatro de revista, a discutir com outros debatedores o candente dilema:
Salário é inflacionário ou não é?
Passados mais de cinquenta anos, a discussão no Brasil, atualmente, é:
Os rolezinhos em shoppings são manifestação progressista ou não?
Talvez os petistas tenham razão. A continuar a discussão nesse nível, melhor será acabar com qualquer discussão e permitir apenas o endeusamento do Governo.
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