A certa altura, esbarra em um ensinamento divino:
Abstém-te de toda palavra mentirosa. Não matarás o inocente e o justo, porque não absolverei o culpado. (Êxodo 23:7)
O adolescente continua a leitura. Mais adiante encontra uma confirmação dessa ordem de Deus mas com uma especificidade maior:
Não morrerão os pais pelos filhos, nem os filhos pelos pais. Cada um morrerá pelo seu próprio pecado. (Deuteronômio 24:16)
Até aí, tudo bem.
Porém, ao chegar à história do rei David as coisas se complicam.
É bastante conhecida, essa história:
David era o preferido de Deus. E cometera barbaridades.
Encantado por Bat-Sheva, mulher de um general de seu exército, aproveita que o marido - Urias - está na guerra para faturar a beldade. Fica, em seguida, preocupado com a possibilidade de a mulher ficar grávida e manda chamar o marido sob qualquer pretexto. O marido tendo voltado, o eventual filho pareceria ser dele. Mas o tal Urias é tão caxias, como se diz no Brasil, tão dedicado a seus deveres militares, que retorna da guerra mas nada de deitar-se com a mulher.
David, então, decide armar uma arapuca para que ele morra na guerra, o que de facto acontece.
David fica com a mulher dele. E realmente nasce um filho de David com Bat-Sheva.
É aí que Natan, porta-voz do Eterno, o procura para dar o recado de Deus.
David começa por reconhecer que pecou.
E Natan lhe diz o que Deus resolveu fazer em função disso. O texto vai com fundo de flores a que faz jus.
(clique na figura para ampliá-la)
Que maravilhosa lição de coerência e de lógica recebe nosso adolescente imaginário.
Para poupar o seu queridinho David, Deus manda às favas seus próprios mandamentos e mata o filho inocente do pecador David.
Obs.: Todas as citações bíblicas, neste texto, foram extraídas da Versão Católica. Mas as outras traduções para o Português não diferem significativamente desta, no que respeita aos textos mencionados. Apenas alterei os nomes próprios (troquei Davi por David, por exemplo).
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