sexta-feira, 1 de novembro de 2013

O mundo é tudo aquilo que é o caso




Novembro chegou. E, por quaisquer motivos que não atinjo, minha cabeça está recheada dos mais variados assuntos. Não consigo fixar-me em nenhum deles.
Parte desse tumulto mental deve-se ao facto de ter minha atenção voltada ao mesmo tempo para diversos lugares distantes. Vivo em Portugal. Mas tenho filha em São Paulo, irmãs em Florianópolis e Rio de Janeiro. Essa última, aliás, está a passar umas boas semanas na Califórnia. Conversamos bastante ontem por Skype.
Na costa Leste dos EUA tenho filha, genro e netas.
No Canadá, filho e nora.
Minha mulher está agora na Austrália, a visitar a filha e o casal de netos.
Faltam-me apenas vínculos familiares na Ásia e na África.
Sabe-se lá.

Ontem, ao reler um texto dos primeiros deste blogue, percebi que muita coisa mudou em meu jeito de escrever.
Claro, em Fevereiro este blogue completa dez anos. Só isso já explica a mudança.
Mas desde que passei a residir cá em Portugal, as alterações se multiplicaram na minha escrita.
Sou um pouco como aquele jogador brasileiro de futebol que veio jogar na Itália.
Esqueceu o Português e não aprendeu o Italiano.

Mas não foi só a forma que se transformou.
Minhas ideias também não cessam de redefinir-se.
Não tenho paciência para isso, mas se conseguisse fazer uma análise comparativa entre todos os posts que produzi, nesses quase dez anos, certamente encontraria inúmeras contradições entre vários deles.

Os que me conheceram cristão, recriminam que me tenha tornado ateu.

Os que me conheceram marxista-leninista me censuram por ter abandonado a Esquerda.

Fiquem eles todos, crentes nos mais variados mistérios, aferrados a seus mitos.

Quanto a mim, vou andar de bicicleta.

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